A 13.ª edição do Festival Materiais Diversos (FMD) acontece de 03 a 12 de outubro, em Alcanena e Minde, sendo a democracia o mote para um programa que apresenta propostas de dança, performance, música e conversas, foi hoje anunciado.
Partindo da premissa “O que queremos perspetivar para os próximos 50 anos de democracia?”, a diretora artística da Materiais Diversos disse hoje que o festival pretende “assumir-se como conector, tornando acessíveis uma diversidade de conhecimentos, estórias e vozes menos visíveis, ligando passado, presente e futuro”, com o objetivo de “contribuir para preservar e enriquecer o debate público, a pluralidade, o dissenso e, portanto, a democracia”.
“Às ideias de democracia e de futuro, acrescentamos as noções de conectividade e de movimento”, disse hoje, em comunicado, Cristina Planas Leitão, que assumiu em abril a direção do projeto, rendendo no cargo a anterior diretora artística Elisabete Paiva, que pensou e iniciou a elaboração do programa de um evento que assinala a 13.ª edição naquele concelho do distrito de Santarém.
Segundo a atual diretora da Materiais Diversos, o FMD entra em “uma edição de transição, entre o que foi, o que é e o que ainda se poderá tornar” no futuro.
“Preservamos proximidade, afeto, resistência e a força de uma programação comprometida, conectando artistas e públicos de forma ativa e intensa”, declarou, tendo lançado um repto à participação da comunidade nas conversas, partilhas de pensamentos e imaginação construtiva coletiva do futuro.
Com 30 propostas culturais para os dez dias do evento, entre as quais algumas em estreia nacional, o FMD apresentou hoje um programa “intenso” que inclui dança, performance, música, conversas, caminhadas, atividades para famílias e atividades formativas.
Na nota informativa, a organização destaca a estreia absoluta de “Sofreh-e del – Spread of the Heart (A Mesa do Coração)”, de Rebecca Moradalizadeh, que trabalhará com a comunidade local, e de “Bombazine em Agosto”, de Francisca Poças, no âmbito do projeto vencedor do apoio à criação regional Fios do Meio, um projeto em rede, que apoia e divulga artistas das artes performativas dos distritos de Santarém e Leiria.
Ainda ao nível das estreias nacionais, que serão seis, o FMD vai apresentar “Conversaciones con lo invisible”, de Carolina Cifras, “to be possessed”, de Chara Kotsali, “To be schieve or a romantic attempt”, de Fanny Brouyaux, “Comidas Crioulas”, de nyamnnyam, e “Spine of Desire: Wounds Without Tears, Out of One Skin in Diamonds and Shit”, de Stanley Ollivier, inserido na rede europeia de programação Be My Guest.
Serão ainda apresentadas peças de Gaya de Medeiros (“Pai para Jantar”), La Chachi (“Taranto Aleatório”), Sara Anjo (“Andar para trás”), Sofia Dias & Vítor Roriz (“Uma Conspiração Animista”) e Vânia Rovisco (“No Corpo: Assim se conhece o mundo”).
Da “parceria com o Festival Bons Sons”, em Cem Soldos, Tomar, chegam ao FMD os concertos de A SUL e Líquen.
Paralelamente aos espetáculos, no âmbito do programa de conversas “Matérias do Agora”, o festival promove diálogos sobre sustentabilidade, inclusão, tradição, identidade e o papel do jornalismo na propagação de discursos de ódio e populismo, a par de sessões co-curadas com jovens de Alcanena e Minde, “a partir das suas inquietações, interesses e urgências”.
Este ciclo incluirá também uma reflexão sobre o 110.º aniversário da Sociedade Musical Mindense.
Uma visita guiada à Lapa da Cerejeira, a apresentação do livro “Linhas de Tensão. Arte, Dança e Ecologia”, atividades para as famílias com o projeto Traquinar, festas com DJ sets de KING KAMI, Casal Maravilha (Tita Maravilha & Bertrandious) e STANLEY (Stanley Ollivier), e o seminário “FUTURA – Práticas Curatoriais para a Transformação” são outras das propostas.
Com artistas de nove nacionalidades (Portugal, Brasil, Irão, Chile, Grécia, Bélgica, França, Espanha e Itália), o FMD vai ocupar vários locais de Alcanena – como o Cine-Teatro, o Museu e o Mercado Municipal, o Centro Ciência Viva do Alviela e os jardins, com a localidade de Minde, vila ‘berço’ do festival, a receber atividades no Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro, no Museu da Aguarela Roque Gameiro, na antiga Escola Básica 1, no Polje de Mira-Minde e na praça central.
O programa completo pode ser consultado em https://materiaisdiversos.com/