O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, diz estar preocupado com o encerramento das urgências de Obstetrícia do hospital da cidade e espera que sejam tomadas medidas “o mais rapidamente possível”.
“Temos uma preocupação enorme com o encerramento da maternidade em Abrantes. Como sabe, o Centro Hospitalar do Médio Tejo [Unidade Local de Saúde Médio Tejo] desempenha um papel muito importante na região. Castelo Branco, Portalegre, Santarém e a toda a zona do Médio Tejo dependem muito do funcionamento da maternidade de Abrantes, e isso deixa-nos preocupados e esperamos que rapidamente sejam ultrapassadas essas dificuldades”, afirmou Manuel Valamatos, em declarações à Lusa.
Segundo o autarca, “mais cedo ou mais tarde” terão de ser tomadas medidas governamentais “capazes de resolver estas situações”.
Lembrando que a área de abrangência do serviço é vasta, o também presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo acrescentou que a Câmara de Abrantes tem dado o seu apoio “para mitigar questões na área da saúde”, mas defendendo que não são as “medidas municipais que vão resolver essa situação em concreto”.
O representante da Comissão Utentes da Saúde Médio Tejo Manuel José Soares sublinhou, também em declarações à Lusa, que o encerramento das urgências está relacionado com uma série de factores.
“Há aqui várias questões de organização e de recursos humanos que afectam Abrantes e que merecem uma análise mais fina, nomeadamente a constituição das equipas de urgência obstétrica. A necessidade da permanência deste ou daquele médico não é levada tão em rigor. Temos de criar condições para que, em casos de ausência, a situação possa ser resolvida com a deslocação de trabalhadores”, defendeu.
Para Manuel Soares, deve haver um esforço e um diálogo para reforçar as condições materiais dos médicos e flexibilizar as escalas.
O responsável deixou ainda um apelo a todos os profissionais para que “em caso de necessidade possam estar disponíveis para poder remediar a falta de recursos humanos em questões tão básicas como a abertura da maternidade”.
Tal como noutras unidades do país, o Hospital Dr. Manoel Constâncio, em Abrantes, fechou os serviços urgentes de Obstetrícia e Ginecologia devido à falta de recursos humanos, segundo informação publicada no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Esta semana, até dia 23, sexta-feira, a Unidade Local de Saúde Médio Tejo tem esta valência e o bloco de partos fechados, à exceção de quinta-feira.