Ainda a democracia vinha longe, já funcionavam nos aglomerados populacionais dos incipientes países de então, os denominados conselhos de anciãos, onde tinham acento os homens de mais idade de cada lugar.
Quando havia algo para dirimir, quando havia decisões de importância para aquela comunidade, ou até, eventualmente, algum assunto particular, era naquele conselho que o povo confiava, porque estava certo de que as suas decisões iriam sobretudo beneficiar todos os que nele confiavam. Não se realizavam eleições.
O assento era exclusivamente escrutinado pelos anos que tinham as suas vidas, pois pensava- se então, que quanto mais idade, mais valor havia na palavra dita.
As suas decisões eram sempre tomadas por consenso e apenas e só, se não chegassem a acordo, o voto de qualidade do mais velho, resolvia a questão. Alguns historiadores indicam que é neles que assentam os pilares da democracia moderna, com a introdução sucessiva de outros critérios de admissão, que não apenas os da idade e que acabam nas listas de candidatos às várias eleições e nos votos de todas as populações, tal como as conhecemos hoje.
Este apelo às raízes democráticas dos tempos antigos, julgo que introduz uma dupla responsabilidade, sobretudo para os eleitos às autárquicas, uma vez que o voto que foi dado por cada eleitor, ainda que proposto quase na sua totalidade à sombra de bandeiras políticas, tem características exclusivas para cada concelho.
A conclusão é aquela que todos já sabem. Nas autárquicas os eleitores pensam mais nas competências dos que se propõem, do que nos partidos; nas da Assembleia da República avaliam-se apenas os partidos e nas presidenciais, apenas os que apresentam a habitar o palácio de Belém.
No que respeita ao nosso concelho, penso que é claro aquilo que o eleitorado tem, reiteradamente, expressado. Queremos candidatos fortes, que estejam em boas condições técnicas para exercerem os respectivos mandatos, seja na sua presidência, seja na dita oposição, mas trabalhando em comum. E a palavra dita é referida e tem cabimento, porque o bem maior do seu mandato, são os interesses do concelho, o denominado o bem comum.
Teixeira Leite – Pedro Ribeiro – Pedro Gouveia – Paulo Caetano – Emanuel Campos – Claudia Afonso – Pedro Correia – Teresa Ferreira – Nuno Domingos
Foi neles que o concelho votou para, em conjunto, tratarem do muito que o município espera da sua acção. O povo diz, que nem tudo o que não começa bem, acaba do mesmo modo. Dos diálogos, dos entendimentos, da valorização do município e sobretudo do trabalho de cada eleito, dependerão os resultados finais.
Por agora, apenas quatro edis têm pelouros distribuídos. Gostariam os leitores de ter outos entendimentos entre eles? A votação diz que sim. Os eleitos nem por isso. Ainda estamos a tempo. Há muito para decidir e fazer bem naquela casa. É tempo de despir os casacos e deixar os emblemas dos partidos à porta.
