O presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, endereçou um pedido de audiência à Ministra da Saúde, com carácter de urgência, para dar conta das preocupações da autarquia com os cuidados de saúde primários no concelho.
O autarca afirma “a nossa firmeza na reivindicação de soluções é tão profunda, quanto a nossa disponibilidade para trabalhar com a administração central”, tal como, “já fizemos no passado, chamando à Câmara Municipal, responsabilidades que cabiam ao Ministério da Saúde para resolver problemas que se arrastavam há demasiado tempo”.
No pedido de audiência à Ministra, o autarca pede soluções que garantam igualdade de acesso a cuidados de saúde, com reforço da cobertura de médicos de família e com o início de intervenções de manutenção e melhoria nas instalações onde funcionam as unidades de saúde do concelho, são as principais reivindicações que o presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, quer levar à Ministra da Saúde.
Autarca reforça a necessidade “imperiosa, de que os utentes do concelho possam aceder, em igualdade de circunstâncias, a cuidados de saúde”, num concelho que conta com quase cinco mil utentes sem médico de família.
Diferenças de acesso a médico de família “entre as unidades de saúde familiar e a unidade de cuidados de saúde personalizados, criam desigualdades que urge resolver”, tal como a autarquia tem reforçado “quer em visitas de membros do executivo às instalações destas unidades, quer em reuniões de trabalho com o Diretor Executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria”.
No pedido de audiência, o presidente da Câmara lembra que a autarquia assumiu as obras e investiu cerca de 36 mil euros para impedir o encerramento da Extensão de Saúde de Valada, que integra a Unidade de Saúde Familiar (USF) D. Sancho I. A manutenção deste serviço de saúde de proximidade “assume carácter especialmente importante para a população de uma freguesia isolada devido à distância geográfica, à carência de transportes públicos e ao envelhecimento da população, na sua maioria, pessoas com uma situação socioeconómica frágil”.
No que se refere à USF D. Sancho I, o autarca destaca a necessidade de intervenções de manutenção e melhoria das infraestruturas, “designadamente, a premência de pinturas gerais, reforço de isolamentos e de reparação de áreas do pavimento”, para que as condições para utentes e profissionais, se possam manter.
Já a preocupação da autarquia com a falta de médicos de família, centra-se na UCSP (que partilha as instalações com a USF Cartaxo Terra Viva), já que a USF D. Sancho I, com sede em Pontével e 11 255 utentes, é uma USF de Modelo B, o que permite incentivos de produtividade que “alavancam o seu funcionamento e permitem níveis de resposta que satisfazem a generalidade dos utentes”.
No Cartaxo, a USF Cartaxo Terra Viva e a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), partilham instalações mas apresentam desigualdade no quadro de pessoal médico – enquanto a USF, com 9258 utentes inscritos, tinha, em 31 de Dezembro de 2018, cobertura total de médico de família, já a USCP, apresentava 4 954 utentes sem médico de família, para um total de 4 987 utentes inscritos, sendo que esta unidade conta com três médicos, um dos quais em situação de prestação de serviços e outro em situação de doença prolongada.