O Governo lançou, em Manteigas, no distrito da Guarda, três linhas de apoio no valor global de 10 milhões de euros para as empresas do setor do turismo dos territórios afectados pelos incêndios do verão.
No âmbito do plano de apoio e recuperação económica das zonas do país mais afectadas pelos incêndios, o Turismo de Portugal apresentou nesta vila do coração da serra da Estrela, numa sessão que contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, as linhas de apoio às empresas e aos territórios afetados pelos incêndios e uma campanha promocional de aldeias e vilas do interior intitulada “Grandes em…”.
As três ajudas financeiras que constam da resolução aprovada pelo Conselho de Ministros, disponibilizam três milhões de euros para apoio à tesouraria das empresas, cinco milhões de euros para a qualificação da oferta e dois milhões de euros para transformar o turismo no território (para entidades públicas e também de natureza associativa).
A secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, referiu à agência Lusa que a resolução do Conselho de Ministros inclui várias medidas, de várias áreas, e hoje, em Manteigas, foi apresentada a parte relativa à área do Turismo, que encerrava quatro dimensões (as três linhas de apoio e a campanha promocional).
Segundo a governante, os instrumentos disponibilizados são “muito competitivos”, são “bastante interessantes” e correspondem às preocupações que os empresários demonstraram numa reunião realizada recentemente em Manteigas.
“Eu espero que, muito em breve, possamos estar aqui novamente, justamente a celebrar os contratos e a conhecer os projectos que serão objecto deste financiamento”, declarou.
Rita Marques assumiu que tem “muitas” e “boas” expectativas em relação ao aproveitamento das verbas pelos empresários do sector do turismo.
Na mesma sessão, o Turismo de Portugal apresentou a campanha “Grandes em…”, que aposta na divulgação de aldeias e vilas do interior e mostra as especificidades dos diferentes territórios, em particular dos mais afetados pelos incêndios, nomeadamente a serra da Estrela.
A campanha vai ser feita através de meios digitais no mercado nacional e internacional, a começar por Espanha.
A iniciativa, segundo o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, visa “colocar aldeias e vilas nos destinos turísticos do mundo”.
O responsável referiu que as medidas apresentadas pretendem “repor a normalidade” da actividade turística nos territórios e “aumentar a sua resiliência”.
Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, disse na sessão que as medidas expostas são importantes para a região e uma oportunidade para que o território seja mais competitivo e atractivo.
O presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, Luís Tadeu, anunciou que aquela entidade está a preparar um plano de promoção da região, que não se restringe apenas aos seis concelhos afectados pelos incêndios, mas a toda a sua área.
Por sua vez, o autarca de Manteigas, Flávio Massano, afirmou que a serra da Estrela é “uma das principais marcas” do país e o seu território “está vivo”.
O grande incêndio na serra da Estrela deflagrou no dia 06 de Agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e rapidamente alastrou a outros concelhos da zona da serra da Estrela.
De acordo com os dados governamentais, este fogo consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), sendo que o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para este território, a qual vigora durante um ano.
No dia 15 de Setembro, o Governo também aprovou medidas no valor de 200 milhões de euros para aplicar nos concelhos com maior área ardida este ano em Portugal.
Além dos municípios da serra da Estrela (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia), também são elegíveis para estes apoios os municípios de Carrazeda de Ansiães (Bragança), Mesão Frio (Vila Real), Murça (Vila Real), Vila Real, Albergaria-a-Velha (Aveiro), Alvaiázere (Leiria), Ansião (Leiria) e Ourém (Santarém).