O professor e jornalista Manuel Fernandes Vicente apresentou, no passado dia 13 de Julho, na cidade de Entroncamento, o livro O Vento das Sete Serras, uma compilação de textos, uns já publicados, outros ainda inéditos, muitos deles acompanhando as caminhadas e reflexões a propósito do autor pelas montanhas do país, e em que o Ribatejo está presente de uma forma que predomina.

Com a sala do Centro Cultural do Entroncamento cheia de amigos, colegas e alunos e antigos alunos, para além da família do autor, a sessão de lançamento teve a dinamização da vereadora do município local Tília Nunes e dos docentes Maria José Ventura e José Manuel Ventura, para além, naturalmente, do autor.

Tília Nunes abriu a sessão destacando alguns aspectos e singularidades da personalidade de Manuel Fernandes Vicente, destacando que, sendo “professor de Matemática, tem sensibilidade para as letras e para as palavras, e quando escreve surpreende-nos pela profundeza da pesquisa constante da sociedade, é uma escrita que acompanha os valores que defende como bons para a sociedade”.

O casal Maria José Ventura e José Manuel Ventura, docentes de Português na Escola Secundária do Entroncamento, fizeram em seguida, e em cooperação, uma análise detalhada de O Vento das Sete Serras, tendo a docente destacado com alguma emoção que a escrita do autor é um convite para se fazer um “percurso pessoal através da humanidade que há nele, mas que fala sobretudo de nós”. José Ventura destacou alguns dos diversos textos que constituem o livro, notando as características transversais que o percorrem, os mistérios que ainda vivem nas serras e, sobretudo, o espírito de alguns sítios, onde se escreve sobre esses lugares e sobre a sua dimensão humana.

Manuel Fernandes Vicente fez a apresentação do seu quinto livro optando pela apresentação de um PowerPoint, que constituiu como que uma janela entreaberta para darmos uma espreitadela para dentro do seu trabalho, e que foi acompanhando com comentários e reflexões que as imagens, captadas sobre temas abordados em O Vento das Sete Serras, lhe foram sugerindo. “Para descobrirmos temos de nos perder, porque se formos sempre agarrados ao corrimão chegamos em segurança mas não vamos a lado nenhum”, referiu o autor, notando que há nas montanhas de Portugal, todas com as suas singularidades, uma enorme inteligência colectiva dos povos que nelas sobrevivem e sabem retirar proveito e dar sentido. E, deste modo, Manuel Fernandes Vicente, foi apresentando diapositivos que testemunhavam esse engenho das pessoas das serras (como nos casos dos Telhados de Água, das serras de Aire e Candeeiros, ou no Covão dos Conchos, na Serra da Estrela”).

“Nas serras também se definiu a nossa condição de sermos portugueses, na verdade, herdeiros de culturas que se combateram por longos anos”, observou o autor, enquanto um passeio de imagens passava pelo écran do Centro Cultural, conduzindo os muitos presentes às originalidades da Serra da Freita e de Montejunto, aos moinhos e minas abandonadas, às jans e aos caminhos de sirga ao longo do Tejo, entre mais alguns trilhos que nos ajudam a perder-nos, afinal, e como garante o autor, a melhor forma para nos testarmos e nos encontrarmos a nós e à nossa verdade.

Leia também...

A herdade no Alviela e o pergaminho que ia para o lixo

Pergaminho do século XII salvo do lixo em Vale de Figueira.

Sete doces regionais do distrito de Santarém nos nomeados às 7 Maravilhas Doces de Portugal

Os Arrepiados e os Celestes de Santarém, o Bolo de Cabeça e…

Lenda da Sopa da Pedra chega às crianças de todo o mundo através da Expo 2020 Dubai

A lenda da Sopa da Pedra, prato típico de Almeirim, foi incluída…

Bordalo II instala poupa gigante no Centro Histórico de Santarém

Artur Bordalo da Silva “Bordalo II” (à esquerda na foto) e a…