Martinho Vicente Rodrigues autor de “História de Santarém”
A “História de Santarém”, uma obra da autoria do historiador Martinho Vicente Rodrigues, publicada pelo Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão com o apoio da Câmara Municipal de Santarém, foi apresentada na tarde do passado domingo, 15 de Dezembro, no Convento de S. Francisco, em Santarém.
O livro constitui, segundo o autor, “uma revisitação multi-secular de Santarém, terra laureada, desde os tempos mais longínquos”.
Segundo o historiador, “ao abrigo desta publicação, temos um novo olhar sobre o conhecimento histórico de Santarém, culto glorioso de tantos Homens Ilustres, que por largos tempos praticaram obras valorosas numa odisseia em fervor iluminado, longe de ser um somatório de acontecimentos isolados, cujos nomes figuram nos anais gloriosos da história portuguesa”.
O livro é composto por 1200 páginas, dividido por XXVI Capítulos, cada um consagrado a factos concretos da História de Santarém, “sempre no respeito diacrónico ou sincrónico”, e debruça-se sobre a passagem pela dominação Romana, história Medieval, Moderna e Contemporânea.
No decorrer da sessão, Martinho Vicente Rodrigues salientou que “neste livro não está em causa a persistência de escrever história, mas a oportunidade de ouro para o património literário”.
O autor de “História de Santarém” revelou ainda que a imagem na capa do livro é um quadro de sua autoria, que “pintou há muitos anos”.
“Foi uma satisfação escrever sobre Santarém”, afirmou durante a apresentação da obra em que
percorreu todos os factos mais marcantes da história de Santarém e de muitas das suas instituições.
Na nota de encerramento do livro pode ler-se: “Santarém, hoje, recria-se no aforismo Santarém Cidade do Mundo, e projecta-se para o futuro. Vive em solidariedade com o passado, erguendo do produto dos séculos a cabeça coroada de honra e glória, conta do alto das suas torres, Santa Maria de Alcáçova, Marvila, Santa Cruz, Trinitários, S. Francisco, Santa Clara, Santa Iria, Santo Estêvão, Santa Cruz, Nossa Senhora da Conceição, sede da Catedral ou Sé e Paço Episcopal da Diocese e outras, a mais bela história de uma cidade”.
Presente na sessão, o presidente da Câmara de Santarém agradeceu a Martinho Vicente Rodrigues a obra que segundo Ricardo Gonçalves começou a ser pensada há um ano, a 24 de Dezembro de 2018, no início das comemorações dos 150 anos de elevação de Santarém a Cidade.
Nessa altura, revelou, pensou-se que Santarém devia ter um livro que fosse “um novo olhar” sobre a história da cidade, um desafio desde logo aceite por Martinho Vicente Rodrigues.
O autarca não esqueceu o contributo do historiador Joaquim Veríssimo Serrão que em 2009 nos deixou o seu espólio reunido no Centro de Investigação com o seu nome, e a circunstância de Martinho Vicente Rodrigues ser o “Número 22 da Academia Portuguesa da História” um facto que também engrandece Santarém.
“Este livro trará novos documentos e conhecimento sobre episódios da história de Santarém”, reconheceu o edil que pretende que a obra chegue também às escolas do concelho, ajudando a fomentar, nas novas gerações, um “amor próprio por Santarém”, concluiu.
A sessão contou ainda com a intervenção de Nuno Venturinha, do Instituto de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que falou sobre “a indispensabilidade da investigação histórico-documental”, salientando as “quase duas mil notas de rodapé”, exemplo do elevado número de fontes consultadas.
Sublinhando a importância da informação que consta dessas notas, o filósofo diz tratar-se da “obra que faltava no âmbito da produção científica” que reúne informação “solidamente documentada”, sendo “actual” e “não fechada, podendo ser completada”.
Coube a Carlos Marçal, presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém, fazer a apresentação do autor, um homem “de grandes virtudes e valor” que acaba de editar o seu 19.º livro, uma “obra muito importante na história da cidade de Santarém” e a quem agradeceu o contributo para que a história de Santarem seja exaltada.
A sessão contou ainda com um momento musical proporcionado pelo Conservatório de Música de Santarém.