Ligada à firma J.M. Cordeiro, que se dedica à comercialização de combustíveis, gás, petróleos e lubrificantes há vários anos, Rosário Cordeiro herdou do pai, José Manuel Cordeiro, a forma de estar na vida e no mundo dos negócios.

Quais foram os principais desafios que enfrentou ao longo da sua trajectória empresarial e como os superou?

Tentámos ser sempre cautelosos em termos de investimentos. O não dar o ‘passo maior que a perna’, como se diz comumente, não nos pormos em ‘grandes voos’, mas caminhar com segurança, fazendo a contenção de custos e uma gestão rigorosa.

Com esta estratégia, temos conseguido levar o barco a bom porto. Claro que com altos e baixos: a altura da pandemia foi muito crítica porque as vendas decresceram bastante, mas nós conseguimos ultrapassar essa dificuldade porque temos uma base financeira sólida que nos permite aguentar estas flutuações de mercado. Em resumo, temos tentado gerir de forma consciente, não fazendo mais investimentos do que os estritamente necessários e procurar ter o melhor serviço possível para fazer face à nossa concorrência. Diria que, na actualidade, um dos grandes desafios é ao nível dos recursos humanos e é neste aspecto que teremos de nos focar.

A J.M. Cordeiro expandiu-se para além dos postos de abastecimento, entrando em áreas como o gás e a entrega de combustíveis a granel. Pode explicar-nos a estratégia por trás dessas diversificações?

Desde que assumi a gestão da empresa, estas áreas já estavam em pleno funcionamento. O meu pai, quando iniciou a sua actividade, focou-se primeiramente na área dos lubrificantes, tendo, depois, fruto do reconhecimento da própria companhia que viu nele competência e confiança, foi-lhe dando mais áreas de negócio. E fomos, naturalmente, expandindo como resposta às necessidades da região que se caracteriza por ser uma zona agrícola e com muita gente que tinha os seus depósitos próprios.

Portanto, todas estas áreas foram-se multiplicando. A empresa foi sempre lendo o mercando e adaptando a sua oferta, agregando outras actividades ao seu ‘core’ que são os combustíveis.

A J.M. Cordeiro tem sido reconhecida pelo rigor e pela excelência dos seus serviços. Quais são as medidas que a empresa adopta para garantir a satisfação dos clientes?

Essencialmente, o que pretendemos é prestar o melhor serviço possível. Actualmente, a concorrência é muita neste sector de actividade e aquilo que nos pode diferenciar no mercado é o serviço em si: a forma de atendimento, o cuidado e a segurança com que operamos. Eu costumo dizer muitas vezes que, mesmo que outros locais comercializem mais barato, o consumidor privilegia sempre a relação interpessoal.

Grande parte das vezes fazemos decisões de consumo não tanto pelo preço, mas sim pelas pessoas que nos atendem. Temos, por isso, investido em termos de recursos humanos para fidelizar as pessoas e manter bons níveis de serviço.

O papel das mulheres no mundo empresarial tem vindo a ganhar destaque. Como é que encara o seu papel como mulher empresária de sucesso e que conselhos daria a outras mulheres que aspiram a alcançar o mesmo nível de sucesso?

O meu sucesso advém do professor que tive, o meu pai. Eu sigo os valores ele me transmitiu: só sei estar nos negócios, e na vida, de uma forma eticamente correcta. O passar por cima de tudo, para chegar primeiro, não funciona comigo. Todos temos de cumprir regras, perceber limites, saber respeitar os parceiros, acompanhar o ritmo do mercado, ser resilientes para ultrapassar as dificuldades e, acima de tudo, mantermo-nos fiéis a nós próprios.

Olhando para o futuro, quais são os planos e as ambições da J.M. Cordeiro? Existem novos projectos em vista ou áreas de negócio que gostaria de explorar?

Em termos de postos de abastecimento, ou seja, de expansão da rede, não prevejo, para já, a abertura de novos pontos de distribuição, uma vez que a que existe está bem dimensionada para as necessidades actuais. Tudo tem que ser medido ao milímetro porque as nossas margens são bastante reduzidas face aos custos, obrigações e investimentos que temos de fazer para ter uma casa aberta. Contudo, existem áreas que eu, provavelmente gostaria de entrar, nomeadamente nos comumente designados de renováveis. Apesar de alguns colegas já terem avançado, estamos a estudar essa opção. Como trabalhamos com a Galp e eles têm algumas alternativas interessantes nesta área, estamos a equacionar soluções que se dirigem à agricultura, nomeadamente com postos eléctricos.

A J.M. Cordeiro tem enfrentado desafios no contexto da transição energética e do aumento da procura por energias renováveis. Como é que a empresa tem lidado com essa mudança e adaptado o seu negócio?

O desafio está à porta e a incerteza é muita. Estamos numa altura em que muito se fala da pegada zero, mas o que verificamos é que as pessoas não brandam o seu consumo de combustíveis fosseis. Estamos, no fundo, expectantes para ver se a alternativa é o eléctrico, ou o hidrogénio, mas a incerteza é ainda muita… vamos estando atentos ao mercado para ver o que ele dita e apontarmos as alternativas para o negócio.

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