O Conselho Europeu de Inovação vai apoiar com 14,5 milhões de euros quatro projectos portugueses ligados à inteligência artificial, à medicina regenerativa, à virologia e à aquacultura, anunciou a Comissão Europeia em comunicado.
Um desses projectos inovadores, apoiado com 4.2 milhões de euros, é liderado pelo investigador escalabitano Miguel Castanho, na área de combate a vírus de grande perigo.
O ‘NOVIRUSES2BRAIN’ tem como objectivo “desenvolver e seleccionar fármacos que sejam eficazes e capazes de transpor as barreiras placentária e hematoencefálicas, alcançando o cérebro dos infectados (e seus fetos no caso de grávidas) para que o Zika, Dengue, Chikungunya e outros vírus, como sarampo e VIH, possam ser “perseguidos” além destas barreiras.
O projecto reúne a experiência e perícia de grupos de investigação de Portugal (Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa), Espanha (Universidade Pompeu Fabra, Barcelona) e Brasil (Universidade Federal do Rio de Janeiro), além de uma empresa alemã (Synovo Gmbh, Tübingen).
“O objectivo é desenvolver um medicamento inteligente capaz de inactivar simultaneamente vários tipos de vírus capazes de se alojarem no Sistema Nervoso Central e provocar complicações neurológicas”, referiu ao Correio do Ribatejo o investigador responsável pelo projecto.
Os restantes três projectos portugueses são o “ChipAi”, coordenado pelo Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, da responsabilidade do investigador Bruno Romeira; o “NeuroStimSpinal”, liderado pela Universidade de Aveiro, que procura novas soluções para lesões na espinal medula; e o “FishAI”, onde participa a empresa portuguesa Biofabics, especialista em engenharia de tecidos tridimensionais, direccionado para a produção sustentável de peixes saudáveis.
Os quatro projectos portugueses estão entre 38 trabalhos científicos que o Conselho Europeu de Inovação vai apoiar com um financiamento total de 124 milhões de euros.