Reportagem do primeiro dia da segunda fase de desconfinamento e onde foram levantadas algumas restrições em consequência do decreto do estado de emergência devido à pandemia da Covid-19 (coronavírus). A partir do dia 2 de maio, Portugal entrou em estado de calamidade e o país começou gradualmente a “reabrir”. Reportagem na escola secundária Santa Maria, em Sintra, local que voltou a reabrir para a entrada de alunos. Visita do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Lisboa, 18 de maio de 2020. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O novo ano lectivo arrancou ao longo da semana passada e na quinta-feira os mais de 1,2 milhões de alunos dos 1.º ao 12.º anos já estavam todos de regresso à escola.

Na habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19, Graça Freitas considerou que esse regresso correu “bastante bem”, considerando que a reabertura das escolas implicou um grande fluxo de pessoas.

Apesar do balanço positivo, nos primeiros dias de aulas foram relatados casos positivos de infecção pelo novo coronavírus em algumas escolas, mas a directora-geral assegurou que “do ponto de vista da saúde pública, nenhum dos casos levaria ao encerramento das escolas”.

“Duas ou três situações pontuais em que foi pensada pelo menos a suspensão (das actividades lectivas), não o encerramento das escolas, têm a ver com a existência de profissionais disponíveis, não do risco de expansão da doença”, explicou, sem especificar em que casos isso aconteceu.

Neste arranque que considerou “tranquilo”, Graça Freitas reconhece, ainda assim, que alterações que ainda precisam de ser feitas.

“Há ajustes a fazer, não temos a mínima dúvida, foram encontradas formas de melhorar alguns procedimentos nas escolas”, afirmou, referindo que também da parte dos alunos e das famílias há melhorias a fazer e aprendizagens a retirar.  

Na quinta-feira, marcada pelo regresso às aulas na maioria das escolas, verificaram-se ajuntamentos junto à entrada de vários estabelecimentos de ensino, como na secundária Pedro Nunes, em Lisboa, onde mais de mil alunos se amontoaram de manhã.

No final da semana passada, a ministra da Saúde já tinha afirmado que o Governo estaria a procurar “soluções alternativas” para acabar com as concentrações de pessoas que são obrigadas a estar à porta de escolas pelas restrições às entradas.

Serão “soluções que permitam que os horários sejam ajustados ou que as pessoas tenham condições para estarem mais protegidas”, afirmou na altura a ministra, sem concretizar, indicando que “algumas já estão a ser instaladas”, mas salientando que “nada disto é fácil”.

Portugal contabiliza hoje mais oito mortos relacionados com a covid-19 e 623 novos casos de infecção, segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).   

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 1.920 mortes e 69.200 casos de infecção.   

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