Economista de formação, com especialização em gestão e consultoria de negócios, Diogo Palha tem dedicado a sua vida profissional ao desenvolvimento, financiamento e acompanhamento de projectos de empreendedorismo e inovação. Actualmente, é Assessor para o Empreendedorismo e Transferência de Conhecimento do IPSantarém, coordenador do programa STARTIPS e colabora com a Ingedient Odyssey, start-up que muito recentemente anunciou um investimento de 10,7 milhões de euros em Santarém, na criação de uma inovadora unidade de biotecnologia.
É Assessor para o Empreendedorismo e Transferência de Conhecimento do IPSantarém e coordenador do STARTIPS. Em que consiste este programa?
O STARTIPS é o Programa de Empreendedorismo do Politécnico de Santarém. No fundo é o programa “chapéu” sob o qual se desenvolvem as diversas iniciativas que o IPSantarém leva a cabo no âmbito do empreendedorismo.
Como surgiu o STARTIPS?
O fomento de uma cultura mais empreendedora e inovadora está inscrita na missão do IPSantarém desde sempre. E há muitos anos que se iam desenvolvendo actividades no âmbito do empreendedorismo. No entanto sentiu-se necessidade de criar uma maior articulação, ter objectivos mais concretos e definidos e desenvolver iniciativas para os alcançar, e daí a criação de um Programa neste sentido.
Que objectivos pretende alcançar?
O STARTIPS visa alcançar três principais objectivos: fomentar a aquisição de competências empreendedoras por parte do máximo de alunos do IPSantarém; dinamizar e alavancar iniciativas relacionadas com empreendedorismo no Instituto; e apoiar os elementos da comunidade IPSantarém que pretendam empreender, seja através da criação de start-ups ou de spin-offs.
São objectivos que funcionam em funil: na parte mais larga estão todos os alunos do IPSantarém, porque é importante que todos adquiram competências empreendedoras, na parte seguinte estão aqueles que pretendem aprofundar essas competências participando em iniciativas de empreendedorismo (concursos, projectos, etc.), que já não são, naturalmente, todos os estudantes. E na parte mais afunilada estão aqueles elementos da comunidade, nomeadamente os alumni e os investigadores do Instituto, que pretendem efectivamente iniciar novas iniciativas empresariais (que são naturalmente ainda menos).
O STARTIPS visa contribuir para a concretização destes objectivos, dinamizando iniciativas e sendo um impulso.
Que iniciativas estão programadas neste âmbito?
Neste ano lectivo 2020-2021 estamos a dinamizar um conjunto de iniciativas entre as quais se incluem a realização de Sessões de fomento do empreendedorismo junto dos alunos, a realização de Sessões de geração e maturação de ideias de negócio, nomeadamente apoiando trabalhos que se realizam no âmbito de Unidades Curriculares, a dinamização de Concursos Temáticos de Ideias de Negócio, em domínios que cruzam as diversas áreas do conhecimento a que se dedicam as 5 Escolas do Instituto, a dinamização de Workshops de melhoria da performance na apresentação de Pitchs, a dinamização da participação no Poliempreende, que é o Concurso Nacional de empreendedorismo da rede dos Politécnicos, e ainda a criação de um conjunto de instrumentos de promoção e apoio ao empreendedorismo, nomeadamente Vídeos de promoção e um Handbook.
Vamos ainda organizar, em finais de Maio, se a evolução da pandemia já o permitir, um evento de dois dias, com foco no empreendedorismo e na inovação.
O que é, para si, o empreendedorismo?
Para mim, empreendedorismo é a capacidade de identificar um problema ou uma oportunidade, levantar o rabo da cadeira, estruturar uma solução criadora de valor (o que significa melhor do que aquelas que já existem), e correr o risco da sua implementação.
Podemos, todos nós, aprender a ser empreendedores? Ou é necessário possuir algumas características específicas?
Muitas vezes confunde-se ser empreendedor com ser alguém que começa uma empresa. E quando pensamos em exemplos de empreendedores pensamos logo em pessoas como o Steve Jobs ou o senhor Nabeiro. Isto faz com que muita gente ache que isto do empreendedorismo não é para si, que não está ao seu alcance… e isto é péssimo…
Na minha forma de ver, todos podemos e devemos ser empreendedores, independentemente de algum dia virmos ou não a criar uma nova iniciativa empresarial. Claro que os empresários têm de ser empreendedores, mas podemos trabalhar toda a vida por conta de outrem, inclusivamente num sector não empresarial, e ser verdadeiros empreendedores.
Assim a minha resposta é que, havendo naturalmente pessoas que têm um perfil mais empreendedor que outras, todos podemos adquirir, treinar e aprofundar competências empreendedoras. Todos podemos ser mais criativos, todos podemos reforçar o nosso espírito de iniciativa, todos podemos assumir mais riscos, todos podemos trabalhar melhor em equipa, todos podemos tentar comunicar melhor as nossas ideias, todos podemos reforçar os nossos níveis de autoconfiança, todos podemos ser mais persistentes nos projectos em que nos envolvemos. Tudo isto são competências empreendedoras e todas elas podem ser treinadas e reforçadas.
E porque razão considera necessário fomentar o espírito empreendedor nos mais jovens e estudantes?
Se olhar para a definição de empreendedorismo que lhe propus poderá verificar que o empreendedor é um agente de mudança para melhor, porque o empreendedor é alguém que propõe e constrói uma solução melhor que as existentes para resposta a uma necessidade, um problema ou uma oportunidade. Para que exista desenvolvimento, para que o mundo progrida, precisamos de mais empreendedores.
Se criarmos uma sociedade na qual a maioria espera que sejam outros a olhar para os problemas, a contruir e propor soluções e a correr o risco da sua implementação, teremos uma sociedade muito pior do que poderia ser.
Os nossos jovens, em especial aqueles que se encontram no ensino superior, têm de sentir e saber que lhes cabe tomar as rédeas do seu futuro, que terão uma vida melhor e construirão um mundo melhor se em vez de ficarem passivos perante as dificuldades e os problemas, e também diante das oportunidades, adoptarem uma atitude empreendedora. É por isto que é fundamental fomentar o espírito empreendedor nos jovens e muito em especial nos jovens-adultos mais qualificados, que são aqueles que se encontram no ensino superior.
Por isso, além das competências de base que cada Curso lhes confere, as chamadas hard-skills, é fundamental que a academia seja também um espaço de promoção e aquisição de competências complementares, as chamadas soft-skills, entre as quais as competências empreendedoras têm uma importância muito especial.
No ambiente de crise económica que estamos a atravessar, em que o número de falências de empresas cresce de dia para dia, como é que um potencial empreendedor deve encarar esta realidade?
A crise que estamos ainda a começar a viver, fruto da pandemia, cujos impactos e extensão ainda desconhecemos, é uma crise muito diferente daquela vivemos há 8-10 anos. Essa crise foi fruto de erros, de diversas naturezas, que pudemos analisar e aprender com eles, de forma a não os repetirmos. Já esta crise é trazida por algo invisível e incontrolável, da qual nenhum de nós tem culpa nenhuma. A grande lição que consigo tirar para os empreendedores é que nada se pode dar por garantido e devemos sempre deixar alguma margem para “pivotar”, para integrar imponderáveis e conseguir modificar o modelo de negócio.
Claro que isto é muito fácil de dizer na teoria. Na prática é outra coisa…
Nestes meses tenho pensado especialmente naquelas pessoas que já sofreram fortemente na crise anterior, se viram no desemprego, responderam a isso juntando todas as poupanças e muitas vezes endividando-se para implementar um novo projecto, o qual se encontravam agora a executar de forma excelente, colocando o melhor de si, fazendo tudo bem feito, por exemplo no sector do turismo, e agora se deparam com a realidade trazida pela pandemia… estão certamente a sentir uma grande revolta e uma grande impotência…
No entanto, como sempre, há que ter esperança, e serão novamente os empreendedores os primeiros a lutar para vencer esta nova crise, cumprindo aquele célebre dito de que “Nas crises, quando muitos se põem a chorar, os empreendedores põem-se a vender lenços”.
Acha razoável pensar-se que a pandemia poderá gerar uma nova onda de empreendedorismo? Será esta situação um veículo potenciador do aparecimento de novos empreendedores?
Não sei se vamos ter uma nova onda de empreendedorismo, mas teremos certamente necessidade de substituir actividades económicas, que não irão aguentar-se, por outras novas.
Deveremos, confirmando-se uma forte subida do desemprego, verificar uma subida do número de empreendedores que empreendem por necessidade, ou seja, daqueles que se irão encontrar numa situação de desemprego e, face a dificuldades de ingresso ou reingresso no mercado de trabalho, irão encontrar solução na criação das suas próprias iniciativas.
E penso que também iremos ter muitos casos de empreendedorismo, que aliás já estamos a verificar, assentes na identificação de oportunidades de implementação de novos produtos, serviços e modelos de negócio em resultado da transformação de comportamentos e do surgimento de novas necessidades e problemas que a pandemia está a trazer.
Além do trabalho no IPSantarém, onde atribui prémios a alunos empreendedores, o Diogo colabora com a Ingedient Odyssey, start-up que muito recentemente anunciou um investimento de 10,7 milhões de euros em Santarém, na criação de uma inovadora unidade de biotecnologia. Considera que Portugal é um país de empreendedores e que os portugueses têm potencial empreendedor?
Não tenho nenhuma dúvida que somos um país empreendedor e que os portugueses têm um enorme potencial empreendedor. Na minha vida profissional tenho tido a sorte de me cruzar com muitos e bons empreendedores, entre os quais os fundadores da Ingredient Odyssey, um projecto muito inovador e criador de valor que se encontra a nascer em Santarém.
Talvez quando olhamos para indicadores como a taxa de natalidade empresarial, a taxa de actividade empreendedora ou a taxa de motivação para empreender, e nos comparamos com outros países, nem sequer estejamos acima da média. Mas veja… uma das características que mais nos atribuem e reconhecem é a nossa capacidade de adaptação e de desenrascanço. O que são estas senão competências empreendedoras?
Somos um país periférico, relativamente pobre em recursos naturais, bastante exposto a crises externas, sem grandes vantagens competitivas. Os nossos Descobrimentos foram um acto de empreendedorismo em resposta a essas condições. Da mesma forma que a nossa diáspora foi em grande medida um acto de empreendedorismo. E mesmo os que cá vamos ficando temos tido sempre de ser empreendedores, porque senão não nos safamos.
Enquanto povo somos, na esmagadora maioria, trabalhadores e empreendedores. Falta-nos é ter maiores qualificações e faltam-nos também melhores lideranças, para que estas boas características, e o tal potencial, se possam evidenciar ainda mais e traduzir em melhores resultados.
E o Ribatejo?
A nossa região é “terra fértil”. Não apenas no sentido agrícola literal, mas também no sentido utilizado pelos professores Colin Mason e Ross Brown, dois especialistas em empreendedorismo, quando referem que os ecossistemas empreendedores precisam de “terra fértil”. A nossa localização; os acessos e infra-estruturas de transporte e logística; a existência de recursos endógenos com enorme potencial de valorização como a terra, a água, o rio, a pedra, a charneca e o montado; a existência de empresas de referência na agro-indústria, no sector do papel, dos curtumes ou da metalomecânica, só para dar alguns exemplos; os serviços existentes; as entidades do sistema cientifico presentes, e a qualidade de vida de que se pode usufruir, compõem um conjunto de “fauna e flora” que Daniel Isenberg, outro especialista, refere serem necessários a um ecossistema empreendedor vibrante.
Temos, no entanto, grandes desafios porque o nosso mercado de proximidade é muito pequeno. No Ribatejo, vivemos menos de meio milhão de pessoas. Repare que isto implica que temos sempre de ser capazes de produzir produtos e serviços com capacidade para vencer nos territórios de outros.
E, além disso, uma das nossas mais-valias, que é a proximidade da capital e os bons acessos à mesma, é muitas vezes uma cruz que carregamos, porque temos muito maior dificuldade em fixar recursos.
Existem mecanismos adequados e suficientes para apoiar iniciativas empreendedoras? Ou, pelo contrário, existem muitos condicionantes?
O Ribatejo tem um conjunto de entidades muito empenhadas em construir um verdadeiro ecossistema empreendedor. A Nersant, os Municípios, os Politécnicos, a Garval e diversas outras entidades têm esse objectivo e, em muitos casos, têm-se empenhado verdadeiramente nisso.
Por outro lado, em teoria, existe um conjunto de medidas de apoio ao empreendedorismo que parecem muito completas. A Estratégia Startup Portugal foi bem pensada e se fizermos um mapa no qual cruzamos as diversas fases do ciclo empreendedor e os apoios existentes, todas as fases vão parecer cobertas.
Mas quando passamos da teoria à prática, a conversa é outra. Muitas medidas só estão disponíveis em alguns períodos, não se sabendo se voltam ou não a estar; a outras é extremamente difícil aceder; outras têm a decisão entregue a entidades que não têm vocação para analisar e avaliar os projectos e, em quase todas elas, o tempo de decisão além de ser uma incógnita, é sempre demasiadamente lento, completamente desadequado a empresas em fase de arranque.
Por outro lado, embora as medidas até possam ser criadas, há falta de conhecimento. Fazem falta mais “activos de ligação”. A maioria dos universitários não sabe que existe um Startup Voucher. A maioria dos desempregados não sabe que existe um PAECPE. A maioria das start-ups não sabe que existe um Vale Incubação. A maior parte dos Business Agents não sabe que existe um Programa Semente, etc., etc.
Em que medida a dinamização do empreendedorismo poderá vir a potenciar o crescimento económico do país?
A importância das novas empresas na dinâmica económica, na criação de valor acrescentado, na inovação, na internacionalização ou, simplesmente, na criação de uma opção de carreira para uma parte significativa da população ativa, são evidências. É por isso que, sobretudo na última década, o tema do empreendedorismo se converteu numa questão central.
São já muitos os estudos realizados por grandes especialistas que vinculam consistentemente o empreendedorismo a um aumento acelerado da geração de empregos, crescimento do PIB e da produtividade, internacionalização, etc.
Isto não é novo. Já em 1912 Schumpeter demonstrava o papel dos empreendedores e argumentava que o desenvolvimento económico é alcançado através da inovação e do empreendedorismo.
O que é mais recente, fruto da evolução tecnológica e da globalização, é a escala que alguns novos projectos conseguem alcançar em tão pouco tempo. Note que empresas que não existiam há 25 anos ou menos, como a Google (1998), a SpaceX (2002), o Linkedin (2003), o Facebook (2004), o Youtube (2005), a Spotify (2006), a DropBox (2007), a AirBnB (2008), a Uber (2009), entre muitos outros exemplos, se tornaram gigantes, e parte da vida quotidiana de uma grande fatia da população a nível global. E este fenómeno não foi feito apenas de empresas localizadas em territórios distantes e quase míticos, como Silicon Valley. Em Portugal, por exemplo, nasceram empresas como a Farfecht (2007), a Science4you (2008), a Seedrs (2009), a Feedzai (2009), a Talkdesk (2011), a Codacy (2012), a Zaask (2012), a Uniplaces (2012), a Unbabel (2013), a Raize (2013), entre muitas outras, que cresceram rapidamente, se internacionalizaram, empregaram muitas pessoas qualificadas e ganharam presença e notoriedade mediática.
Mas atenção, o empreendedorismo não é só feito deste tipo de start-ups, chamadas de elevada escalabilidade, altamente tecnológicas, viradas para internacionalização e muito mediatizadas. O empreendedorismo de base local, que cria uma solução de auto-emprego e mais 2 ou 3 empregos, tem um papel fundamental que não pode ser negligenciado.
Que conselhos pode dar a alguém que quer ser empreendedor?
Há livros com centenas de páginas com conselhos para empreendedores, escritos por grandes especialistas e até por autores que alcançaram grande sucesso enquanto empreendedores e empresários. Não é o meu caso, pelo que não me atrevo a dar grandes conselhos.
Sugiro que nunca baseiem a tomada de decisão em percepções do tipo “eu acho que”, mas sim no melhor conhecimento possível do mercado e do perfil do cliente, pois só assim se podem construir verdadeiras propostas de valor. E também sugiro que não se iludam com os múltiplos apoios que existem para o empreendedorismo. Os apoios existem, mas não se substituem ao muito trabalho que cabe aos empreendedores e que ninguém fará por eles.
O Diogo está também ligado ao movimento ‘Praça Maior’. Em que medida é que a tradição se pode aliar a novas dinâmicas e, no fundo, recriar-se?
Gosto imenso da palavra “tradição” mas tenho sempre algum receio de a usar como veículo de comunicação porque há imensa gente que quando ouve “tradição” pensa em coisas velhas e bafientas. A “tradição” não é velha, é antiga. E a tradição é boa. Mas não é boa por ser antiga, ela já é antiga exactamente por ser boa!
No outro dia a Marisa Liz, depois de se emocionar a ouvir um jovem a cantar uma música tradicional portuguesa, disse estas palavras: “a cultura define um povo, define as suas tradições, define quem nós somos, mais do que aquilo que parecemos ser”.
Eu não posso estar mais de acordo. A tradição é a cultura de um povo, é quem nós somos.
Claro que, sem perder a essência, é fundamental que possamos modernizar, recriar, evoluir, sobretudo na forma de chegar às pessoas, de as envolver, de fazer parte das suas agendas.
Hoje em dia a oferta é brutal e a maior parte da população vive em grandes aglomerados urbanos, sem raízes ou distantes das suas raízes. A sua agenda está permanentemente cheia de coisas, de desafios, de afazeres, de programas, de alternativas. O grande desafio das coisas tradicionais é fazer parte dessa agenda e para o conseguir têm de se utilizar as ferramentas da modernidade. Não é com cartazes colados na parede, como se fazia no século XIX, que lá vamos.
Acredita que a Arte e a Cultura podem, efectivamente, ser lucrativas?
Há com certeza agentes no âmbito da arte e da cultura que, com toda a legitimidade, têm como fim o lucro e o alcançam. Não existe mal nenhum nisso. Nós, no entanto, na Associação Praça Maior não temos fins lucrativos embora, naturalmente, tenhamos o desafio de ser sustentáveis.
O que me parece mal é que muitos garantam os seus lucros ou a sua sustentabilidade assentes exclusivamente em subsídios públicos, muitos deles atribuídos não se sabe bem com que critérios de mérito, para realizarem coisas, às quais chamam arte e cultura, que não interessam a ninguém, sendo esse desinteresse verificado não pela minha opinião pessoal, mas sim pela ausência factual de interessados.
Nos espectáculos organizados pela Associação Praça Maior mais de 92,5% das receitas são oriundas do sector privado e estes espectáculos, além de serem usufruídos por muitos milhares de pessoas, são catalisadores de desenvolvimento para Santarém, por isso parece-me que os 7,5% de receita oriundas do sector público, só podem ser considerados bem empregues.
Filipe Mendes