O W Shopping, em Santarém, assinala este fim-de-semana o 15º Aniversário da sua inauguração. Desde a sua abertura ao público, tem-se afirmado como um espaço que vai muito para além de um mero “conjunto de lojas”. Assume-se, antes, como um ‘Fórum’ que, ao mesmo tempo, apoia o movimento associativo, cultural e social da cidade. Para Rui Rosa, Manager do W-Shopping desde 2010, o centro é um espaço comercial de referência, onde estão presentes as grandes marcas, mas é, também, “um local de lazer e de família”, ponto de encontro de gerações, que acolhe a solidariedade e apoia as forças vivas da região. Nesta entrevista, Rui Rosa é claro: “Este caminhar de mãos dadas com a cidade tem sido a nossa assinatura e a nossa aposta. Continuaremos a abraçar Santarém e as suas Gentes com o mesmo empenho e orgulho de sempre”
Que momentos destaca do extenso programa que o WShopping está a preparar para assinalar o seu 15º Aniversário?
Uma vez mais, para assinalar o aniversário pensámos, no fundo, em agradecer a Santarém, agradecer à cidade o acolhimento que nos têm dado. Nesta senda preparamos um aniversário rico em eventos, quer para crianças, quer para adultos. Assim, temos como maior destaque, no sábado, o Avô Cantigas – especialmente dedicado às crianças e para os pais também -, para além do corte do bolo – que é sempre um momento simpático e emblemático, acompanhado pelo saxofone do Pedro Santos Rosa – temos a actuação da Orquestra Típica Scalabitana (OTS) que volta, de novo, ao nosso espaço. Fizemos um intervalo o ano passado, em que não actuaram no W Shopping, mas voltam agora para animar a nossa tarde de domingo e encerrar as comemorações do Aniversário. Pelo meio, teremos animação infantil com magia, modelagem de balões, pintura facial, entre muitas outras actividades dirigidas para toda a família.
No fundo, é este o programa que temos para oferecer no aniversário do W Shopping, que vai ocorrer entre 27 e 28 de Outubro. Logo no sábado, teremos uma noite de “stand up comedy” com o conhecido António Raminhos.
O WS tem sido palco de inúmeras exposições e outras iniciativas. Há também um grande apoio ao tecido associativo, com uma ligação com a comunidade muito estreita. Em que medida é que estes eventos contribuem para a dinamização do centro e da própria cidade?
Nas questões de Marketing, a métrica é sempre mais difícil de avaliar. ‘O que é que impacta?’, pode questionar-se. Contudo, tenho a certeza que neste projecto – sendo ele um projecto da cidade – faz todo o sentido termos esta política. Na verdade, depois, os números acontecem. Isto é: não faz sentido um centro comercial, numa cidade como Santarém, ter outra dinâmica que não a de estar próximo das suas instituições, das suas associações. Próximo do desporto, da cultura, da solidariedade. Esse é o nosso mote desde que, há quase oito anos, assumimos a direcção do W Shopping. Estar próximo de todas as instituições, tem sido o nosso fio condutor e acredito que as pessoas também sabem reconhecer o W Shopping como um projecto que faz parte do seu quotidiano.
Para mim, um Centro Comercial é mais do que um conjunto de lojas. É um espaço de encontro, um espaço de lazer e de família. É um local de encontro de gerações, que acolhe a solidariedade e apoia o desporto e a cultura. Tenho procurado, na minha gestão, multiplicar esta visão. Este caminhar de mãos dadas com a cidade tem sido a nossa assinatura e a nossa aposta e continuaremos a abraçar a Região de Santarém, e as nossas Gentes, com o mesmo empenho e orgulho de sempre.
Acha que essa é a principal marca da sua gestão?
Acredito que sim, naturalmente. Sem falsas modéstias acredito que é esse o meu cunho, a minha forma de estar nas coisas. Estudei o que é a cidade de Santarém e acredito que faz todo o sentido termos esta proximidade com a cidade nestes moldes em que o fazemos.
Dos estudos que fez da cidade de Santarém, como é que a vê?
Vejo uma cidade interessante, uma cidade com qualidade de vida, onde é bom viver. Oiço algumas críticas de pessoas que, eventualmente, não conhecem outras realidades, cidades onde, efectivamente, existem grandes problemas. Santarém é uma cidade com característica muito próprias, muito interessantes e que oferece aos seus habitantes uma qualidade que é distinta de muitas outras realidades e eu privilegio muito isso. É uma cidade que recebe bem, uma cidade com cultura, monumentos, uma oferta gastronómica, também ela distinta e única.
Voltando ao WS, o facto de termos este centro comercial nesta localização, no coração da cidade, fez com que a cidade saísse a ganhar?
Uma cidade é um todo: é um “mix” de lojas de rua diferenciadas que se complementam e é também essa a essência dos centros comerciais, aliás como acontece em outras cidades. Sinto que nós não nos confrontamos com ninguém. Complementamo-nos. De um modo geral, as marcas presentes no W Shopping não conflituam com as que existem na rua, no comércio tradicional. Há espaço para todos. Assim haja também massa crítica que aprecie, não só, vir passear a um centro comercial, como também passear na cidade. E Santarém tem essa mais-valia: é uma cidade bonita, com um Centro Histórico maravilhoso e merece ser visitado.
Houve, então, na sua óptica, uma plena integração do WS com a cidade.
Acredito que sim. Nunca fizémos nada para entrar em rota de colisão com o que está instalado em sede de comércio tradicional. É como digo: as actividades complementam-se, a oferta que temos no W é distinta da que existe na rua e faz todo o sentido ser desta forma. O Centro Comercial teve uma integração harmoniosa, também devido às políticas que foram seguidas, assentes na ideia de não fazer deste Centro Comercial – como existem tipicamente – um espaço fechado à cidade. Aqui, a linha não é apenas ‘comércio, comércio, comércio”: este é um fórum da cidade, um ponto de encontro, por onde passa o quotidiano e a vivência da cidade. Trabalhámos para isso e essa é a nossa dinâmica, a nossa forma de estar nas coisas, com simplicidade e sem ambição desmedida.
Há alguma associação pela qual tenha mais carinho?
Eu destacaria todas… há uma ou duas que tenho apoiado mais. Uma delas é a APPACDM num plano e, noutro, é aquela à qual eu costumo chamar a ‘Gulbenkian de Santarém’ que é o Circulo Cultural Scalabitano. Gosto muito das pessoas que fazem parte desta associação, gosto muito das actividades que desenvolvem, da forma séria como trabalham, e a forma como se posicionam na panorâmica cultural desta cidade.
A dinâmica que o Shopping tem gerado com a própria cidade é motivo acrescido de interesse para as grandes marcas investirem no WS?
Acredito que, de um modo geral, todos esses factores estão aliados: as marcas olham para a performance deste centro, para os números, para o crescimento sustentado e a estabilidade. Hoje, o W Shopping mantém-se nos 90 por cento de taxa de ocupação, o que é um indicador muito relevante. Em termos geográficos também temos aqui uma mais-valia. É uma localização excelente porque ficamos entre Lisboa, a capital, e o outro grande centro, que é Leiria.
Há, portanto, interesse dessas grandes marcas em investir aqui?
Claramente, e nós procuramos também as grandes insígnias como disso é exemplo a recente abertura da loja da Tiffosi.
Que que critérios é que tem usado para a selecção das lojas?
Temos critérios rigorosos de selecção: avaliamos ao pormenor a ideia. Gostamos, no fundo, de ser consultores no momento do arranque. Por conseguinte, a definição do mix é muito apertada: não queremos repetir, não queremos ter mais do mesmo, queremos ter oferta que seja complementar, abrangente e que chegue a diversos tipos de público, procurando ser um centro ecléctico. Buscamos as grandes insígnias, naturalmente, mas deixamos espaço para pequenos operadores com projectos sólidos. Nós avaliamos cada proposta dentro de uma perspectiva de rigor, em termos de consultoria, de performance, das capacidades de dinamizar o negócio, de conhecer o negócio. Só então evoluímos para a celebração de contracto.
Ao longo destes 15 anos de actividade houve a necessidade do Shopping se ir adaptando às novas realidades e perfis de consumo?
Naturalmente que sim, acompanhando o espírito dos tempos, quer em termos de ‘mix de lojas’ – com a adaptação e adequação desse mesmo ‘mix’ àquilo que são as novas necessidades e perfis de consumo – quer pelas insígnias que podem oferecer preços mais competitivos. E essa oferta complementa uma oferta mais distinta, mas adequa-se à realidade actual em termos de mercado.
E o próprio Shopping foi sofrendo alterações?
Foi uma evolução natural: desde logo, o propósito foi investir em modernidade, em eficiência energética, substituição de equipamento de ventilação e de climatização e, não menos importante, melhorias de instalações sanitárias. No fundo, ajustes que visam o conforto de quem visita o espaço.
Há algum projeto para este ano ou para anos futuros?
Para além da recente abertura da Tiffosi, temos em carteira dois projectos adicionais. Não posso ainda ventilar quais são, mas visam a ocupação de grandes áreas, no Piso 2 do centro, junto da área de restauração, que foi também recentemente intervencionada.
E ao nível de melhoramentos para os visitantes está a ser equacionada alguma medida?
Para além do investimento que fizémos na iluminação Led e de melhorias das instalações sanitárias, queremos avançar com um projecto ao nível do conforto do parque de estacionamento e a melhoria do “Espaço Criança”. Em termos genéricos, o que nos move é o facto de querermos ir ao encontro daquilo que é o nosso entendimento do que o Centro Comercial deve ser – para além de tudo o que referi – ou seja: um espaço para toda a família. E dentro desse espaço, naturalmente, é importante ter uma oferta distinta também para as crianças.
Fazem estudos sobre o perfil dos visitantes. O que é que as pessoas mais valorizam?
Fazemos estudos de mercado regulares. De um modo geral, procuram marcas, conforto, climatização e estacionamento e, claro, procuram preços competitivos associados às grandes marcas – as grandes cadeias têm preços realmente competitivos. Os consumidores procuram, também, segurança e conforto: valorizam o facto de chegar e, num espaço reduzido, terem tudo o que precisam: supermercado, lojas variadas e cinemas, que estão em fase de renovação.
O parque de estacionamento do W assume-se como uma alternativa ao estacionamento tarifado da cidade?
Sem dúvida, e com preços muito competitivos: para além disso, há uma outra grande diferença: segurança e conforto. Os utilizadores não estão sujeitos às intempéries. Saem do carro e têm tempo para abrir o chapéu… (risos). Por outro lado, convém dizer que o utilizador paga, efectivamente, o que consome.
Existem também planos mensais?
Sim, existem vários tipos de avenças mensais adequadas a quem trabalha e a quem mora em Santarém, ou a outros perfis e necessidades de utilização.
Este serviço tem tido procura?
Sim. Os indicadores – todos eles – têm crescido. Aliás, para mim, é um privilégio verificar que, ao longo destes últimos sete anos, o WS tem crescido quer em taxa de ocupação, quer em tráfego, quer em vendas, quer em procura deste tipo de serviços mais diferenciados.
Que momentos marcantes destaca da sua gestão de quase 8 anos do espaço?
Desde logo, acredito que o mais importante é a criação desta cumplicidade com a cidade. É fazer do Centro Comercial W Shopping um espaço de referência da cidade, e não só comercial, mas que oferece também cultura e apoia as forças vivas da terra, como o Hospital Distrital de Santarém, a Cáritas, a União Desportiva de Santarém, a Académica de Santarém, entre muitas outras entidades. Essa é a nossa grande assinatura. Depois, foi todo um trabalho de retaguarda no sentido de conferir modernidade ao centro, com investimentos direccionados para esse fim, e depois, por último, mas muito importante foi o facto de termos conseguido atraír para o nosso espaço as grandes insígnias.
Há alguma marca que gostaria de ver no WS?
Existem naturalmente algumas que gostaríamos de ter, nomeadamente de moda masculina. Mas, em boa verdade, também não temos muito espaço para as colocar. Os Pisos zero e um estão praticamente ocupados.
É um homem ligado ao movimento escutista e à solidariedade. Esses valores estão incorporados nos seus actos de gestão?
É difícil dissociar – para quem é católico, para quem foi escuteiro durante 23 anos – os valores e a forma de estar na vida e na gestão. Naturalmente que muito do que é feito traz este cunho que, no fundo, é a minha natureza inata. No fundo, é criar boas relações – relações empáticas – quer com pessoas quer com estruturas, respeitando tudo e todos, todos os quadrantes, da direita à esquerda, do Benfica ao Porto, sabendo respeitar o próximo.
Como é o seu dia a dia?
O meu dia a dia é trabalhoso e preenchido. Começa bem cedo no WS, com uma visita pelo Centro. Com reuniões programadas, com decisões a serem tomadas diariamente e com o acompanhamento de outros projetos comerciais que coordeno.
É complicado gerir tudo isto. Onde falta tempo, sobra empenho e dedicação. É uma profissão para quem gosta, mas tem que se gostar muito. Não há um dia igual ao outro, os dias são muito dinâmicos, num dia trabalhamos markting, no seguinte, questões técnicas, no outro, questões financeiras de contratos, de seguida, a redefinição do que há-de ser o mix deste Centro Comercial, tentando antecipar a resposta à questão: “o que buscamos, para onde queremos ir?”
É um trabalho continuo… quem gere um Centro Comercial tem que ter uma inquietude, um sentimento de insatisfação com aquilo que faz. Nunca deixar cair os braços e pensar que tudo o que foi feito – e que pode ser muito bom – é suficiente. Temos que olhar para a frente, ter espírito critico para criar alternativas, novas dinâmicas, modernidade, etc… Esse é um dos grandes segredos. Não podemos nunca ficar acomodados. O trabalho nunca está feito, temos que ir sempre mais além. Não significa isto que sejamos movidos por uma ambição desmedida. É antes pensar no cliente, o que é que ele busca e o que é que ele procura. Analisar novas tendências, o que acontece de novo, o que é importante fazer ou modificar. Em resumo: passa por essa inquietude e insatisfação. Ao olhar para trás, sinto que há muito trabalho que foi feito e que é algo interessante, mas não sinto que tenha que ser de alguma forma idolatrado por isso. Não, tenho muito mais para fazer.
Quem é o Rui Rosa?
Sou um homem com 56 anos, casado, pai de três filhos, apaixonado pelo que faço. Gosto muito desta cidade, que me adoptou, esta cidade de Santarém. Muito ocupado, mas, na vida, temos de ter tempo para aquilo que queremos: procuro conciliar toda a agenda para nunca falhar os compromissos mais prementes.
PROGRAMA DAS COMEMORAÇÕES DO 15º ANIVERSÁRIO DO WS