A Associação Scalabitana de Protecção de Animais (ASPA), em Santarém, foi fundada no dia 28 de Junho de 1982, por um grupo de cinco pessoas, amantes de animais, todas em regime de voluntariado.
A associação zela pelos direitos dos animais, ao nível da defesa, promoção, recolha e adopção, dando actualmente as melhores condições a 220 cães e 20 gatos adultos. Uma entidade sem fins lucrativos que trabalha em conjunto com o Centro de Recolha Oficial de Animais de Santarém (CROAS), também um Canil e Gatil Municipal, realizando diversas iniciativas para que mais animais possam ser adoptados ano após ano. Pedro Pinto, presidente da ASPA, refere que este ano o número de adoções foi menor, comparando com anos anteriores e revela que a adopção de gatos é maior do que a de cães. “Temos de ter em conta que a situação que o nosso país atravessa não ajuda muito e reflecte-se logo nos animais. Nós tentamos arranjar pessoas que adotem”, nota.
O presidente realça que é impossível aceitar mais animais. “Temos a quantidade exata de animais, para o canil que temos. Uma das coisas que nos entristece é a falta de espaço para poder receber mais animais do exterior. Só conseguimos receber animais saindo outros”, enumera.
Com diversas iniciativas para promover a adopção, a associação garante que este ano já foram adotados 70 animais, todos eles castrados, esterilizados, com as vacinas em dia e colocação de microchip.
Pedro Pinto, afirma que todo o processo é importante e relembra que durante a pandemia muitos animais foram adoptados, contudo não correu como era previsto.
“Temos de ter a certeza de que o animal vai bem quando é adoptado, para não acontecer o que se sucedeu em tempos de pandemia. Vinham adoptar animais e depois vieram largá-los quase todos. As pessoas esqueceram-se que quando acabasse a pandemia tinham o animal em casa.
Muitos animais que foram adotados durante a pandemia regressaram aos canis. Isso é um grande sofrimento para todos eles. Sair e voltar novamente para o mesmo sítio”, recorda.
Todos os animais disponíveis para adoção na ASPA necessitam de diversos tratamentos e cuidados, tornando-se difícil para a associação suportar os gastos que implicam a saúde e bem-estar de mais de 200 animais. Conta com a colaboração da Câmara Municipal de Santarém, que mantém um protocolo assinado por Nuno Russo, vereador com os Pelouros da Sanidade e Higiene Pública e Veterinária, e Canil e Gatil Municipal, tendo como objectivo o reforço de um subsídio anual de 24.000,00€, dividido por pagamentos mensais no valor de 2.000,00€, para além de suportar custos com água e luz. A associação conta ainda com o apoio das superfícies comerciais Continente e E.Leclerc, onde realizam campanhas de angariação de bens e que lhes dão as quebras de ração das lojas de Santarém.
As instalações da ASPA possuem parques de manobras onde os cães estão soltos para que se possam exercitar, uma sala de recobro para gatos, uma lavandaria, uma enfermaria e com os serviços de Margarete Cruz, médica veterinária. Com o evoluir dos tempos, foram muitas as conquistas que a associação conseguiu alcançar durante os seus 41 anos, de modo a manter o bem-estar dos animais, tem agora uma grande ambição, a construção de um Hospital Veterinário.
Pedro Pinto nota que é necessário ter a noção que um animal vai ser uma companhia para o resto da vida. “Quem adopta tem de estar preparado. Os animais mais jovens destroem muita coisa. Nós alertamos as pessoas para que se adotarem um bebé normalmente vão haver coisas destruídas em casa. Se adoptar um adulto vai ter um comportamento totalmente diferente”, relembra.
Em Portugal são abandonados mais de 10 mil animais, havendo ainda mais de meio milhão sem dono. Os maus-tratos a animais e abandono são considerados crime desde 2014, porém Pedro Pinto considera que em Portugal a lei não é devidamente cumprida.
“As pessoas não são punidas. Acho que a lei do país ainda está muito leve em relação a isso. Existe um problema grave. Muitos animais não estão chipados e nós não sabemos a quem pertencem. Não estando eles chipados, não conseguimos chegar ao dono, por muito que publiquemos fotografias de animais para adopção. Se for um cão de uma raça que está na moda aparecem logo muitas pessoas a quererem ficar com eles. Se for rafeiro já não há ninguém”, expõe.
Os interessados em ajudar a associação poderão realizar voluntariado, basta entrar em contacto com a ASPA através de email aspasantarem@gmail.com ou número de telemóvel 917 614 210. Poderão também apadrinhar um animal, exercendo o pagamento de dez euros, é possível estar com o animal, levá-lo a passear e ajudar a comprar rações, pagar medicações, operações e entre outros bens.