A iniciativa, que conta com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, é coordenada pelo chef Rodrigo Castelo e pretende reforçar a ligação entre tradição e modernidade, gastronomia e cultura, ruralidade e turismo.
Está a decorrer hoje, dia 27 de Setembro, a primeira edição do Festival Raízes Vivas – Festa da Ruralidade, Costumes e Tradições, na aldeia avieira das Caneiras. Uma iniciativa coordenada pelo chef Rodrigo Castelo, um dos nomes maiores da gastronomia ribatejana, que conta com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e tem como principal objetivo valorizar as tradições e os produtos existentes na região.
“Quisemos dar as condições para que este evento possa criar valor, para que se propague nos próximos anos e nas próximas edições”, refere Pedro Beato, vice-presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo.
O Festival iniciou-se às 9h00 com uma missa na Igreja do Santíssimo Milagre, seguida de uma procissão e romaria a cavalo atá à aldeia das Caneiras, que está transformada num autêntico centro de tradições, cultura e gastronomia do Ribatejo.
“O Ribatejo é dos territórios do nosso país com maior identidade e temos de puxar por ela e mostrar às pessoas que existe”, defende Pedro Beato que realça também a capacidade do próprio turismo em inovar nos valores tradicionais.
“Vários chefes estão aqui hoje a cozinhar, a fazer uma interpretação e reinterpretação daquilo que existe, num acolhimento de mesas corridas, com um convívio são, fraterno, nas Caneiras e nesta revisita que todos temos estado a fazer, de olhar para o Tejo de frente e não de costas”, afirma.
Ao inicio da tarde, vai-se preparando o almoço na aldeia avieira, com uma ementa constituída por diversos produtos autóctones, como o touro bravo, o arroz carolino das lezírias, os legumes locais, bem como o siluro e outros peixes do Tejo.
Enquanto o almoço não chega, vai-se servindo como entrada principal a música e animação populares, levadas a cabo pelo Grupo Académico de Danças Ribatejanas, pela Orquestra Típica Scalabitana e pela banda Camisas Negras.
À música e à gastronomia, aliam-se os jogos tradicionais, o fandango, o artesanato e a primeira Grande Corrida de Toiros Raízes Vivas Solidária, que pretendem fazer prolongar a tarde de sábado e valorizar a região e a própria cidade de Santarém.
“A valorização das tradições, da nossa cultura, é um investimento. Nós vemos o investimento nos eventos, nos grandes eventos e na cultura como estratégico para o futuro. Um povo que não invista na cultura, nas suas tradições, nas suas raízes, não tem memória e sobretudo não tem futuro”, alerta João Leite, presidente da Câmara Municipal de Santarém.
Questionado sobre a continuidade do festival, o autarca manifesta a vontade de continuá-lo e reforçá-lo.
“Tudo o que está aqui a ser vivido, tem dimensão para ser vivido durante dois dias”, assegura.
Já Pedro Beato considera que é importante concluir a primeira edição do “Raízes Vivas”, para posteriormente se pensar numa eventual segunda edição.
“Penso que é importante concluirmos esta primeira edição, ouvirmos a organização e também quem nos visitou, e depois então pensarmos na segunda edição”, declara.
Ao anoitecer, irá iniciar-se o Festival Gastronómico Raízes Vivas, que reunirá entre cinco a dez chefs de renome nacional, convidados a reinterpretar os sabores da região em formato finger food.
A música regressará e irá prolongar-se pela madrugada com a atuação da banda Os Besourinhos, seguida de um espetáculo de fogo de artifício e DJ, que ditarão o encerramento do evento, que espera regressar no próximo ano e tornar-se uma referência cultural regional e nacional.