O mau tempo que afectou o país em Dezembro provocou estragos de cerca de 1,1 milhões de euros no concelho de Abrantes.
Em comunicado, o autarca, Manuel Jorge Valamatos, indicou que os estragos foram maiores nas freguesias de Aldeia do Mato e Souto, Rio de Moinhos, Martinchel, Abrantes e Alferrarede (Abrançalha e Sentieiras) com o transbordo do leito de ribeiras a provocarem a “destruição de margens, valetas, arruamentos e condutas de água e danificação de muros de suporte”, entre outros.
O autarca referiu ainda a “destruição de pontões e passagens hidráulicas, destruição de parte do talude em aterro, e transbordo do leito da linha de água com inundação do parque de merendas da praia fluvial de Aldeia do Mato”, como alguns dos estragos identificados como sendo de maior gravidade.
Manuel Jorge Valamatos adiantou que o resultado do primeiro levantamento realizado pelas equipas técnicas da câmara foi remetido à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), entidade que está a elencar os prejuízos junto de cada um dos 13 municípios que a integram para que, na base da concertação também com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a região esteja posicionada para eventual enquadramento de medidas de apoio do Governo que possam surgir para minorar os prejuízos causados.
Na mesma nota, o autarca dá conta que o levantamento em causa “reporta-se a danos estruturais em infraestruturas” e que “a estimativa não inclui, entre outras, situações de derrocadas, danos em passeios – situações que os serviços municipais estão a repor por administração directa – ou problemas nas condutas de abastecimento de água que, sendo situações urgentes, os Serviços Municipalizados procederam ao restabelecimento dos mesmos”.
Nesse sentido, nota, “o apuramento dos prejuízos poderá ultrapassar a verba indicada” de 1,1 milhões de euros.
Manuel Jorge Valamatos disse “esperar que o Governo central disponibilize apoios específicos para estes prejuízos em infraestruturas”, já que estes são “valores muito elevados e incomportáveis para as Câmaras” afectadas.
Na sequência do fenómeno meteorológico que afectou o país em Dezembro de 2019 pela depressão meteorológica “Elsa”, e verificando-se que alguns dos municípios têm prejuízos significativos, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) está a proceder a um levantamento dos mesmos para eventual enquadramento de apoio que venha a ser decidido pelo Governo, listagem que deverá estar concluída até ao final da presente semana.
A identificação dos prejuízos e dos custos decorrentes de intervenções de emergência junto de cada um dos 13 municípios do Médio Tejo, serão, numa primeira fase, enviados à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), disse à Lusa fonte da CIMT.
Com uma população na ordem dos 250 mil habitantes, a CIMT é composta pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.
Os efeitos do mau tempo provocaram três mortos e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre os dias 18 e 20, a que se juntou no dia 21 a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede eléctrica, afectando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.