A FICOR – Feira Internacional da Cortiça resiste e regressa em formato predominantemente online, mantendo os motivos de interesse e as temáticas científicas, empresariais e lúdicas que a caracterizam. De 27 a 30 de Maio desenvolve-se um programa repleto de eventos temáticos, culturais e até gastronómicos que abrangem seminários, webinares, apresentações, espectáculos e exposições.
Da apresentação das terceira e quarta edições do Concurso de Ideias e Criatividade, passando por espectáculos de artistas reconhecidos e culminando na abertura da exposição temporária “A tiragem da cortiça – antes e depois”, a FICOR reassume, com consciência ecológica, o seu conceito identitário de valorização da dinâmica económica do Concelho, como janela aberta de Coruche para o mundo. E tudo acontece no correr dos Sabores do Toiro Bravo.
Limitada por motivos resultantes do contexto pandémico que ainda subsiste, a FICOR decorre este ano em formato maioritariamente online, ainda que dê palco a eventos presenciais e até híbridos a realizar sobretudo no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, mas também na Galeria do Mercado Municipal e no Núcleo Rural de Coruche.
À cerimónia de abertura do evento, que acontece online na manhã de 27 de maio, segue-se uma reunião de parceiros do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça e o webinar “Investigação Suberícola: que resultados para a gestão”, promovido pela EEC PROVERE Montado de Sobro e Cortiça em parceria com a Filcork (Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça). Estarão em cima da mesa temas relativos à investigação sobre a fileira de sobreiro e cortiça, bem como aos resultados obtidos para gestão da produção suberícola. Noutro webinar, a APFC – Associação de Produtores Florestais de Coruche promove o tema “Sobreiro e Cortiça: Perspetivas e Pós-Pandemia”, debatendo-se as perspectivas da produção e da gestão suberícola, assim como dos mercados nacional e internacional, procedendo ainda à entrega do Prémio “Melhor Cortiça 2020”.
De entre as várias iniciativas online, destaque para os espectáculos de artistas portugueses reconhecidos e para a mostra gastronómica em formato showcooking, que conta com a presença da chef Madalena Dias, fundadora da empresa Cook2wine. Além de demonstrações da qualidade dos produtos do montado, não esquecendo o peixe de rio e a harmonização com os vinhos do território, há ainda lugar para um “winebinar” dedicado ao tema “Vinho, Gastronomia e Cortiça” – uma prova de vinhos online com o mestre Fernando Melo, que promoverá a interacção entre produtores e consumidores.
Também a fase final do Concurso de Ideias e Criatividade, que decorre no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, traz a palco os vários projectos a concurso das terceira e quarta edições nas categorias Moda e Design, retomando a acção interrompida há um ano face à pandemia. Ainda que produzida para transmissão em formato online, a iniciativa mantém o foco na contribuição para o estímulo da criatividade e do empreendedorismo no território do PROVERE, impulsionando a integração e a capitalização dos recursos endógenos.
A programação inclui também, no Núcleo Rural de Coruche, a apresentação do livro “Até a cortiça que nasce tão lenta, se dá ao machado com bravura”, de Georgina Caçador, que acontece em terras do Ribatejo, recordando a crueza da vida de mulheres e homens humildes e trabalhadores – várias histórias que se entrelaçam, conciliando com mestria o realismo e a objectividade narrativa com a amálgama de sentimentos, emoções e pensamentos que povoam o tempo interior das personagens. Já na Galeria do Mercado Municipal dá-se a abertura da exposição individual “24 Minutos – Da Inspiração Artística à Criação Criativa e Imaginação”, do pintor coruchense Rui Augusto.
Além de visitas guiadas e virtuais ao Observatório do Sobreiro e da Cortiça, que decorrem ao longo do evento, o Núcleo Rural apresenta, por fim, já a 1 de Junho, Dia do Sobreiro, a exposição temporária “A tiragem da cortiça – antes e depois”, dedicada à actividade ancestral da tiragem da cortiça e ao património cultural e natural associado, transpondo também elementos dos trabalhos de investigação realizados para a candidatura da “Tiragem da Cortiça” enquanto património cultural imaterial. A exposição estará patente até 31 de Maio de 2022.
A FICOR mostra uma vez mais as inúmeras potencialidades naturais e geográficas do Concelho de Coruche, valorizando o montado de sobro como nicho ecológico e económico de valor inestimável e reforçando a liderança internacional de Portugal no sector. Porque Coruche é capital mundial da cortiça.