Rita Valério, fotógrafa e natural de Santarém, estreia-se no mundo da literatura com o lançamento do seu primeiro livro infantil, “O Click da Clara”, já disponível em pré-venda. Conhecida pelo seu trabalho como fotógrafa de família, onde privilegia a emoção e a autenticidade em cada imagem, Rita une agora a fotografia ao universo da imaginação das crianças.

A obra, destinada a leitores dos seis aos dez anos, conta a história de Clara, uma menina que, durante as férias na casa da avó, descobre uma antiga máquina fotográfica no sótão e embarca numa aventura repleta de segredos e momentos mágicos.

O livro contém também actividades criativas, que incentivam os mais novos a experimentar a fotografia, seja com uma máquina ou um telemóvel, despertando o olhar curioso e criativo sobre o mundo.

Segundo Rita Valério, este projecto nasceu do desejo de estimular a leitura e a criatividade infantil. Afirma que “fotografar é muito mais do que registar imagens é aprender a ver com atenção e sensibilidade”.

Como surgiu a ideia de escrever o livro “O Click da Clara”?

Sempre gostei de escrever e ambicionava publicar um livro, só não pensei concretizar este sonho tão cedo. Este projecto nasceu do meu desejo de estimular a leitura nos mais novos e de aliar o meu gosto pela fotografia ao universo das crianças, incentivando-as a explorar o seu olhar criativo e curioso sobre o mundo.

O que representa para si a escrita e, em particular, a escrita para crianças?

Para mim, a escrita é uma forma de dar forma ao invisível — sentimentos, ideias e sonhos que ganham corpo através das palavras. É um espaço onde a imaginação se encontra com a realidade e cria algo novo.

Escrever para crianças é, em particular, um acto de cuidado e responsabilidade. É falar com olhos que ainda estão a descobrir o mundo e oferecer-lhes não só histórias, mas também caminhos para pensar, sentir e sonhar. É semear curiosidade, empatia e coragem, sabendo que cada palavra pode acompanhar o leitor muito para além do momento da leitura.

O que inspirou esta sua obra?

Foi a curiosidade e a criatividade das crianças que encontro no meu dia a dia. Muitas vezes, enquanto fotógrafa, as crianças pedem-me para serem elas a segurar a câmara e fico fascinada com esse impulso natural de explorar, criar e contar histórias. Este livro nasceu desse encanto… A vontade de alimentar essa curiosidade e mostrar que a imaginação não tem limites, seja com palavras, seja com fotografias.

Que livros é que a influenciaram como escritora?

Difícil escolher! Mas diria “O principezinho”.

Em que altura da sua vida descobriu essa vocação?

Desde que aprendi a ler e escrever que a escrita faz parte de mim. Os meus pais sempre me incentivaram a pôr a escrita em dia! Lembro-me de inventar histórias para a minha sobrinha, ainda antes de ela nascer, e de lhe ler mesmo quando estava na barriga da minha irmã. Era uma forma de criar laços e testar a minha criatividade. Com o tempo, essa paixão cresceu e agora decidi dar asas à imaginação. 

Como é o seu processo criativo?

O meu processo criativo começa sempre com a observação. Gosto de reparar nos gestos, nas perguntas e na forma como as crianças olham para o mundo. Muitas vezes é aí que encontro as melhores ideias. Depois, deixo-me levar pela imaginação, como se estivesse a brincar com as palavras e as imagens ao mesmo tempo. No caso de “O Click da Clara”, inspirei-me em momentos reais, como o entusiasmo das crianças ao segurar a câmara, e a partir daí fui construindo uma história que mistura realidade e fantasia, sempre com o objectivo de despertar curiosidade e criatividade.

Onde podemos encontrar o livro à venda?

De momento ainda não fiz o lançamento oficial do livro, porém já se encontra disponível para venda. Quem tiver interesse em comprar pode entrar em contacto comigo através das redes socias, Instagram e Facebook, @ritavaleriophotography.

Tem algum tema predominante neste livro?

A importância da família, da fotografia e criar memórias. 

Tem outros projectos em carteira que gostaria de dar à estampa?

De momento não! Mas certamente que virão muitos mais. 

Viagem?

Tailândia.

Música?

Música portuguesa.

Quais os seus hobbies preferidos?

Caminhar na natureza, ler, passear…

Se um dia tivesse de entrar num filme, que género preferiria?

Terror.

O que mais aprecia nas pessoas?

Gosto de quem é curioso, generoso, humilde e genuíno.

O que mais detesta nelas?

O que menos aprecio nas pessoas é a falta de empatia e de respeito pelos outros. Acredito que todos temos formas diferentes de ver o mundo, mas é importante ouvir, compreender e valorizar essas diferenças.

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