O distrito de Santarém concentra 18 projetos CLDS 5G, num investimento superior a nove milhões de euros (ME), e acolhe um projeto-piloto inovador para integração de migrantes, revelou à Lusa a diretora distrital da Segurança Social, destacando a proximidade.
“Esta presença expressiva permite-nos estar próximos das comunidades e responder de forma mais eficaz às necessidades reais das pessoas”, afirmou a diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, Paula Carloto.
Os programas no terreno reforçam a inclusão social, o emprego, o envelhecimento ativo e a resposta a situações de vulnerabilidade, através de uma forte articulação entre entidades públicas e do setor social, sendo o distrito de Santarém uma das regiões do país com maior cobertura do programa Contratos Locais de Desenvolvimento Social de 5.ª geração (CLDS 5G), com 18 projetos ativos.
Os projetos CLDS 5G, com duração de 48 meses, atuam nos eixos do emprego, infância, envelhecimento ativo e intervenção social, através de ações como capacitação de desempregados, acompanhamento de crianças e jovens, dinamização de redes de vizinhança sénior e apoio imediato a famílias em situação de emergência social.
Apesar da coordenação municipal, a execução é assegurada por instituições particulares de solidariedade social (IPSS), associações e organizações não-governamentais locais, garantindo “proximidade, continuidade e acompanhamento diário” junto de famílias, idosos, jovens e população migrante, destacou a responsável.
Entre as respostas consideradas mais inovadoras, Paula Carloto destacou os Gestores da Infância, os Gestores 60+, os Fóruns de Envelhecimento e os mecanismos de resposta rápida em emergência social, iniciativas que “têm reforçado o trabalho em rede, reduzido o isolamento e melhorado o acesso a serviços essenciais”.
Segundo Paula Carloto, o CLDS 5G “combate a pobreza e a exclusão social, reforça a coesão territorial e protege os públicos mais vulneráveis”, estando alinhado com a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, a Garantia para a Infância e o Plano de Envelhecimento Ativo.
Paralelamente, o distrito acolhe desde Novembro de 2024 o projeto-piloto FICA – Frente de Integração das Comunidades Apoiadas, coordenado pela Segurança Social de Santarém, dedicado à integração plena e autonomização de requerentes e beneficiários de proteção internacional, que já acompanha 264 cidadãos de 29 nacionalidades.
“O FICA é um modelo inovador que promove simultaneamente a inclusão social, profissional e comunitária das pessoas e responde às necessidades das instituições e dos territórios”, salientou a diretora distrital.
O projeto presta acompanhamento psicossocial, apoio administrativo, apoios financeiros para despesas essenciais, como o início de um arrendamento habitacional, e acompanhamento na integração laboral.
Atualmente, 51 pessoas encontram-se em formação, 47 estão integradas no mercado de trabalho, 13 participam em medidas de emprego apoiado e 35 estão em fase de integração, estando previstas novas ações de formação.
A intervenção social no distrito assenta numa articulação integrada entre o Plano Local de Habitação, a Rede Social, o CLDS 5G e o FICA, permitindo respostas mais completas nas áreas da habitação, inclusão, emprego e integração de grupos vulneráveis.
Apesar dos avanços, persistem “desafios” como a escassez de habitação acessível, a falta de técnicos especializados e desigualdades territoriais, reconheceu Paula Carloto, defendendo o reforço das parcerias e a inovação nas respostas sociais.
“A construção de uma Segurança Social mais moderna, ágil e próxima depende essencialmente das pessoas que a servem”, afirmou, sublinhando o papel dos trabalhadores do Centro Distrital de Santarém “pela dedicação diária e pela capacidade de transformar políticas públicas em respostas concretas que mudam vidas”.
