Os trabalhadores das rodoviárias do Oeste, Lis e Tejo (distritos de Leiria e Santarém) decidiram voltar a fazer greve em 03 e 04 de Janeiro e recusar trabalhar nas folgas a partir da próxima semana, afirmou fonte sindical.

Estes trabalhadores cumpriram o segundo dia de greve para protestar contra “situações discriminatórias” relativas a diferenças laborais e salariais entre trabalhadores, por serem abrangidos por duas convenções de trabalho diferentes.

De acordo com Manuel Castelão, da Federação Nacional das Comunicações e Transportes (FECTRANS) a adesão à greve foi “muito forte, ainda mais do que no primeiro dia [quinta-feira], porque houve trabalhadores que na quinta-feira trabalharam, mas que se juntaram à greve e à manifestação” realizada junto à sede da Rodoviária do Tejo, em Torres Novas.

Na quinta-feira, o sindicalista apontou para uma adesão à greve superior a 85%, enquanto a ‘empresa-mãe’, a Rodoviária do Tejo, apontou, num comunicado, para uma adesão de 38,3%.

O sindicalista salientou ainda que os trabalhadores foram recebidos pela empresa para uma reunião, mas não foi assumido pela entidade patronal “qualquer compromisso” de actualização salarial, voltando a dizer que “qualquer actualização salarial teria de ser feita no âmbito da negociação com a acção patronal do sector”.

“Nesse contexto, foi isso que nós transmitimos aos trabalhadores e os trabalhadores decidiram avançar com nova paralisação para os dias 03 e 04 de Janeiro e também com a recusa ao trabalho em dia de folga a partir da próxima semana”, avançou.

As três transportadoras pertencem ao grupo Barraqueiro e à Transdev (49% de participação cada uma, com os outros 2% a pertencerem à empresa-mãe Rodoviária do Tejo), explicou.

Num comunicado enviado na quinta-feira, a Rodoviária do Tejo considerou que a adesão à greve no global das três empresas foi de 38,3%.

A empresa destacou que “as condições remuneratórias aplicadas pelas empresas são as que decorrem do Contrato Colectivo em vigor”.

“Visando a revisão do Contrato Colectivo em vigor, estão actualmente em curso negociações entre a associação que representa o sector dos transportes rodoviários pesados de passageiros (ANTROP) e as estruturas sindicais. A ANTROP apresentou já uma proposta aos sindicatos, a qual aguarda resposta, estando agendada uma reunião para o dia 13 de Dezembro”, salientou a Rodoviária.

Por seu lado, o sindicalista afirmou que “não espera nada da reunião de dia 13, porque se trata de uma revisão do contrato colectivo do sector, estando em cima da mesa uma actualização de 1,5%, o que, em ordenados de 600 euros, valerá oito ou nove euros”.

“O salário mínimo em Janeiro ficará nos 600 euros e um motorista tem um salário de 609 euros, ou seja, grande parte destes motoristas fica com um salário nove euros acima do salário mínimo nacional e é inconcebível”, afirmou Manuel Castelão.

Foto de Arquivo

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