O Conselho de Administração (CA) do Hospital de Santarém afirmou estar disponível para analisar a curto prazo as reivindicações dos enfermeiros daquela unidade hospitalar, nomeadamente sobre o processo de progressão nas carreiras.
“Relativamente às progressões na Carreira de Enfermagem, o Conselho de Administração do Hospital Distrital de Santarém, após a reunião com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), comprometeu-se a avaliar a situação a curto prazo, tendo iniciado já um trabalho conjunto com a tutela de modo a esclarecer a situação”, disse a administração hospitalar em resposta à agência Lusa.
Na quinta-feira, o SEP reivindicou um desbloqueamento da avaliação tendo em vista a progressão nas carreiras dos enfermeiros do hospital de Santarém e criticou a ausência de respostas por parte da administração.
“Após cinco meses da primeira reunião com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, e apesar dos compromissos assumidos, tudo continua igual e, em reunião com a administração, no dia 6 de Fevereiro, e perante exigência de respostas aos problemas apresentados anteriormente, constatamos a inexistência de qualquer evolução”, disse à Lusa Helena Jorge, da delegação de Santarém do SEP, tendo feito notar que a ausência de respostas “pode determinar acções de luta” por parte dos enfermeiros.
Segundo a dirigente sindical, em causa estão as avaliações dos anos 2012, em que parte dos profissionais está por avaliar, e os anos 2013 e 2014, nos quais estão por avaliar todos os enfermeiros que trabalham no hospital de Santarém.
Para a sindicalista, a falta de avaliação tem evidentes repercussões ao nível da progressão das carreiras”, mantendo “a grande maioria” dos enfermeiros o ordenado base.
“Inadmissivelmente, e ao arrepio da lei, existem enfermeiros com alegadamente anos não avaliados, ainda que muitos o tenham solicitado e muitos o tenham concretizado, ainda que a administração não os tenha homologado, tendo atribuído apenas 1 ponto quando deveriam ser 1,5 pontos”, disse Helena Jorge, sublinhando que esta é uma “responsabilidade da competência da administração”.
Actualmente com um quadro de 598 enfermeiros, dos quais a grande maioria continua a ganhar o ordenado base, “a administração faz tábua rasa da autonomia que detém, continua a escudar-se na falta de orientações da tutela para resolver os problemas” e, “em consequência, o descongelamento das progressões dos enfermeiros (…) continua a ser uma miragem para a maioria dos profissionais”.
Por outro lado, Helena Jorge criticou um alegado novo tarifário para o estacionamento das viaturas dos profissionais de saúde, recusando o SEP o pagamento do parque à hora.
Questionada pela Lusa, a administração da unidade hospitalar deu conta que, “no contexto de requalificação do Parque de Estacionamento do Hospital Distrital de Santarém, o Conselho de Administração em conjunto com o SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), terão em conta as melhores soluções de pagamento, para utentes e profissionais, num quadro económico sustentável”.
Para a dirigente sindical, a proposta deixada ao Conselho de Administração é que os enfermeiros paguem um valor fixo anual, um cartão de estacionamento, a exemplo do que já sucedeu, com “valores justos e comportáveis”.
Em comunicado, o SEP refere que “a administração ficou de dar uma resposta” até dia 20 de Fevereiro sobre as questões colocadas, “dia em que os enfermeiros irão decidir eventuais formas de luta que poderão passar por greve e recusa ao trabalho extraordinário”.