A maioria das empresas questionadas pela Associação Empresarial da Região de Santarém não recorreu ao ‘lay-off’ em 2020 e prevê manter os postos de trabalho, mas não acredita numa normalização da actividade nos próximos três meses.
No quarto inquérito à actividade económica no âmbito da pandemia covid-19, a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) concluiu que 65% dos seus associados não recorreram ao ‘lay-off’, prevendo 75% manter os postos de trabalho e 21% perspetivam mesmo aumentar o número de trabalhadores.
Neste inquérito, 64,9% dos associados da Nersant declararam não ter recorrido ao ‘lay-off’ em 2020, contra 35,1% que admitiram ter recorrido a este mecanismo.
No caso das empresas que recorreram, 48,3% afirmam que estiveram neste regime mais de 76% dos seus colaboradores, sendo que em 20,7% a medida abrangeu entre 51 e 75% dos trabalhadores, 17,2% menos de 25% dos colaboradores e 13,8% entre 26 e 50% dos seus trabalhadores.
De acordo com o inquérito, actualmente estão em ‘lay-off’ 13,9% das empresas, tendo 86,1% afirmado não estar neste regime.
Das empresas que recorreram ao ‘lay-off’, só 26,5% perspectivam continuar a recorrer a este mecanismo depois de julho, contra 73,5% das empresas.
Quantos aos efeitos, num futuro próximo, na força de trabalho, 75,3% das empresas preveem manter os postos de trabalho e 20,6% esperam mesmo aumentar, sendo que apenas 4,1% das empresas perspetivam uma diminuição.
Em termos de actividade, 50% dos inquiridos dizem estar a laborar a mais de 76% e 20,3% referem estar a trabalhar entre 51 e 75%, estando 14,9% das empresas a laborar a menos de 25% e percentagem igual entre 26 e 50%.
As associadas da Nersant foram ainda questionadas quanto às quebras em termos de encomendas e novos contratos, tendo 50% afirmado ter tido quebras inferiores a 50%, enquanto 27% não registaram quaisquer quebras e 22,9% responderam ter tido quebras superiores a 50%.
Mais de 70% das empresas inquiridas acreditam que a normalização da actividade ocorrerá num prazo superior a 90 dias, 20,3% esperam que aconteça num prazo superior a 30 dias mas inferior a 90 dias e 9,4% num prazo inferior a 30 dias.
A Nersant analisou ainda, no inquérito, que tipo de financiamento as empresas entendem ser mais importantes, tendo 34,9% referido o financiamento a fundo perdido de acordo com a quebra de faturação de 2020.
Segue-se o financiamento para apoio ao investimento (31,8%) e financiamento à tesouraria (30,3%).
Apenas 3% das empresas entende que o financiamento mais importante é o financiamento para reforço dos capitais próprios.
O inquérito abordou ainda as moratórias, com 47% das empresas a afirmarem que devem ser prolongadas por mais nove meses, enquanto 33,3% defendem o seu prolongamento apenas para os setores que foram obrigados a encerrar no estado de emergência e 13,6% só para as empresas que apresentem resultados negativos em 2020, enquanto 6,1% entendem mesmo que as moratórias não devem ser prolongadas, em qualquer circunstância.
Com os inquéritos lançados no início da pandemia, a Nersant visa acompanhar a evolução da atividade das empresas e a forma como estão a utilizar alguns instrumentos de apoio, bem como apresentar propostas junto das entidades oficiais a partir da informação obtida, afirma o comunicado da associação.