A plataforma curatorial Projecto para a Afirmação do Novo e a agenda/repositório
didáctico Escola em 3, em parceria com a Junta de Freguesia de Pernes, a Associação Pernes Medieval e a residência de criação Casa da Tia+Quintal apresentam no fim-de-semana de 3, 4 e 5 de Setembro, em Pernes, o trabalho de Miguel Pacheco Gomes enquanto Artista Visual. A exposição reúne uma série de objectos factuais, mais ou menos comuns, mais ou menos normais, mais ou menos relacionáveis com um princípio de Arqueologia e/ou Arquivística pura. O Correio do Ribatejo esteve à conversa com Miguel Pacheco Gomes para conhecer um pouco mais sobre a iniciativa.

Em que consiste este projecto?
Basicamente este projecto consiste numa proposta expositiva dentro das Artes Visuais… Que teve/tem por base/guia dois preceitos artísticos surgidos pós-década de 1960. A arte Povera e a Conceptual. Dois movimentos que convocaram/implementaram na produção artística uma tentativa não clara ou por vezes, o mais clara possível, daquilo que pode ser a apresentação de uma ideia, de um pensamento e de uma matéria/material que se quer tornar/ver reconhecido como Arte… Numa tentativa de eliminar paredes entre a Arte e o quotidiano das sociedades.

Como foi estruturada a exposição?
A exposição foi estruturada – enquanto produção – numa parceria entre a plataforma/produtora curatorial Projecto para a Afirmação do Novo (http://www.projectoparaaafirmacaodonovo.tk), a agenda/repositório/activador de Design e Arte em/e para escolas Escola em 3 (http://www.escolaem3.tk) e a residência de criação artística, Casa da Tia+Quintal (http://casadatia.tk), com o apoio da Junta de Freguesia de Pernes e a Associação Pernes Medieval. A exposição, em si, reúne/apresenta uma série de peças mais ou menos comuns, mais ou menos normais, mais ou menos relacionáveis com um princípio de Arqueologia e/ou Arquivística pura. Disciplinas ligadas à obtenção, reunião e tratamento de objectos/dados; sua ordenação e guarda…

Que opinião tem sobre o panorama das artes visuais?
Bem… se for municipalmente, que pretende que fale, acabaríamos esta resposta a chorar… De facto Santarém (enquanto poder político) tem tido muito pouca imaginação e demonstrado uma enorme falta de saber fazer, não só na área artística.O panorama/os agentes das/nas artes visuais parecem acabar por estar – sempre – muito dependentes, desse mesmo poder… E ao mesmo tempo com muito pouca vontade de se apresentarem/conseguirem ser seres autónomos, independentes e talvez auto-suficientes. E enquanto panorama, não sei o que lhe diga, pois há sempre muitos panoramas. Contudo, pouca produção.

É um dos responsáveis do Arquivo Sonoro/Pernes/Sound Archive. Qual é a importância deste projecto?
Parece-me, quase imprescindível responder-lhe recorrendo a John Berger e Anselm Jappe quando referem que “A arte é uma expressão da nossa sensação de que o que existe é insuficiente – e de que não somos obrigados a aceitá-lo com gratidão.” E, tendo em conta que “ter acesso permanente e gratuito à música ou ao videoclipe mais recente pode ser giro – mas a alimentação, o aquecimento, a habitação não são descarregáveis e estão, pelo contrário, sujeitos a uma rarefacção e a uma comercialização sempre acrescidas”, nenhuma.

Leia também...

Arquivo-Biblioteca Ephemera aumenta capacidade com novo armazém

O Arquivo-Biblioteca Ephemera contar com um novo armazém, no Parque Empresarial do…

Centro Cultural de Santarém com fotografia, exposição e ‘Tempero à Mesa’

O Centro Cultural Regional de Santarém (CCRS) promove no próximo sábado, 1…

Alunos do Curso de Artes do Espectáculo da escola Ginestal Machado representam no Centro Histórico

Os alunos do curso de Artes do Espectáculo da Escola Secundária Dr.…

Bordalo II instala poupa gigante no Centro Histórico de Santarém

Artur Bordalo da Silva “Bordalo II” (à esquerda na foto) e a…