A situação difícil por que estamos a passar é do conhecimento geral. Um fenómeno com que não contávamos ao nível da saúde pública veio condicionar gravemente a nossa vida individual e coletiva e obrigar a severas medidas de contingência.

Cumpre em primeiro lugar expressar o maior respeito e pesar pela perda de vidas humanas e a solidariedade para quem perdeu os seus entes queridos, vitimados por esta pandemia.

Cumpre também manifestar apreço e solidariedade a todos os trabalhadores de primeira linha, que mantiveram o funcionamento de serviços essenciais. Desde logo os profissionais de saúde, mas também os trabalhadores do comércio de bens de primeira necessidade, os profissionais das forças de segurança, os bombeiros, os trabalhadores dos municípios e das freguesias, enfim, todos aqueles que, neste momento difícil tiveram de ser manter em funções para que nada falta aos seus concidadãos.

Mas impõe-se também uma palavra, e mais do que palavras, atos, solidários para com os trabalhadores que perderam empregos e/ou rendimentos devido a esta pandemia, ou a seu pretexto.

A economia foi gravemente atingida. Em alguns setores, de forma dramática. Na hotelaria, na restauração, no setor da cultura, nas empresas que não puderam manter a sua atividade ou que tiveram de a reduzir drasticamente, o impacto tem sido tremendo. Porém, nem todos têm a mesma capacidade económica para responder ao impacto da paralisação das atividades.

Os trabalhadores a prazo que não viram os seus contratos renovados; os jovens em período experimental que são dispensados; os falsos recibos verdes que são lançados no desemprego; as centenas de milhares de trabalhadores lançados em lay-off, os trabalhadores independentes dos vários setores da cultura cujos espetáculos estão paralisados: músicos, cantores, atores, bailarinos, e todos os técnicos que apoiam as suas atividades.

É relativamente a estes profissionais, a quem devemos tanto, que não bastam palavras. É preciso que tudo seja feito pelos poderes públicos para apoiar financeiramente estas profissionais num momento que será certamente dos mais difíceis das suas vidas, até que possam retomar normalmente as suas atividades. Até lá, nem um direito a menos.

António Filipe – Deputado do PCP eleito por Santarém

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