Martim Canavarro, de 16 anos de idade, é o primeiro modelo masculino de nacionalidade portuguesa a integrar a equipa da Da Banda Model Management. Estreou-se na ModaLisboa e no Portugal Fashion. Este ano, e apesar das circunstâncias que estamos a atravessar, o modelo, natural de Santarém, iniciou a sua carreira internacional na campanha da ‘Calvin Klein’. Em entrevista ao Correio do Ribatejo, o escalabitano conta o percurso percorrido até pisar os palcos internacionais.

Como é que o Martim começa no mundo da Moda?
A história é engraçada. Em Fevereiro de 2015, a minha mãe foi buscar a minha irmã aos trampolins e cruzou-se com o actor João Arrais, que conhece desde miúdo. Nessa altura, ele disse que a minha irmã era muito bonita e pediu para ela enviar fotos para a agência dele e nesse mesmo dia a minha mãe enviou o que foi pedido. Dias mais tarde, foi contactada para uma reunião com a agência ‘True Sparkle’ e ficámos ambos agenciados. Em Junho desse ano, com 11 anos, fiz a minha primeira sessão para catálogo para a MDD e fui fazendo os catálogos até a roupa me servir. Em 2018, a minha actual agente Sandra Teixeira, da ‘DA Banda Model Management’, contactou a minha mãe para um possível recrutamento e foi aí que esta “aventura” da moda internacional começou, tinha apenas 14 anos pelo que foi necessário esperar uma vez que só poderia começar a trabalhar aos 16.

Sendo menor como é que se gere estas viagens de trabalho e deslocações?
A minha mãe foi e é o nosso grande pilar, esteve e está sempre ao nosso lado para que eu e a minha irmã consigamos seguir os nossos sonhos, não só nesta área como em todas. Sempre que faço um trabalho ela está presente, gosta de nos acompanhar e quando me desloquei à África do Sul foi ela que me acompanhou.

Como surgiu a oportunidade de ser protagonista na nova campanha Logo Tape?
Este último trabalho foi proposto pela minha agente directamente à ‘Calvin Klein’ e acabei por conseguir.

Quais foram os trabalhos que já fez na área até hoje?
Em Outubro de 2019, apenas com 15 anos, a minha agente propôs-me para a Moda Lisboa (Sangue Novo) e Portugal Fashion (Bloom) que se realizam em semanas seguidas, trabalhos que voltei a fazer em Outubro de 2019 e Março deste ano, mesmo na contingência actual. Desfilei para o Valentim Quaresma e Miguel Vieira, entre outros.

Qual é o aspecto mais desafiante neste meio?
Conciliar os trabalhos na moda com os estudos, com a minha vida pessoal e familiar e com a minha grande paixão, o futebol.

Na sua opinião o que é necessário para ser um bom modelo?
Determinação, foco, trabalho, dedicação, gostar do que faço, humildade, serenidade, calma e tranquilidade. Como costuma dizer a minha mãe, o caminho faz-se caminhando e a pressa é inimiga da perfeição. A minha agente tem tido um papel muito importante nessa gestão, pois escolhe cautelosamente os trabalhos que são os mais adequados para que a minha carreira se desenvolva da melhor forma.

Tem algum ídolo nesta área?
Ídolo não tenho mas acompanho o trabalho dos modelos mais bem sucedidos nesta área para melhorar e aprender, sempre dentro do meu próprio estilo e da minha maneira de estar.

É essencial pertencer a uma agência para singrar no mundo da Moda?
Completamente! Uma boa agente e uma boa agência na gestão das nossas carreiras é fundamental para o sucesso e neste aspecto não podia estar melhor entregue.

Até onde é que pretende chegar nesta carreira?
O céu é o limite, mas com os pés sempre bem assentes.

Para além da moda já realizou mais alguns projectos?
Sim. Em Janeiro de 2017 gravei um episódio do ‘Inspector Max’ sobre bullying e em Maio desse ano também fiz um casting para protagonizar uma longa metragem do realizador David Boneville, que aguardou por mim um ano para que estivesse mais próximo do personagem que ele queria, com a produção da C.R.I.M. O filme ‘Último Banho’ foi uma experiência muito boa, e exaustiva, com gravações durante dois meses, entre o Douro (cerca de mês e meio), Lisboa, Carcavelos e Santarém. Deverá sair para as salas de cinema no próximo ano.

Hobbies preferidos?
Andar de bicicleta, estar com amigos, ler um livro e fazer desporto. O mais importante de todos é jogar futebol, que é mais um sonho que um hobby, é uma herança que o meu avô, que considero um segundo pai, me deixou. É um desporto que encaro com muita seriedade, muito trabalho e muita dedicação, tal como a moda. Espero e desejo onde quer que o meu avô esteja que tenha muito orgulho em mim porque este era também o seu sonho.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?
Não queria que fosse uma frase feita mas efectivamente o que eu gostaria, se pudesse alterar a história, seria a pobreza, a fome mundial, o racismo, no fundo a discriminação em geral. A minha mãe, eu e a minha irmã queremos trocar as férias de Verão para fazer uma viagem de voluntariado num país africano. Não podemos mudar muita coisa mas gostávamos de, pelo menos, dar um contributo, por mais pequeno que ele seja.

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