A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo está a reforçar o combate à vespa velutina (asiática), prevendo a destruição de dois mil ninhos e a instalação de mais de 15 mil armadilhas nos 13 municípios da região, foi hoje anunciado.
Em declarações à Lusa, o secretário executivo da CIM Médio Tejo, Miguel Pombeiro, deu conta de um aumento exponencial previsto para Setembro de ninhos de vespa asiática na região, dando conta da contratualização de um investimento na ordem dos 400 mil euros para, até 2023, destruir dois mil ninhos e instalar 15.065 armadilhas.
“Desde praticamente meados de abril que a candidatura [a fundos europeus] que foi aprovada está em execução e o objetivo principal é diminuir o impacto que a vespa velutina tem no nosso território e prevenir a sua disseminação”, disse Pombeiro, acrescentando que este ano “parece haver uma manifestação mais tardia relativamente ao aparecimento dos ninhos da vespa velutina”.
Do “ponto de vista da normalidade, é sobretudo agora a partir de Setembro que há a identificação de um maior número de ninhos de vespa velutina” – numa comparação com anos anteriores, está-se agora com um número menor de ninhos identificados, pelo que “é expectável que haja agora um crescimento bastante significativo durante o mês de Setembro”, afirmou.
No relatório que resume a intervenção entre Abril e o final de Agosto, foram identificados e intervencionados 172 ninhos, dos quais 163 já foram destruídos e nove aguardam intervenção. A candidatura de aquisição de serviços divide-se em duas componentes, uma direcionada para a destruição dos ninhos em toda a área de intervenção do Médio Tejo, e uma outra de colocação, manutenção e monitorização de armadilhas artesanais.
Dos ninhos identificados, cerca de 60% (102) foram sinalizados no município de Ourém, seguindo-se Ferreira do Zêzere, com cerca de 22% (37). Há, portanto, uma concentração na zona noroeste do Médio Tejo, mas perspectiva-se que haja um alargamento a outros municípios.
No que respeita aos ninhos intervencionados, cerca de 21% foram ninhos primários e 79% ninhos secundários, sendo de assinalar que 50% dos ninhos foram sinalizados em árvores e 20% em telhados.
A intervenção em curso foi dividida em dois espaços territoriais, com a zona oeste do Médio Tejo a ter instaladas 7.532 armadilhas até 2023 e 1.300 ninhos marcados para destruição nos municípios de Alcanena, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Na zona este, composta pelos municípios de Abrantes, Constância, Mação, Sardoal, Sertã e Vila de Rei, preveem-se 7.533 armadilhas e a destruição de 700 ninhos.
“O principal objectivo da operação, que vai decorrer até 2023, é diminuir o impacto causado pela vespa velutina nas zonas onde já se encontra instalada, prevenir a disseminação da espécie para outras áreas, e erradicar novos focos na região do Médio Tejo, designadamente pelo seu cariz de monitorização e vigilância ativa que se pretende implementar”, sublinhou Miguel Pombeiro, notando que, no que respeita à origem das notificações de ninhos, “cerca de 86% foram por contacto (email/telefone) do cidadão”.
Os especialistas estimam que cada ninho de vespas asiáticas possa comer meio quilo de abelhas autóctones por dia.
A presença desta espécie de vespa foi confirmada em Portugal em 2011, sendo que o principal impacto conhecido desta espécie é a predação das abelhas.