João Correia lançou-se num novo desafio literário com o livro infantil Os Amigos da Tuna, co-escrito com João Velez. A obra, que celebra a amizade e a música, leva os leitores mais jovens numa aventura entre tunas e instrumentos musicais, enquanto transmite valores como a importância da alimentação e da prática desportiva. Em entrevista, João Correia fala sobre o processo criativo, as inspirações pessoais e a ligação profunda entre a sua carreira musical e esta primeira incursão no mundo da literatura infanto-juvenil. João Correia nasceu em Lisboa, em 1991. Aos 5 anos de idade a família mudou-se para Santarém e aí iniciou, ainda muito jovem, os estudos na área da música. Mais tarde, viria a fazer parte da Scalabituna – Tuna do Instituto Politécnico de Santarém. Tem participado em vários projectos musicais, desde a música clássica ao rock, passando por pop/folk, fado e peças de teatro. Actualmente, é músico, letrista e professor. Integra o conjunto musical “Três Bairros”.

Como surgiu a ideia de escrever “Os Amigos da Tuna”? 

A ideia surgiu em Fevereiro de 2024. Tanto eu como o João Velez fizemos parte de tunas, Scalabituna e TUIST, respectivamente. Dada a conjuntura atual das nossas vidas achámos que seria uma boa ideia escrever um livro infanto-juvenil sobre as estórias de um Joãozinho que queria muito fazer uma serenata à sua amiga Maria. 

Houve alguma inspiração pessoal ou foi um projecto que nasceu de uma parceria artística? 

Nós já tínhamos trabalhado juntos em projetos musicais, há uns anos atrás tocámos nos mesmos conjuntos musicais; o João Velez era baixista e eu tocava guitarra. Entretanto, no início do ano, o João Velez lançou-me o desafio para escrevermos uma obra sobre tunas e instrumentos musicais e era impossível dizer que não! Um livro infantil sobre tunas, quem diria?!

Quais os principais temas que gostaria de ver explorados pelos leitores neste livro? 

A importância da amizade é, sem dúvida, o tema que prevalece nos “Amigos da Tuna”. Existem outras temáticas abordadas, tais como a divulgação de diversos instrumentos musicais, a importância de uma alimentação correcta ou até a importância da prática desportiva! Estes Amigos da Tuna são muito saudáveis!

Existe alguma mensagem ou reflexão especial que gostaria de transmitir? 

A importância da música, da amizade e a irreverência da juventude.

Como descreve o processo criativo de co-escrever com João Velez? Quais foram os maiores desafios e alegrias dessa colaboração?

A maior dificuldade foi conseguir conciliar as vidas de cada um e ao mesmo tempo produzir esta obra. A maior alegria foi, sem dúvida, poder começar a montar a história, escrever os poemas que estão no livro, compor as músicas que acompanham esta história nas apresentações ao vivo, e por último conciliar tudo com isso com uma bela arte gráfica feita pelo João Maria Ferreira, artista de Santarém que tem um trabalho para lá de excepcional. 

De que forma a sua experiência na música e no grupo Três Bairros influenciou a narrativa deste livro? 

Desde os 9 anos que decidi que queria ser músico. Tive várias fases na minha vida musical e uma delas passou pelo mundo das Tunas, onde tive a oportunidade de conhecer imensas pessoas, pisar muitos palcos e acima de tudo coleccionar boas memórias. Atualmente, nos Três Bairros, acabo por desempenhar um papel ativo na escrita das letras das canções e este livro é composto por um conjunto de pequenos poemas que acompanham cada personagem, consequentemente, esses poemas deram origem a músicas que utilizamos nas nossas apresentações ao vivo. Resumindo, a parte musical assume um papel preponderante. 

Vê alguma relação entre a sua carreira musical e a literária? 

A música acaba por ser uma constante na minha vida e este livro tem uma forte componente musical pois toda a história gira à volta de um conjunto de jovens unidos pelo gosto da música. No entanto, também me agrada distanciar-me um pouco da vertente musical e poder experimentar coisas novas. Gostava de poder escrever sobre diversos temas, tenho sempre muitas ideias e o tempo é escasso!…

Este livro tem um público-alvo específico, como jovens leitores, ou acredita que poderá cativar diferentes faixas etárias? 

“Os Amigos da Tuna” foi escrito a pensar nos mais jovens, mais particularmente dos 2 aos 9. No entanto, acredito que tem tudo para cativar diferentes faixas etárias, até porque os pais e avós terão que ler o livro aos mais pequeninos!  Temos tido inúmeras pessoas de todas as idades a adquirir o livro e a reviver peripécias dos seus tempos de estudante. É caso para dizer: “Oh tempo, volta p’ra trás!!” 

Um título para o livro da sua vida? 

“E mais um ano se passou…”

Viagem de sonho? 

A minha viagem de sonho é ir ao Alentejo, este ano, apanhar azeitona com a minha avó, que já tem 83 anos. Só para poder desfrutar de uma dor de costas de sonho.

Música favorita? 

“Across the Universe” dos Beatles ou o “Pigs” dos Pink Floyd. Esta pergunta é tramada …

Quais os seus hobbies preferidos? 

Leitura. Também gosto de fazer exercício físico, mas não sou grande atleta. Mas pronto… gosto de andar lá aos saltos. 

Se pudesse alterar um facto da história, qual escolheria? 

Ui… aquela final da Taça UEFA que o Sporting perdeu em 2005.

Se tivesse de entrar num filme, que género escolheria? 

Um daqueles a preto e branco! 

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