A Santa Casa da Misericórdia de Santarém assinalou esta manhã os 60 anos de existência da Monumental Celestino Graça, inaugurada a 7 de Junho de 1954.
A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Santarém mandou proceder a obras de conservação e de pintura em todo o exterior da Praça de Touros que foram hoje inauguradas e perpetuadas com o descerramento de uma placa alusiva pelo provedor, José Miguel Noras e vice-provedora, Maria de Lurdes Asseiro.
Perante irmãos e utentes da Misericórdia, bem como responsáveis da empresa Sector 9 que explora a Praça, José Miguel Noras fez uma abordagem histórica dos factos que estiveram na origem do surgimento da Praça, bem como de todos os que contribuíram para que esta fosse uma realidade há precisamente 60 anos e que hoje igualmente homenageou.
Agora que a Praça recebeu obras e conservação e pintura no exterior, o provedor pretende que seja tratado o espaço em redor da Monumental, uma faixa de cerca de 12 metros que deverá ser qualificada pela autarquia Scalabitana a tempo das Festas da Cidade do próximo ano, em Março.
Descartando qualquer intenção da venda do edifício, bem como a sua “descaracterização”, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém sublinhou: “não nos obriguem a destruir o que foi feito há 60 anos que no fim de contas é um património que merece ser acautelado”.
José Miguel Noras citou o Professor José Manuel Fernandes que em diferentes artigos se referiu à Monumental Celestino Graça como “único exemplo de modernismo” dentro da arquitectura brutalista que caracteriza o monumento que Santarém quer ver como “Património Cultural”.
Não se opondo à recuperação do edifício, o provedor da Misericórdia de Santarém deixa, contudo, um alerta: “para mudar não é preciso destruir, para mudar é sobretudo preciso respeitar”, numa alusão a alguns projectos que foram apresentados para a Monumental Celestino Graça e que sugerem a sua adaptação a um pavilhão multiusos.
A obra hoje inaugurada, de pintura e outros melhoramentos exteriores, ronda os 65 mil euros que deverão ser suportados por alguns contributos privados, nomeadamente em espécie, garantiu José Miguel Noras ao ‘Correio do Ribatejo’.