Marta Carvalho, 16 anos de idade, natural de Santarém e residente em Almeirim tem, desde tenra idade, a paixão pelo ciclismo. A ciclista representa a equipa Extremosul/ Hotel Alísios/Cenmais. Pratica várias vertentes do ciclismo, como o BTT, Estrada e Pista, e, como garantiu ao ‘Correio do Ribatejo’ tenta ser “uma atleta versátil”.
Marta Carvalho, 16 anos de idade, natural de Santarém e residente em Almeirim tem, desde tenra idade, a paixão pelo ciclismo. Essa paixão surgiu como?
O meu pai praticava ciclismo amador e aos 6 anos de idade incentivou-me a andar de bicicleta fazendo umas provas por diversão, fui ganhando interesse e esse interesse foi crescendo até hoje.
Participou na 1.ª Volta a Portugal Feminina em Sub-19, tendo acabado a prova na terceira posição. Foi a classificação que esperava?
A minha participação sempre teve como objectivo lutar pela camisola amarela, após o prólogo de 5km, o qual fiquei em 4º lugar, esse objectivo ficou mais difícil de atingir pelo tempo que me separava da primeira classificada. Tentei lutar pelas vitórias nas etapas, tentando ganhar tempo e subir na classificação geral. Acabei por não conseguir o meu objectivo inicial, mas estou satisfeita por ter vencido duas etapas e acabar em 3º lugar na geral. O principal, e por isso fiquei muito feliz, foi a conquista do 1º lugar que adquirimos por equipas, logo na 1ª Volta a Portugal Femininas Sub-19.
Venceu a segunda e última etapa da prova ao sprint. Velocidade é uma das suas especialidades?
Eu pratico várias vertentes do ciclismo, BTT, Estrada e Pista, tento ser uma atleta versátil, para isso, juntamente com o meu treinador, tentamos não trabalhar apenas uma característica, mas sim várias para nas várias vertentes ter os argumentos necessários para ser competitiva.
Foi campeã nacional júnior em ciclismo de pista. O que mais prefere, estrada ou pista?
Além de ter sido campeã nacional de pista em três disciplinas, Scratch, Pontos e Eliminação, também fui campeã nacional de fundo, já faço estrada há mais tempo, mas são duas vertentes onde eu já consegui demonstrar o meu potencial. Não tenho ainda nenhuma preferência, uma vez que faço as três vertentes: BTT, estrada e pista.
Representa a equipa algarvia Extremosul/ Hotel Alisios/Cenmais. Por falta de interesse de alguma equipa do distrito?
Inicialmente pertenci a equipas da região, SFA (Alpiarça), 20km de Almeirim e BTT Marinhais. Senti necessidade de ir para uma equipa onde realizasse também a vertente de estrada e mudei-me para as 5Quinas Município de Albufeira, que é uma equipa unicamente feminina. Posteriormente, juntei-me à equipa Extremo Sul no qual já me encontro há quatro anos, onde me sinto bem integrada, tendo as condições necessárias para a realização das provas nas várias vertentes e, o mais importante, a grande amizade entre colegas.
O ciclismo no feminino está bem desenvolvido no nosso país, ou ainda há muitas barreiras por superar?
O ciclismo feminino em Portugal ainda tem algumas barreiras por superar, apesar de estar a evoluir, começa a haver mais projectos envolvendo uma formação mais jovem com o objectivo de equiparar em termos de competitividade a um nível internacional.
Este ano, os Campeonatos Europeus de Juniores e sub-23 de ciclismo decorreram em Portugal, o que proporcionou uma maior visibilidade ao país e demonstrou o trabalho que está a ser desenvolvido a nível nacional.
Também este ano, tive a oportunidade, na vertente de pista como na de BTT, de ter experiências a nível mundial e europeu, deu para perceber que o grau de competitividade e o ritmo de corrida é muito mais elevado e ainda há muito trabalho a ser realizado para atingir esse nível.
A igualmente scalabitana (Moçarria) Maria Martins é fonte de inspiração para si? Anseia alcançar esse patamar?
A Maria Martins é um exemplo para todas nós porque também tenho o desejo de alcançar um nível profissional e atingir o patamar olímpico, o que é um grande sonho. Tenho o prazer de algumas vezes poder treinar com ela e falar sobre as suas experiências, o que é uma grande satisfação para mim.
Em Julho, participou no Campeonato da Europa de Pista de Juniores e sub-23, no velódromo de Sangalhos. Que balanço faz dessa participação internacional?
Foi o meu primeiro campeonato europeu de pista, onde adquiri muitas experiências. O Scratch foi a minha primeira corrida, fiquei em 13º lugar, não conhecia as minhas adversárias nem os seus ritmos, como era a minha primeira experiência fui com algum receio, mas na segunda prova, a corrida por pontos, já estava mais à vontade e consegui alcançar um 7º lugar. Faço um balanço positivo do Europeu, pois além de melhorar a minha posição, ganhei muitos conhecimentos e fiquei com vontade de aprender mais e fazer melhor. Espero poder repetir esta experiência.
Quais são as próximas provas e os principais desafios para a sua ainda jovem carreira?
A época está a terminar, mas ainda faltam duas provas de XCO, a prova final da Taça de Portugal (Avis) e o Campeonato Nacional (Marrazes), que é um grande objectivo da época.
Futuramente gostaria de participar em mais provas internacionais, para poder evoluir mais.