O Teatro Sá da Bandeira recebeu ontem, dia 24 de Maio, a sessão de abertura do Festival Internacional de Cinema de Santarém (FICS).

Designando-se como “Um Festival da terra, pela Terra”, o FICS reivindica-se como “um dos festivais de cinema mais antigos de Portugal”, tendo surgido em 1971, com exibição de cinema sobre as temáticas agrícola, rural e ambiental até 1989.

A sessão de abertura contou com a presença de José Filipe Costa, realizador de cinema, para apresentar o filme “Uma história do espectador de cinema”. O realizador fala sobre o espectador de cinema e o que se pode esperar de um espectador nos dias de hoje. “Um lado que eu acho interessante nestes festivais é o encontro com os outros. O encontro com outros espectadores, da possibilidade de ver filmes numa sala grande, com condições, e de não ficarmos sozinhos de volta dos nossos ecrãs a ver filmeS”, notou.

A programação foca-se em filmes que explorem a relação entre o cinema e o território. O Festival conta com competições a nível nacional e internacional.  Chico Noras, director do festival, realça a importância do cinema como uma linguagem universal. “O cinema é uma linguagem universal, não só de entretenimento, mas acima de tudo de reflexão”, menciona.

O evento conta com a secção “Em Foco”, dedicada às agropoéticas de libertação e às lutas ecológicas. Os filmes vão propor uma reflexão sobre a devastação das paisagens naturais, a história de violência colonial e extrativista em torno das práticas agrícolas de comunidades na Índia, Palestina, Moçambique e Mali.

Na secção “Panorama” de carácter não competitivo apresenta-se uma visão da produção contemporânea nacional e internacional. Rita Correia, directora do festival, revelou o programa do evento notando que desenvolveram a iniciativa de um modo diferente de anos anteriores. “Quisemos dar uma roupagem nova, moderna e contemporânea a este cinema com estas temáticas tão importantes no século XXI. Nós queremos que o festival continue e que a cidade também o queira”, declarou.

O Festival apresenta ainda “Cinema à Mesa”, uma sessão que combina cinema com um jantar realizado pelo Chef João Correia, do restaurante Dois Petiscos. O Chef vai criar um menu de degustação a partir do filme “Religo de Flora Pesenti”. Elaborados com produtos locais, os pratos inspirados pelo filme vão ser saboreados pelos convidados após o visionamento. A sessão Cinema à Mesa terá lugar no antigo Refeitório Jesuíta do Museu Diocesano de Santarém.

O FICS, tem também um Projecto Educativo denominado de “Sementes e Rebentos”. As actividades são pensadas para as várias faixas etárias, dos 4 aos 18 anos, as suas famílias, a comunidade de professores e educadores e o público sénior, mas também outros facilitadores e profissionais do serviço educativo. O festival vai contar com diversas outras actividades a decorrer na Casa do Brasil.

Leonor Teles, directora de cinema, João Arrais, actor, Raquel Morte, produtora de cinema, Mónica Lima, realizadora-autora, Pedro Cabeleira, director de cinema, e Fernando Brito, pintor e professor de Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, fazem parte do júri do Festival Internacional de Cinema de Santarém.

Na cerimónia de encerramento, vão ser entregues os prémios das competições e os filmes vencedores vão ser exibidos na Feira Nacional da Agricultura.

A 16ª edição do Festival Internacional de Cinema de Santarém realiza-se de 24 a 28 de Maio de 2023, no Teatro Sá da Bandeira, Casa do Brasil e outros espaços da cidade.

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