O Tribunal Judicial de Santarém manteve hoje as condenações dos 11 dos 23 arguidos no processo do furto e recuperação de material militar dos Paióis Nacionais de Tancos (PNT), com os autores materiais a receberem prisão efetiva.

Na leitura do acórdão, o presidente do coletivo de juízes, Nelson Barra, considerou válidas as declarações proferidas em sede de julgamento, mantendo a decisão da primeira instância.

O novo acórdão do caso de Tancos decorre após o Tribunal da Relação de Évora (TRE) ter anulado, em fevereiro de 2023, a decisão de primeira instância, declarando o acórdão nulo por omissão de pronúncia, bem como a nulidade da utilização de prova obtida através de metadados, considerando que os factos dados como provados em muitos pontos do processo se encontravam irremediavelmente afetados e deviam ser reequacionados.

Em sede de alegações, os advogados de todos os arguidos alegaram contaminação da prova e pediram a absolvição de todos os que tinham sido condenados a penas efetivas ou suspensas.

Na leitura do acórdão o presidente do coletivo afirmou hoje que o tribunal “eliminou as referências ao metadados”, mas entendeu que “as declarações dos arguidos, em sede de audiência, constituem meios de prova e são suscetíveis de serem valoradas”.

O coletivo de juízes, manteve assim “tudo o que foi dito aquando do acórdão inicial” do processo do furto e recuperação de material militar dos Paióis Nacionais de Tancos (PNT), que tinha terminado com os autores materiais a receberem prisão efetiva.

Foram condenados a penas de prisão efetiva o autor confesso do furto, João Paulino, com a pena mais grave, e os dois homens que o ajudaram a retirar o material militar dos PNT na noite de 28 de junho de 2017, João Pais e Hugo Santos.

Os três foram condenados pelo crime de terrorismo, praticado em coautoria material, e João Paulino e Hugo Santos também por tráfico e outras atividades ilícitas, tendo o cúmulo jurídico resultado numa pena de prisão efetiva de oito anos para João Paulino, de cinco anos para João Pais e de sete anos e seis meses para Hugo Santos.

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, um dos 23 acusados no processo, foi absolvido dos crimes de denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário e abuso de poder.

O furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a recuperação de algum material sido feita na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a Polícia Judiciária Militar (PJM) em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

O advogado de João Paulino, Bruno Melo Alves, escusou-se a comentar o acórdão, mas afirmou que vai recorrer da decisão.

Leia também...
Imagem ilustrativa

Fogo em Ourém volta a reacender-se e há um novo foco no concelho

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Espite, no concelho de Ourém,…

Pedro Teixeira da Mota ao vivo em Torres Novas

Pedro Teixeira da Mota vai subir ao palco do Teatro Virgínia, em…
Inauguração do Padrão Rotário em Santarém

Rotary Clube de Santarém: Do sonho à realidade

Corria o ano de 1962 quando, na pacata Cidade de Santarém, um…
Foto de arquivo

Um morto em colisão rodoviária no IC-10 que está cortado entre Santarém e Almeirim

Uma pessoa morreu hoje de manhã na sequência de uma colisão entre…