O ministro da Educação destacou, esta terça-feira, dia 12, a importância de democratizar a cultura através do ensino, exemplificando com o Plano Nacional das Artes, que já chegou a 465 agrupamentos de escolas.

“Nós temos um desígnio muito claro de fazer com que as nossas escolas sejam espaços de fomento de cultura, de fomento de públicos, de acesso mais democrático à cultura, e temos vindo a realizar isso através do Plano Nacional das Artes (PNA)”, disse João Costa, à margem da inauguração da requalificação da Escola Básica Professor Abílio Madeira Martins, em Minde, no concelho de Alcanena.

No dia do arranque do ano lectivo, o governante, que se fez acompanhar em Minde do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lembrou que o projecto começou em 2019 com 65 Agrupamentos de Escolas (AE) e sublinhou que “hoje são 465” os agrupamentos envolvidos, entre os quais o de Alcanena.

“São escolas com projectos culturais, residências artísticas, parcerias com teatros locais e nacionais e com os mais variados agentes culturais para podermos ter, de facto, um desenvolvimento integral das crianças porque, sem arte, somos necessariamente incompletos”, afirmou João Costa. 

No âmbito do PNA, o ministro indicou a participação de “197 artistas residentes, 350 recursos digitais, 136 municípios e 125.000 alunos”, tendo dado conta de que, no âmbito da I Bienal Cultura e Educação estiveram envolvidos “420 projectos artísticos, culturais e patrimoniais, 570 parceiros e 80.000 participantes” (incluindo alunos).

No Plano Nacional de Cinema, notou, estão envolvidos 570 AE, com 6.027 sessões de cinema realizadas e 36 dossiês pedagógicos publicados, tendo ainda apontado o trabalho no Plano Nacional de Leitura e o financiamento a AE para aquisição de livros, com 22.000 livros e 343 Agrupamentos de Escolas financiados.

João Costa destacou ainda os projectos de Programação e Robótica, Selo Escola Sem Bullying / Escola sem Violência, e Estudo em Casa Apoia, este último com 4.063 conteúdos educativos digitais produzidos.

No caso concreto da escola de Minde, que tem cerca de 120 alunos do pré-escolar e 1.º ciclo, as actividades ambientais e ligadas às artes e história local foram referenciadas pela directora do Agrupamento de Escolas, Ana Cohen, na visita guiada ao estabelecimento de ensino, tendo o minderico (linguajar típico local),  a música, a dança, a pintura, o cinema e o teatro, a par de atividade ligadas à criatividade e ao despertar da sensibilidade sensorial dos alunos, sido fio condutor e ilustrativo do trabalho ali desenvolvido no âmbito do PNA. 

O ano lectivo 2023/2024 arrancou terça-feira para cerca de 1,3 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano, mas muitos não terão ainda todas as disciplinas por faltarem professores nas escolas, tendo o ministro João Costa, questionado pelos jornalistas, reiterado que o problema “está identificado”, numa situação que “não é nova”, tendo indicado que a tutela está a desenvolver várias medidas para tentar superar a questão.

“A falta de professores não é nova, estamos a desenvolver várias medidas para superar este problema, estando circunscritas a determinada zona do país onde houve menos capacidade formativa e onde há custos de habitação mais elevados”, disse o governante, que enalteceu “todas as escolas e professores que estão a trabalhar e o milhão e trezentos mil alunos que assinalam hoje o regresso às aulas”, e recusado “dar visibilidade a uns poucos que querem paralisar as escolas”, quando questionado sobre as greves anunciadas. 

A requalificação da Escola Básica Professor Abílio Madeira Martins, em Minde, foi inaugurada, após a conclusão de um investimento do município de Alcanena superior a um milhão de euros e que contou com apoios comunitários de 85% via FEDER, do Programa Operacional Centro 2020.

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