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Com quase três décadas de existência, a Associação para a Promoção e Desenvolvimento Rural do Ribatejo (APRODER) tem deixado uma marca indelével na região, apoiando, de uma forma assertiva e direccionada projectos com base numa Estratégia de Desenvolvimento Local. A este propósito, Adelino da Costa Bernardes, presidente da Associação, faz o historial desta intervenção no território que deixou marcas físicas, económicas e marcas sociais e traça as perspectivas de futuro.

A APRODER está à beira de completar 30 anos de existência. Ao longo de três décadas, esta Associação deixou já, seguramente, uma marca na região. Qual é a marca da APRODER no território? Como e onde podemos identificá-la?    

Foi na verdade, em dezembro de 1991 que várias entidades públicas e privadas da região se juntaram e criaram a APRODER (Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da região e constituir-se como entidade gestora do programa LEADER (Ligação entre Associações de Desenvolvimento da Economia Rural), que acabava de ser lançado pela então Comunidade Económica Europeia.

Esta iniciativa trazia consigo uma novidade muito importante ao colocar nas mãos das Associações de Desenvolvimento Local, como era o caso da APRODER, a gestão dos fundos comunitários LEADER.

Com base numa Estratégia de Desenvolvimento Local, e de forma simples e bastante rápida, era possível desenvolver ações de animação do território, capacitação de pessoas e instituições, apoiar a promoção e comercialização de produtos da região e proceder ao lançamento dos concursos, à apreciação das candidaturas, ao acompanhamento dos projetos e, finalmente ao seu pagamento. Era na verdade muito diferente e muito mais simples do que é hoje, mas fomo-nos adaptando à mudança.

Que mudança foi essa?

Ao longo destes 30 anos o território de intervenção da APRODER foi sendo alterado, com o surgir de novas Associações de Desenvolvimento Local – Leader/DLBC. Abrangendo inicialmente toda a Lezíria Ribatejana e o território do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, a APRODER cobre atualmente os concelhos de Azambuja, Cartaxo, Rio Maior e Santarém, com exceção de parte do perímetro urbano da cidade de Santarém.

Que marca tem vindo a APRODER a deixar no território?

Podemos identificar esta marca um pouco por todo o território, através de largas centenas de projetos que temos vindo a acompanhar e a financiar e sobretudo verificando que muitos destes projetos que apoiámos desde a primeira hora e ao longo dos anos, se mantêm ainda em pleno funcionamento.

No âmbito deste projeto que estamos agora a terminar “APRODER EMPREENDE” temos vindo a dar conta de alguns dos empreendedores e dos respetivos projetos, que mostram bem o espírito inovador e empreendedor que existe entre nós.

Há marcas físicas, marcas económicas e marcas sociais. Quais considera mais importantes e porquê?

Considero que todas são importantes, uma vez que para haver desenvolvimento é necessário que haja melhorias económicas, sociais, culturais e do ambiente. É desta forma que temos trabalhado, financiando projetos em diversas áreas, da agricultura às atividades económicas, à cultura, às áreas sociais, ao património e ao ambiente. A promoção dos produtos locais e da região têm merecido, desde o início, uma atenção muito particular, bem como a capacitação das pessoas e instituições, o apoio ao empreendedorismo, à inovação e à coesão e inclusão social.                             

A APRODER vive em constante parceria. Seja em parceria com empresas e empreendedores, seja em parceria com agentes do território, com autarquias locais, com organismos do Estado, com entidades europeias…  Qual é, para a APRODER, a ligação mais forte, aquela sem a qual a Associação não existiria?

A APRODER vive na verdade em constante parceria – faz parte da nossa forma de trabalhar – em parceria! Para além das diferentes parcerias ao nível da nossa área de intervenção, integramos também uma parceria que envolve os 11 GAL da região do Alentejo, a que estamos ligados pelo acesso a alguns fundos comunitários; somos membros da Federação Minha Terra, que integra todos os 60 Grupos de Ação Local de Portugal, incluindo os Açores e a Madeira. Somos sócios fundadores e presidimos à sua Direção no período 2016-2019. Já presidimos também à Direção da ELARD (European Leader Association for Rural Development), que integra GAL de 27 países europeus, no período de 2018-2019. 

Não tenho dúvida que as parcerias são a base fundamental do nosso trabalho, mas a ligação mais forte que temos é com o nosso território e com as pessoas que aqui vivem e trabalham.   

Como é que a APRODER “escolhe” os seus parceiros? É mesmo uma escolha, ou acontece? 

Atualmente temos uma rede de entidades que são nossas parceiras e que ultrapassa as três dezenas. São as Câmaras Municipais, as entidades ligadas à Agricultura e Pecuária, ao Ensino, à Investigação, à Cultura, ao Turismo, ao Ambiente, IPSS, Associações Culturais e de Desenvolvimento, Núcleos Empresariais, entre outras. Na verdade, estas parcerias resultam das relações de trabalho que temos com todas elas, sendo que a parceria surge assim, naturalmente, da vontade mútua entre as partes. 

Qual é o grau de intervenção da APRODER num projeto e porquê?

A APRODER tem diferentes linhas de trabalho e assim sendo posso referir que temos projetos que nós próprios desenvolvemos, como é o caso deste projeto sobre Empreendedorismo, financiado pelo “Alentejo 2020”, a animação do território, a promoção dos produtos locais, a publicação de livros e vídeos sobre o património e os produtos da região e a cooperação entre GAL nacionais e/ou também estrangeiros, financiados pelo PDR2020, bem como outros projetos financiados por outros fundos a que nos candidatamos.

Paralelamente temos protocolos de delegações de competências com a Autoridade de Gestão do Alentejo 2020, a Autoridade de Gestão do PDR2020 e o IFAP, que delegam na APRODER um conjunto de tarefas que, embora variável em função de cada uma das entidades, podem ir da preparação e divulgação dos Avisos de Abertura das Candidaturas, à análise, proposta de decisão final, acompanhamento, verificação física no local e análise dos pedidos de pagamento apresentados.

Apesar do esforço que tem sido feito para simplificar e acelerar todo o processo de aprovação e financiamento das diferentes candidaturas, não posso deixar de lamentar a grande carga burocrática que envolve todos estes processos, com uma grande demora que não está de acordo com a necessidade da rapidez de decisão que as pessoas, as atividades e os territórios exigem.

Estamos já dentro do Quadro Financeiro Plurianual 2021-27, que financiará o Portugal 2030. Apesar disso, o programa não está ainda em execução, mas gostaríamos de saber qual será a estratégia da APRODER para esse novo período de programação.

A estratégia da APRODER para o próximo Quadro Estratégico Plurianual 2021-2027 está a começar a ser preparada, tendo em vista continuar a contribuir para o desenvolvimento da região e para a melhoria da Qualidade de Vida da população, num quadro muito complexo, com bastantes incertezas face à atual crise pandémica em que infelizmente ainda vivemos, mas preparando-nos para enfrentar os desafios que se impõem, face a novas formas de trabalho, de comercialização de produtos, de empreendedorismo e de capacitação das pessoas e instituições, não esquecendo todas as formas de combate ao desemprego e de inclusão social, tão necessárias. 

O que podemos esperar da APRODER relativamente ao Desenvolvimento Rural nos próximos anos?

Um forte empenhamento e muito trabalho no apoio aos nossos agricultores, aos nossos empresários e a todas as pessoas e atividades existentes no nosso território.

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