A Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria associa-se à celebração do Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado hoje, 31 de Maio, e lembra os principais perigos do tabagismo. Segundo Gustavo Reis, diretor do Serviço de Pneumologia da ULS da Lezíria, “este dia é uma oportunidade para refletirmos sobre os impactos devastadores do tabaco na saúde pública e no meio ambiente”.

De acordo com o médico pneumologista, o tabagismo é um dos principais fatores de risco para várias doenças, incluindo neoplasia, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias. “Este problema não afeta apenas os fumadores, mas também todos aqueles que são expostos diariamente ao fumo passivo. Crianças e bebés são particularmente vulneráveis, enfrentando um aumento do risco de doenças respiratórias”, menciona.

Além das consequências para a saúde, o tabaco também causa impacto ambiental significativo. “A plantação de tabaco contribui para a desflorestação, degradação do solo e uso intensivo de pesticidas e fertilizantes, que contaminam solos e cursos de água. Os resíduos dos produtos de tabaco, como as beatas, são uma das formas mais comuns de lixo, poluindo praias, ruas e outros espaços públicos”, destaca Gustavo Reis.

O médico pneumologista admite que abandonar o tabagismo é um desafio, mas, sublinha, “os benefícios são imensos e começam quase de imediato”. “Poucas horas após o último cigarro, o organismo começa a recuperar, com a melhoria da pressão arterial e da circulação. Ao fim de poucas semanas, a função pulmonar aumenta e, a longo prazo, o risco de doenças graves diminui drasticamente”, explica.

Gustavo Reis lembra que o apoio é fundamental para quem deseja parar de fumar. “Existem diversas estratégias e recursos disponíveis, desde terapia comportamental até medicamentos que auxiliam na desabituação tabágica. Programas de apoio comunitário, campanhas de conscientização e políticas públicas são também essenciais para reduzir a prevalência do tabagismo”, indica.

Na Unidade Local de Saúde da Lezíria são disponibilizadas consultas de cessação tabágica, para apoiar os fumadores no seu percurso para abandonar o tabaco.

Segundo Gustavo Reis, no ano de 2023, foram realizadas 244 consultas de cessação tabágica, das quais 90 foram primeiras consultas, estimando-se que dois terços dos utentes que acederam a estas consultas deixaram de fumar.

O acesso às consultas de cessação tabágica é facilitado através de referenciação interna (sobretudo através da cardiologia, cirurgia vascular, pneumologia), assim como de referenciação externa.

Quando à terapêutica, o médico destaca que, recentemente, um novo fármaco (um alcaloide vegetal derivado de plantas, com estrutura química semelhante à nicotina) tem vindo a ganhar atenção como um auxílio eficaz para a cessação tabágica. “Com um mecanismo de ação eficaz e um perfil de efeitos favorável, pode ser uma opção terapêutica viável para muitos fumadores”, afirma Gustavo Reis, reforçando que a sua utilização deve sempre ser acompanhada por suporte médico e comportamental adequado para maximizar a hipótese de sucesso.

“Neste Dia Mundial Sem Tabaco reafirmamos o nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de todos. É crucial que governos, organizações de saúde e a sociedade civil trabalhem em conjunto para implementar medidas eficazes contra o tabagismo. Isso inclui, entre outras medidas, a restrição da publicidade de tabaco e a criação de ambientes livres de fumo”, conclui.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável por cerca de 8 milhões de mortes anuais no mundo.

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