José Luís Pires, carismático aficionado de Serpa, foi merecidamente homenageado no festival taurino do passado sábado.
Taurino de solera, José Luís Pires foi presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Serpa, em cujo benefício organizou também diversos festivais.
Neste último sábado, o tauródromo apresentava cerca de meia casa e o espectáculo resultou muito interessante. João Moura lidou um novilho do Eng.º Luís Rocha, bem-apresentado e com pouca mobilidade o que dificultou o labor do marialva de Monforte, que, todavia, esgrimindo os seus reconhecidos atributos, esteve em plano muito digno, colocando vistosa ferragem e destacando-se nos últimos ferros de palmo.
Luís Rouxinol lidou o novilho de Falé Filipe e rubricou uma boa actuação, mais expressiva ainda pelo facto de haver estreado duas montadas, que deixaram muito boas indicações. Recebeu o hastado com o Olimpo, que lhe permitiu colocar vistosa ferragem comprida, e montando a égua Nazaré cumpriu uma actuação de alto nível, muito apreciada pelo respeitável, que vibrou ainda mais com o último ferro de palmo.
Filipe Gonçalves enfrentou um novilho da Condessa de Sobral e desenvolveu uma interessante lide, em tom crescente, destacando-se na alegre brega com que preparou os curtos e rematou a sua agradável lide colocando um vistoso par de bandarilhas que o público aplaudiu com muito entusiasmo.
António Brito Paes regressou às arenas após quase dois anos sem tourear, circunstância que não transpareceu, tão qualificado foi o seu labor. Se não esteve ao nível habitual na colocação dos ferros compridos, já o mesmo não se pode dizer a respeito da ferragem curta, colocada em sortes frontais muito bem preparadas, entrando ao piton contrário e rematando-as com bonitos adornos. O novilho de Varela Crujo cumpriu bem e o jovem marialva bem fez por o merecer.
António Prates lidou o quinto exemplar do festejo, pertencente à ganadaria Ascensão Vaz, que teve mobilidade, embora saísse escasso de forças. Este pormenor não ajudou o cavaleiro que teve alguma dificuldade em colocar bem a ferragem, especialmente a curta, culminando a sua actuação com um bom ferro de palmo.
António Ribeiro Telles (Filho) enfrentou um novilho complicado, pertencente à ganadaria Condessa de Sobral, porém o jovem cavaleiro da Torrinha não se encolheu e desenvolveu uma excelente actuação.
Esteve muito bem na colocação dos ferros compridos, destacando-se o terceiro, e nos curtos brilhou na forma como desenhou as poderosas sortes frontais e como cravou a ferragem da ordem. Assim se toureia.
As pegas estavam cometidas aos Grupos de Forcados Amadores Real de Moura, de Cascais e de Beja, que solveram dignamente a sua missão.
Pelo Real Grupo de Moura foram solistas Ismael Amador, que concretizou a sua sorte ao terceiro intento, e Mário Rosa, que apenas logrou consumar a sua sorte à quinta tentativa, tendo suportado violentas viagens nas anteriores tentativas, especialmente na terceira.
Pelos Amadores de Cascais, João Galamba consumou uma boa pega ao primeiro intento, e Ricardo Silva consumou rija pega ao quinto da ordem, à segunda tentativa, com boa ajuda do Grupo.
Pelos Amadores de Beja, Paulo Moreno fechou-se bem e contou com boa ajuda do Grupo para concretizar a sua sorte ao primeiro intento, e Thierry Gonçalves, apenas logrou pegar o último novilho da tarde, o mais complicado do Festival, à quarta tentativa e em sorte sesgada, com empenhada ajuda do Grupo.
O espectáculo foi dirigido com competência por Agostinho Borges, assessorado pelo médico-veterinário Dr. Carlos Santana.