Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, anunciou, segunda-feira, dia 26 de Outubro, à noite, um acordo com o Partido Socialista para a governação do concelho nos próximos quatro anos.
Falando no final da tomada de posse da Câmara e da Assembleia Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves afirmou que o acordo alcançado com o PS “pode parecer muito estranho a algumas pessoas”, mas não é algo novo no seu percurso autárquico, já que desde que assumiu a presidência do município, em 2013, e mesmo quando teve maioria absoluta, em 2017, sempre procurou “bases de entendimento” com os outros partidos com representação no executivo.
“Nas democracias mais amadurecidas do norte da Europa é assim que as coisas acontecem (…) e se formos ver o sucesso que existe nesses países, se calhar uma parte da base tem a ver com os entendimentos que se conseguem para lá das linhas partidárias, onde se colocam primeiro as terras, as pessoas e os projectos estruturantes para os concelhos”, declarou.
Para Ricardo Gonçalves, o acordo alcançado em Santarém, cujos detalhes serão anunciados até ao final da semana numa conferência de imprensa conjunta, é “um exemplo de democracia”.
Sublinhando que o acordo com o PS surgiu “no dia em que o país está num tumulto político, a caminhar para uma crise, onde há muitas divergências a nível nacional”, o autarca afirmou que “os escalabitanos, Santarém e os projectos estruturantes” foram “mais importantes” e colocados “acima daquilo que é qualquer força partidária”.
Questionado sobre a abrangência do acordo, tendo em conta que a Mesa da Assembleia Municipal hoje eleita resultou de uma lista conjunta com o PS (que detém a maioria neste órgão), Ricardo Gonçalves admitiu que se trata de uma base de entendimento “alargada”, remetendo os detalhes do acordo para o anúncio conjunto que será feito “na quinta ou na sexta-feira”.
O autarca reconheceu que, além dos contactos com o PS, manteve igualmente reuniões com o Chega, que nas eleições do passado dia 26 de Setembro elegeu um vereador para o executivo municipal.
Nas autárquicas deste ano, o PSD passou dos 43,2% dos votos e cinco eleitos obtidos em 2017 para os 37,4%, perdendo um vereador, mantendo o PS os quatro vereadores (passou de 34,1% para 33,3%), ficando o Chega com um mandato (7,9%).
Na Assembleia Municipal, o PS conquistou 34,6% dos votos (11 eleitos), o PSD ficou com 32,9% (10 deputados), o Chega 8,6% (dois), a CDU (PCP/PEV) 7,8% (dois), o Bloco de Esquerda 4,7% (um) e o CDS-PP 3,1% (um), a que se juntam os presidentes das 18 juntas e uniões de freguesia.
A Mesa da Assembleia Municipal – presidida pelo socialista Joaquim Neto (que exerceu o cargo no anterior mandato), e que integra o social-democrata Carlos Marçal como primeiro secretário e Helena Vinagre (PS) como segunda secretária -, foi eleita com os votos favoráveis de 40 dos 45 deputados municipais.