Já leva mais de 150 assinaturas a petição que contesta a anunciada intenção de construir a nova Casa Mortuária da cidade de Santarém no ex-Bairro 16 de Março (também conhecido por Bairro Salazar), no final da Rua Gen. Humberto Delgado.

Os subscritores apontam que o local referido dista do cemitério cerca de 3 km e fica “no extremo oposto da cidade”, sendo que a Rua Gen. Humberto Delgado “tem já significativos problemas de circulação e estacionamento”.

“Os cortejos fúnebres teriam de percorrer um extenso trajecto que atravessaria a cidade até ao cemitério e iria provocar congestionamentos de tráfego”, sublinham, defendendo que existem, próximo do cemitério, “terrenos e edifícios que constituem alternativas”.

Os peticionários consideram ser necessário encontrar uma alternativa à localização actual, “que não serve os interesses dos munícipes e que não tem a dignidade nem as estruturas exigidas a um equipamento com este desígnio”.

No entanto, afirma, “não se pode tomar esta decisão de ânimo leve, sendo preferível manter-se a situação actual até que seja definido um local para a nova Casa Mortuária que não enferme de tantos inconvenientes. Não vamos trocar o mau pelo o péssimo” Para os subscritores, é essencial que a nova localização “seja próxima do cemitério, mesmo que, para tal, a Câmara tenha de adquirir ou expropriar um espaço”.

No final do texto desta petição, os signatários afirmam que o local proposto pela Câmara Municipal para a nova Casa Mortuária da cidade é “veementemente rejeitado”, por ser “completamente desadequado”, exigindo a “suspensão desta intenção e o estudo de alternativas consentâneas”.

São promotores desta iniciativa nomes bem conhecidos da cidade, como António Manuel Garcia Correia, Armando António Leal Rosa, Joaquim Manuel Correia Bernardo, Jorge Manuel Raimundo Custódio e Pedro Passos Canavarro, entre outros.

Oposição PS “frontalmente contra”

Na reunião camarária do passado dia 18, a oposição PS na Câmara de Santarém mostrou a sua discordância com a localização da futura casa mortuária em terrenos do antigo Bairro 16 de Março.

Segundo a vereadora Sofia Martinho, a ligação entre o bairro e o cemitério obriga a atravessar algumas das artérias principais da cidade, incluindo três das rotundas mais complicadas do planalto, nomeadamente as do Presídio, Tribunal e Shopping.

“Faz algum sentido construir a casa mortuária do lado oposto ao cemitério, obrigando os cortejos fúnebres a atravessarem o centro da cidade”, questionou a autarca socialista apontando que a Rua Humberto Delgado, junto ao antigo Presídio Militar, apresenta vários problemas de circulação.

Na resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves (PSD), esclareceu que o assunto está ainda em fase inicial de discussão e nem sequer existe projecto.

“Nada está ainda decidido”, disse, revelando que os estudos prévios só deverão avançar no próximo ano. Para o presidente da autarquia, a localização é a ideal, tendo em conta que aquele é um dos poucos terrenos na cidade que reúne condições de espaço e recato para se avançar com um projecto deste tipo. Revelou ainda que todo o acesso à zona do Bairro 16 de Março será futuramente requalificado.

“As expectativas de alguns escalabitanos estão muito além daquilo que é o orçamento municipal”, disse Ricardo Gonçalves, concluindo que “tem de ser tudo muito ponderado”.

A actual casa mortuária que serve a cidade situa-se junto às Portas do Sol, local de difícil acesso e estacionamento, que obriga os cortejos fúnebres a atravessarem parte do centro histórico.

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