A empresa de refrigeração Marecos/Olitrem, situada em Tremês, concelho de Santarém, está a expandir a área de produção e a apostar nas linhas de caves de vinho e de farmácia e na redução dos consumos energéticos, disse o administrador.
Nas vésperas da convenção da empresa, que, de 4 a 6 de Março, vai reunir cerca de 400 clientes, Armando Ferreira disse à Lusa que um dos grandes desafios da Marecos/Olitrem é a redução “muito drástica” dos consumos energéticos dos equipamentos que fabrica.
“O frio tem tido uma evolução astronómica”, com as novas normas derivadas das exigências de preservação da camada de ozono a obrigarem a evoluir para novos gases, o que tem também impacto nos níveis de consumo de energia, disse.
Segundo Armando Ferreira, os equipamentos produzidos actualmente na unidade de Tremês – direccionados para o canal Horeca (hotelaria, restauração, cafetaria), indústria farmacêutica e ‘merchandising’ – consomem menos 40% de energia do que acontecia há três anos, sendo este um dos maiores desafios do sector.
O outro grande desafio para esta empresa que nasceu em 1964, em Luanda (Angola), então com a marca Marecos, tem sido a aposta na refrigeração para a indústria farmacêutica, para a qual conseguiu conceber equipamentos, com um gás patenteado, que chegam a atingir os 90 graus negativos, salientou.
Empresa familiar (com a terceira geração a assumir funções), exclusivamente portuguesa, a Olitrem teve em 2019 uma facturação de 15 milhões de euros, prevendo este ano um crescimento de 5,5%, na linha do que tem acontecido nos últimos quatro anos, com forte aposta na exportação (70% da produção).
“Temos a capacidade de fazer o produto que o cliente quer”, disse Armando Ferreira, salientando que a conquista de mercados internacionais exigentes, como são os da Europa do Norte e do Centro, se deve à empresa dominar “muito bem a arte de fazer frio”, mas também a ter um parque de máquinas e uma capacidade de produção e de ‘design’ que permitem ser “bastante flexível”.
A empresa vende para 25 países, tem em Moçambique uma representação para instalação e assistência técnica, com oito funcionários, e venceu recentemente o concurso para fornecer as câmaras frigoríficas para o entreposto de aluguer de frio que está a ser criado em Luanda, afirmou.
A expansão da área de produção, com um novo pavilhão em construção, com 5.000 metros quadrados, que se junta ao actual (com 20.000 metros quadrados), surge da aposta na produção própria das componentes em inox e em plástico, que está igualmente a responder à procura da concorrência.
A empresa tem vindo a investir na produção da sua própria energia, tendo terminado este mês a colocação de um tecto solar com 1.780 painéis, e, “para reduzir a pegada ecológica”, apostou, com mais dois concorrentes, numa empresa de resíduos eléctricos e electrónicos, para, “no fim de vida, gerir os produtos dos clientes”, salientou.
Edite Ferreira, a administradora com os pelouros financeiro e de recursos humanos, referiu o envolvimento da empresa que gere com o irmão com a comunidade, no apoio a associações e colectividades, bem como as múltiplas iniciativas direccionadas para os 190 trabalhadores.
Os dois responsáveis não escondem o orgulho de ver a sua empresa escolhida em exigentes concursos, como o da recente publicidade de uma marca de cerveja que utiliza o seu frigorífico “superfrost” (com uma redução de 60% de consumo de energia) ou de uma conhecida marca de chocolates que, mesmo não sendo a opção mais barata, vai colocar um equipamento Olitrem junto a caixas de supermercado (nas chamadas “compras por impulso”).