Carlos Guedes de Amorim entregou, na Câmara de Santarém, um projecto de arquitectura para a construção de Capelas Mortuárias em terreno municipal disponível junto ao Cemitério dos Capuchos.

O arquitecto tem defendido, por várias vezes, esta posição, considerando ser esta a solução que menos onera o erário público.

“De facto, a minha sugestão para que as salas mortuárias sejam construídas no terreno municipal disponível no Cemitério dos Capuchos não é de agora. Foi claramente expressa com mapa de localização a cores, em artigo de opinião publicado neste mesmo jornal em 5 de Abril de 2019, mapa esse que voltou a ser publicado em reportagem do CR datada de 29 de Novembro”, disse ao Correio do Ribatejo.

Deixando expresso que nada tem a obstar “contra a existência de outras salas mortuárias na cidade”, Guedes de Amorim defende que o cemitério da capital de distrito também deve ter Capelas Mortuárias “dentro da sua área e não fora dela”.

“Claro, a partir do momento em que a autarquia decidiu que o cemitério de Santarém se vai manter nos Capuchos, há que dotá-lo de todos os equipamentos em falta: o Crematório, já em construção e as Salas Mortuárias. Ora, o Cemitério dos Capuchos dispõe de uma área com características ímpares para a implantação das Salas Mortuárias, já que se situa à ilharga do Largo dos Capuchos, onde está o parque de estacionamento e tem uma vista deslumbrante sobre o rio Tejo, o Vale do Alfange e a área mais monumental do centro histórico da cidade: Alcáçova do castelo, Templo de S. João do Alporão, Torre das Cabaças, Igreja da Graça”, refere o responsável.

Na sua óptica, esta localização ímpar “permite projectar umas salas mortuárias com um conceito contemporâneo que renega o habitual espaço único, a mais das vezes soturno e sem janelas, antes proporciona o máximo de condições de tranquilidade e de recolhimento aos familiares, em sala própria e intimista, ficando os acompanhantes numa outra, ambas com uma vista deslumbrante e calma sobre o que Santarém tem de melhor”.

“Quando soube que o presidente da Câmara admitia vir a construir outras salas mortuárias, para além das que anunciou na última assembleia municipal [na zona de São Pedro], disse-lhe que iria oferecer ao meu município o projecto das Salas Mortuárias para o cemitério dos capuchos. Fi-lo 15 dias depois”, transmitiu ao nosso jornal.

“Atendendo à reconhecida urgência, a totalidade dos projectos para a construção das Salas Mortuárias pode estar concluída no prazo de 90 dias”, acrescenta ainda.

“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para “anunciar” que já está em preparação uma argumentação, tão à moda de Santarém, para inviabilizar a solução proposta: a de que não se pode construir naquele local porquanto se trata de uma área de salvaguarda das barreiras da cidade. Pois bem, na solução proposta, as salas mortuárias assentam no Largo dos Capuchos e balançam-se sobre a plataforma onde se encontra o edifício municipal de serviços cemiteriais, plataforma essa onde se projecta assentar 8 apoios. Mas quero acreditar que o mais elementar bom senso irá prevalecer. Na rua de Santa Margarida, está finalmente a decorrer a obra de construção de um miradouro, proposto por mim e aprovado, há 20 anos !!, obra essa que se estende às barreiras de Santarém. Ora, os únicos e singelos 8 apoios das salas mortuárias, não assentam nas barreiras, mas na plataforma municipal que as antecede: dois pesos? Duas medidas?”, interroga.

Conforme o Correio do Ribatejo noticiou, na edição de 7 de Fevereiro, o conhecido arquitecto de Santarém esteve na reunião camarária do dia 3, onde entregou à vereação, em formato digital, plantas de localização e projectos, pedindo que sejam avaliados.

Na resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves revelou que já foram negociados terrenos junto ao cemitério para instalar duas Capelas Mortuárias e aumentar a área de estacionamento, até tendo em conta a entrada em funcionamento do crematório, actualmente em construção.
O autarca prometeu remeter aos serviços a proposta no sentido de obter validação técnica do projecto apresentado pelo arquitecto.

Descrição do projecto
A construção “pisa” uma estreita faixa longitudinal, com cerca de 25 metros de comprimento do Largo dos Capuchos, situada entre as árvores (a manter) e o muro existentes e balança-se sobre o terreno municipal que se espraia numa plataforma que antecede as barreiras do vale do Alfange, para além da base do citado muro. Alberga duas unidades mortuárias, com entradas e apoios independentes, unidades essas que se podem transformar numa só, função do número de participantes expectável em cada velório.

Cada unidade dispõe de uma antecâmara com duas instalações sanitárias para homens e para mulheres, uma das quais preparada para seniores, de uma ampla sala de condolências / acompanhantes e de uma sala de velório, onde se coloca o caixão, reservada a familiares, sala essa dotada de uma instalação sanitária privativa e de uma bancada equipada com máquina de café. Painéis acústicos móveis, permitem separar a sala reservada a familiares da sala de condolências/acompanhantes, (em prol de maiores recolhimento e privacidade), do mesmo modo que permitem separar, ou unir, as duas unidades projectadas.

A fachada virada ao Largo dos Capuchos, é uma parede/muro, branca, onde se abrem unicamente os 2 vãos de entrada nas unidades mortuárias. Já a fachada oposta, para onde dão as salas das duas unidades mortuárias, tem panos de vidro que permitem uma visão panorâmica, muito tranquila, sobre o rio Tejo, o vale do Alfange e o conjunto monumental do centro histórico acima referido.

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