O administrador apostólico das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Rui Valério, lembrou hoje, em Fátima, os conflitos no Médio Oriente ou na Ucrânia, para sublinhar um “acrescido sentimento de preocupação e incerteza” que marca a atualidade.
Na homilia da missa da 41.ª Peregrinação Militar Nacional a Fátima, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade, o também patriarca de Lisboa frisou o “contexto exigente” que se vive por conta dos conflitos em curso.
“Nos horizontes dos dias e das horas por que passamos, quem se assume construtor de paz e promotor de segurança não é indiferente aos conflitos que deflagram no palco do mundo, tanto no Médio Oriente, como em solo europeu”, afirmou, citado pela agência Ecclesia, perante militares dos três ramos as Forças Armadas, funcionários civis e familiares.
Para Rui Valério, a ida a Fátima “assume também a forma de um compromisso: aqui, cada militar, cada elemento das Forças de Segurança, quer reafirmar o seu ‘sim’ incondicional à vontade de Deus e à missão de realizar Portugal”.
“Aqui se confirma o sim da bravura, para enfrentar os inimigos da humanidade; aqui se renova o sim do caráter, para construir firmeza na atual cultura movediça do relativismo. O ‘sim’ da abnegação e do serviço para defender a vida e promover a dignidade de cada ser humano”, acrescentou o bispo.
Segundo Rui Valério, “a perspetiva dos militares e das Forças de Segurança é hoje, como sempre foi, pautada pela prontidão e vontade de participar na construção de caminhos, na procura de resoluções, e não permanecer meros espetadores de dificuldades e problemas”.
“Nada é demasiado difícil: nada, nem a necessidade de deixar a sua família e o seu lar; de se despedir do seu ambiente, ou renunciar à garantida segurança, nem ao conquistado conforto; não lhe custa (…) ausentar-se da própria Pátria – embora levando-a no coração – para ir defender o presente e o futuro da humanidade… não é difícil o sacrifício das elevadas latitudes ou o sofrimento dos inóspitos vales”, disse o patriarca de Lisboa.
Para o ainda administrador apostólico das Forças Armadas e das Forças de Segurança – setor que espera a designação de novo bispo titular desde que Rui Valério foi nomeado patriarca de Lisboa – “garantir a Paz e salvaguardar a segurança são o esteio de toda a possibilidade de viver em comunidade, de ter trabalho, de progredir nos enclaves da história”.
A 41.ª Peregrinação Militar Nacional, com o tema “Peregrinos na Esperança…”, teve início na quarta-feira, com a celebração da via-sacra, seguida da recitação do terço na Capelinha das Aparições.