Actualmente, existem mais de 200 associações e grupos de dadores de sangue em todo o país, que têm como dirigentes associativos pessoas com a missão de ajudar o próximo através da dádiva de sangue.
Na região, um dos grupos benévolos mais dinâmicos está a assinalar os seus 24 anos. Fundado a 15 de Dezembro de 1996, pela mão de Mário Gomes, o Grupo de Dadores de Sangue de Pernes desde então não parou de salvar vidas.
“É, de facto, um longo caminho”, reconheceu ao Correio do Ribatejo o dirigente e fundador do grupo à margem de mais uma iniciativa de recolha que aconteceu na passada sexta-feira, dia 11 de Dezembro, entre as 9:00 e as 13:00, na Casa do Campino, em Santarém.
Esta acção, inserida nas comemorações do aniversário do GDSP aconteceu em parceria com o Correio do Ribatejo que há largos anos se associa a esta iniciativa solidária.
“São 24 anos de uma actividade intensa. Já foram muitos milhares aqueles homens e mulheres que estenderam o seu braço e doaram um pouco de si para ajudar o outro”, disse ainda Mário Gomes.
“Temos dito que, pelo menos por um dia, o sangue doado em Portugal é proveniente do nosso grupo. Conseguimos ter sempre mais que 1000 dádivas efectivas. Ora se Portugal gasta 1000 unidades de sangue por dia, um desses dias é fruto do nosso trabalho”, afirmou.
“As pessoas tem aderido bem a este movimento e, na nossa zona, todos os grupos trabalham muito bem. Todos fazem o seu melhor para que o nosso concelho e o nosso distrito possa ser um marco no movimento da dádiva de sangue pelo país fora”, acrescentou o responsável.
E, mesmo num ano atípico como este o Grupo manteve a sua actividade e teve de se reinventar, de certa forma, procurando novas parcerias e locais alternativos para as recolhas.
“Fazíamos recolhas regulares na unidade móvel junto ao Hospital de Santarém, mas, devido ao Covid-19, tivemos que alterar o local de recolha. Recorremos à União de Freguesias da Cidade de Santarém que disponibilizou a escola primaria perto da Escola D. João II e à Câmara, que nos cedeu a Casa do Campino”, explicitou.
“Inicialmente”, continuou, “começámos o ano com um número bastante significativo de dadores. Chegamos a ter 75 a mais em relação ao ano anterior. Depois, chegou Março, Abril e Maio em que esses números decresceram e tivemos o inverso….”, contou ao nosso jornal.
Contudo, o espírito solidário venceu o receio inicial, diz Mário Gomes, assegurando que entretanto, o grupo já conseguiu recuperar e os números “já são superiores aos do ano anterior”, mesmo numa altura “extremamente atípica”.
Os 24 anos do GDSP foram assinalados com uma missa em memória dos dadores já falecidos, no dia 20 na Igreja de Pernes, e uma recolha de sangue na Escola D. Manuel I, em Pernes, contando com a habitual colaboração de uma equipa do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.