Simão Ferreira Belo conquistou o segundo lugar no Masterchef Júnior 2024. Com 10 anos, enfrentou outras crianças conseguindo chegar à final. Foram muitos pratos que fez, mas, de tudo, o mais difícil foi, numa prova, agradar os filhos dos chefes. Nesta entrevista, feita a três vozes, o pequeno Simão, a mãe Carla Ferreira e a avó Graciosa abordam a experiência no programa e os planos para o futuro.

A paixão de Simão pela culinária despertou quando tinha sete anos. Sempre que a mãe Carla fazia doces ou bolos em casa, Simão fazia questão de ajudar. “Particularmente bolos, para aniversários e Natal”, como nos conta a mãe Carla.

Foi através dessas experiências culinárias que Simão começou a apurar o gosto pela cozinha: depois dos doces, vieram outros pratos. Com oito anos já preparava legumes e fazia pratos mais elaborados. “Ele tem uma facilidade em aprender” afirma a mãe, elogiando o cuidado e a responsabilidade que o filho sempre demonstrou.

Ao longo desse tempo, Simão ia assistindo o programa Masterchef e, quando surgiu a candidatura para a edição portuguesa deste ano, Simão não hesitou e pediu à mãe que o inscrevesse. “Ele é que viu o anúncio. Acompanhava o concurso, mesmo noutros países, e veio-me dizer que se queria inscrever” refere Carla. A mãe admite, que, de início, levou o assunto de anime leve: “encarei como uma brincadeira”, recorda, mas lá submeteu as fotografias e o vídeo, gravado por Simão, necessários para a candidatura.

A família confessa ter ficado até surpresa quando Simão lhes falou do desejo em se inscrever no Masterchef Júnior, pois é uma criança tímida. Contudo, o seu gosto por cozinhar foram superiores.

Após a submissão da candidatura, “foram os castings atrás de castings” até ser aceite no programa e, semanas antes de o programa ir para o ar, as crianças participantes passam por um rigoroso processo de orientação e formação.

Ao Correio do Ribatejo, Simão considerou a experiência “muito positiva” e partilhou a forma como foi ultrapassando os desafios: “havia um bocadinho de pressão, sobretudo em relação ao tempo”, confessa, acrescentando: “tudo era surpresa para nós. Não fazíamos a mínima ideia de quem ia sair e de quem ia continuar”, recorda.

Apesar de, no início, os concorrentes serem perfeitos desconhecidos, rapidamente se fizeram amigos ajudavam-se uns aos outros: “Tornámo-nos todos muitos amigos. Criou-se ali uma união, nós”, descreve Simão.

Questionado acerca do maior desafio que enfrentou durante o programa, Simão é peremptório: “foi a semifinal”. “Tínhamos de fazer o prato favorito dos filhos dos chefes. Eu nunca tinha feito Legumes à Bráz”, recorda.

Simão fez um prato inspirado no do Chef Henrique Sá Pessoa: filete de garupa com legumes e batata. Um desafio grande, conforme confessa, mas até correu bem.

Tão bem que acabou por chegar à final uma etapa com a qual não contava: “tinha a espectativa de apenas cozinhar e aprender mais um pouco. Não estava à espera de chegar à final” aponta Simão.

Simão gosta mais de cozinhar sozinho, de fazer as coisas a seu tempo e da forma como entende: “Ele gosta de fazer bem, gosta de ser perfeccionista, não gosta tanto de trabalhar em grupo. Ele gostou mais quando trabalhava sozinho. Empenha-se muito, é muito responsável pelas coisas que faz, quer fazê-las bem.”, relata a avó Graciosa que também participou num dos episódios. 

“Eles [produção do programa], convocaram todos os avós, sem eles (crianças) saberem para uma participação surpresa. Houve lá pessoas que fizeram pratos mais complicados, mas eu fui para o arroz-doce porque era aquilo que eu achava que fazia bem”, disse a avó Graciosa, expressando “o orgulho enorme” de ter visto o neto a chegar tão longe no programa” …

Para a mãe, foi também com surpresa que foi vendo Simão superar etapa após etapa: “Foi-me surpreendendo a cada dia porque eu percebi que ele foi crescendo e foi aprendendo cada vez mais. Estava mais à vontade a fazer as coisas. Na final, eu percebi que ele estava super empenhado e super certinho a fazer as coisas. Para ele foi muito stressante, mas, ao mesmo tempo, deu-lhe prazer, foi um gosto ele estar lá e para mim foi muito bom vê-lo a superar-se a cada dia”.

“Foi uma grande vitória ele chegar à final e acho que é igualmente merecedor porque, no fundo, aquilo foi muito renhido. Fiquei muito orgulhosa. Ele foi um vencedor, para mim”, declara Carla.

A mãe e avó confidenciam que Simão se dedica muito quando gosta de algo e vai aprendendo sozinho, seja na escola, culinária ou música e que tem diversos interesses para além dos ‘tachos’, tais como os desportos e está numa fase de experimentar várias opções de entretenimento. “Pelo menos não está sempre agarrado ao telemóvel ou ao computador, é menos tempo que passa aí se tiver a fazer outras coisas”, intervém a avó Graciosa.

Em relação ao futuro, Carla faz questão de trisar que tudo está em aberto: “Ele só tem 11 anos, acabados de fazer… vamos devagarinho, sem pressão”, afirma, realçando que não espera que o filho siga a carreira de Chef, e será ele a definir o rumo da sua vida.

“Não sei se o Simão algum dia vai ser chef, mas a experiência, só por si, já foi tão boa, já aprendeu tanta coisa, já foi tão importante para ele e tão marcante que valeu a pena, mas ele ainda é novinho e ainda não sei o que ele vai ser”, sublinha Carla.

Já Simão confidenciou-nos que mantém o desejo de voltar ao Masterchef no futuro, desta vez na edição de adultos, quando fizer 18 anos. Até lá, promete continuar a fazer as delícias lá em casa, ao leme da cozinha.

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