Mónica Guerra nasceu em Lisboa mas considera-se Ribatejana. Licenciada em Sociologia, define-se como “curiosa e observadora”. Confessando-se uma “leitora compulsiva”, aprendeu a ler e a escrever ainda antes de entrar para a escola primária. Ler sempre foi uma das suas paixões e sempre gostou de escrever, começando por pequenos textos e publicando as suas primeiras histórias nos jornais escolares e no DN Jovem. Publicou o seu primeiro livro “De manhã já te esqueci” (2007), baseado na sua tese de licenciatura, e “A Prometida” (2015). “Inverno” é o primeiro volume de uma colecção que acaba de nascer sob a chancela da Emporium Editora.

Em que altura da sua vida descobriu a vocação para a escrita?
Acho que assim que aprendi a escrever. Sempre gostei de fazer anotações e listas de tudo. Escrevia para estar entretida. Comecei por fazer diários, depois pequenos contos, histórias e por aí fora.

O que inspira a sua obra?
Tudo o que me rodeia. As pessoas, as situações, os lugares.

Como é o seu processo criativo?
Não tenho propriamente um método, mas gosto de escrever durante a noite e não gosto que me interrompam quando estou a escrever. Cada história também tem um caderno próprio, uma espécie de diário daquela jornada, onde tenho as minhas notas, ideias, sugestões, construções de personagens, lugares, etc. De resto, vai fluido conforme a disposição.

Tem algum tema predominante nos seus livros?
Não. Apesar de agora estar a trabalhar numa série de quatro livros ( cujo primeiro é “Inverno”) que têm uma base comum e misturam romance, espionagem e alguns acontecimentos históricos. Como referi a base do livro é a mesma (uma Ordem de espiões) a partir da cada livro ganha as suas personagens, a sua história e o seu tempo. “Inverno” começa em 1853, “Primavera” em 1887 e assim sucessivamente, cada livro vai avançando no tempo e do livro anterior saltam duas a três personagens que serão os protagonistas da nova história que tem o seu início naquela estação do ano. Esta desafio de escrever uma série não estava previsto (Inverno era para ser “filho único”) mas está a ser muito divertido e desafiante, apesar de não conseguir escrever ao ritmo que desejaria.

O que representa para si a escrita?
Liberdade. É a minha catarse.

Que livros é que a influenciaram como escritora?
Cresci a ler a série “Uma aventura”, ainda hoje continuo a completar a colecção, foi sem dúvida um grande impulso para eu escrever. Em cada livro as autoras incentivavam-nos a escrever uma história e eu aceitei o desafio. De resto sou uma leitora compulsiva e já li de tudo um pouco, todos os livros são especiais para mim. Paulo Coelho é um dos meus escritores favoritos, assim como Luís Miguel Rocha, e amo cada um dos livros de Jorge Amado e da Alice Vieira.

Considera que um livro pode mudar uma vida?
Sim. Não duvido e tenho a prova disso. Há um livro que mudou a minha vida e será para sempre o livro da minha vida.

Tem outros projectos em carteira que gostaria de dar à estampa?
Neste momento estou a escrever o segundo livro da série, a “Primavera”, depois há-de de vir o “Verão” e o “Outono”.

Um título para o livro da sua vida?
“Verónica decide morrer” – de Paulo Coelho.

Viagem?
Expresso Transiberiano.

Música imprescindível?
As óperas de Verdi.

Quais os seus hobbies preferidos?
Ler e viajar.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?
O assassinato dos Romanov.

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?
Espionagem.

O que mais aprecia nas pessoas?
Honestidade.

O que mais detesta nelas?
A falsidade.

Acordo ortográfico. Sim ou não?
Não!

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