O Festival Nacional de Gastronomia de Santarém cumpre este ano a sua 44.ª edição, reafirmando-se como um dos mais emblemáticos eventos culturais e turísticos do País. Nascido no coração do Ribatejo, o festival é, há mais de quatro décadas, uma celebração do melhor da cozinha portuguesa — um espaço onde se cruzam tradição, criatividade e a arte de transformar produtos locais em experiências únicas à mesa. Ao longo dos anos, o certame evoluiu, acompanhando o tempo sem perder a alma que o distingue: a defesa das raízes gastronómicas nacionais e a valorização dos saberes e sabores que dão identidade às regiões.
Para o presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite, o festival é mais do que um evento anual: é uma afirmação da cidade enquanto “Capital da Gastronomia Portuguesa” e um símbolo de orgulho colectivo. “A gastronomia é cultura, economia e orgulho nacional — e Santarém é o seu grande palco”, sublinha o autarca, destacando o equilíbrio entre tradição e inovação que marca a edição deste ano. Com uma programação diversificada, que integra a gastronomia com a música, o teatro, a inovação alimentar e a sustentabilidade, o festival pretende reforçar o papel de Santarém como destino gastronómico e turístico de excelência.
Durante duas semanas, a cidade transforma-se num ponto de encontro entre chefs de renome, produtores locais, restaurantes, visitantes e amantes da boa mesa. A Casa do Campino, símbolo maior do evento, acolhe novamente os sabores de todo o País, com especial destaque para o Salão Nacional de Vinhos & Gastronomia, dinamizado pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), com o apoio da Associação das Rotas do Vinho de Portugal (ARVP) e de várias confrarias gastronómicas e báquicas. Cada dia será dedicado a uma ou mais regiões vitivinícolas, com provas, degustações, show cookings e espectáculos alusivos à cultura e tradição dessas regiões.
O impacto do festival vai muito além dos dias em que decorre. Segundo João Teixeira Leite, o evento gera uma dinâmica económica que ultrapassa o milhão de euros, refletida na ocupação hoteleira quase total, na restauração e no comércio tradicional. Mas, mais do que números, o presidente sublinha a importância da projeção nacional e internacional que o festival confere à cidade: “Durante este período, Santarém é notícia em todo o País, afirmando-se como referência na gastronomia e reforçando o marketing territorial do concelho.”
Com uma nova imagem, uma comunicação mais moderna e digital, e uma atenção reforçada ao conforto dos visitantes, o Festival Nacional de Gastronomia de 2025 apresenta-se renovado e fiel às suas origens. Entre a autenticidade das cozinhas regionais e a energia da contemporaneidade, Santarém volta a ser, por duas semanas, o epicentro dos sabores portugueses — uma celebração do que somos, à mesa e na memória.
Em entrevista ao Correio do Ribatejo, João Teixeira Leite fala também sobre o impacto económico do evento, os desafios da modernização e a importância de Santarém no panorama gastronómico nacional.
O Festival Nacional de Gastronomia é uma marca incontornável de Santarém. O que distingue esta 44.ª edição das anteriores e que mensagem pretende a autarquia transmitir com este evento?
O Festival Nacional de Gastronomia é parte da identidade de Santarém. Há 44 anos que celebramos aqui o melhor da cozinha portuguesa, as nossas tradições e o talento de quem transforma produtos locais em arte à mesa.
Esta edição distingue-se por um equilíbrio renovado entre tradição e inovação, reforçando o papel de Santarém como Capital da Gastronomia Portuguesa. Queremos afirmar uma mensagem clara: a gastronomia é cultura, economia e orgulho nacional — e Santarém é o seu grande palco.
E para além deste palco maior da Gastronomia, o nosso Festival, temos ao longo do ano os nossos excelentes restaurantes, são eles os nossos principais embaixadores gastronómicos. Temos hoje Restaurantes magníficos, muitos e diversificados.
Qual é o impacto económico e turístico directo que o Município espera com esta edição do festival, tanto para a cidade como para o comércio e restauração locais?
O Festival tem um impacto muito significativo na economia local. Durante estas duas semanas, Santarém regista uma ocupação hoteleira próxima dos 100%, uma forte procura nos restaurantes e comércio tradicional, e uma dinâmica económica que ultrapassa o milhão de euros.
Mas o mais importante é o impacto que se prolonga no tempo: o festival atrai visitantes que regressam, divulga produtores e marcas regionais e reforça a imagem de Santarém como destino de excelência gastronómica e turística.
Durante este período Santarém é notícia nacional, estamos por isso a comunicar Santarém com todo o relevo impacto para o marketing territorial.
De que forma a Câmara Municipal tem contribuído para a modernização do festival, sem perder a sua matriz tradicional?
Temos procurado modernizar o festival com respeito pela sua história.
Investimos numa nova imagem e comunicação digital, na melhoria das infra-estruturas e do conforto do visitante, e na programação diversificada — onde a gastronomia se cruza com a música, o teatro, a inovação alimentar e a sustentabilidade.
Tudo isto mantendo o essencial: as cozinhas regionais, os produtos locais e o saber fazer português que continuam a ser o coração do festival.
O festival tem procurado integrar cada vez mais a gastronomia com a cultura e o património. Que iniciativas estão previstas para potenciar esta ligação em 2025?
Destaco por exemplo o salão nacional de Vinhos & Gastronomia dinamizado pela AMPV — Associação de Municípios Portugueses do Vinho — com apoio da ARVP, do programa Wine in Moderation, da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e da Federação das Confrarias Báquicas de Portugal, vai ocupar os claustros da Casa do Campino, logo à entrada do festival, cada dia será dedicado a uma ou mais regiões vitivinícolas, com provas de vinhos específicos dessas regiões, degustações, show cookings e também espectáculo musicais alusivos à região.
Vamos ter também as presenças municipais/regionais com produtos típicos, e muita animação cultural associada.
Relativamente à promoção de património local importa destacar que nos stands das várias entidades municipais/regiões, haverá promoção turística e cultural local, não só de produtos alimentares, mas de identidades regionais mais amplas.
A presença de chefs de renome e de programas televisivos como o MasterChef reforçam a notoriedade do festival. Santarém está preparada para assumir um papel ainda mais relevante no panorama gastronómico nacional?
Sem dúvida. Santarém tem todas as condições para ser referência nacional e internacional na área da gastronomia.
A presença de chefs de topo e de programas de grande visibilidade é o reconhecimento desse estatuto e uma oportunidade para o reforçar.
Temos uma rede gastronómica sólida, uma oferta turística em crescimento e um Município que acredita na gastronomia como eixo estratégico de desenvolvimento.
Estamos preparados e, acima de tudo, motivados para continuar a elevar o nome de Santarém.