A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) entregou hoje na residência oficial do primeiro-ministro um caderno reivindicativo para melhorar as condições de acesso aos serviços de saúde daquela região com mais de dez mil assinaturas.

“O que a delegação da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) entregou esta manhã ao assessor do primeiro-ministro António Costa foi uma carta alertando para questões fundamentais a resolver no domínio do acesso aos cuidados de saúde e também as mais de dez mil assinaturas recolhidas nos 13 concelhos da região para reclamar a melhoria das urgências”, disse hoje à agência Lusa Judite Gomes, da comissão de utentes.

Na carta, a que Lusa teve acesso, os utentes reclamam a melhoria dos serviços de urgência no Médio Tejo com a reabertura das unidades médico-cirúrgicas de Tomar e Torres Novas do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e da pediatria nos hospitais de Abrantes e de Tomar.

A iniciativa de hoje “vem na sequência de um conjunto de outras iniciativas institucionais”, nomeadamente junto do Ministério da Saúde, de autarquias, de parlamentares e do Conselho de Administração do CHMT, indicou Judite Gomes.

“Há muitos anos que alertamos para estes problemas e esperemos que, com mais esta iniciativa, olhem para estas questões e as resolvam a bem dos utentes da saúde e das suas famílias, que tão penalizados têm sido ao nível do acesso aos cuidados de saúde, mas também em deslocações entre hospitais e pagamento de portagens, entre outras problemas que justificavam mais atenção e rápida resolução”, defendeu.

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de onze concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, Vila de Rei e de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.

Na carta hoje entregue ao primeiro ministro, a CUSMT defende que a urgência médico-cirúrgica “deve legalmente ser atribuída ao CHMT, permitindo assim ao Conselho de Administração, mediante os meios disponíveis, organizar o serviço nas três unidades do CHMT”.

Segundo os utentes, esta seria “a forma de o CHMT passar a ter a capacidade de responder prontamente e com qualidade a todas as situações urgentes da região” e “contribuir para aliviar sofrimento e despesas a utentes e familiares, assim como uma utilização menos intensiva dos transportes inter-hospitalares”.

No documento pode ler-se que, “ainda dentro das melhorias que se tornam indispensáveis ao funcionamento das urgências” do Médio Tejo, a CUSMT defende também que “as urgências de pediatria, neste momento localizadas na unidade de Torres Novas, sejam também abertas nas unidades de Abrantes e de Tomar”.

Judite Gomes lamentou ainda que “as anunciadas obras na requalificação das urgências do hospital de Abrantes nunca tenham, sequer, começado” e lembrou que, “há três anos, a CUSMT entregou um abaixo-assinado com 30 mil assinaturas” que “já alertava para o problema do serviço de urgências” no Médio Tejo.

“Nada foi feito”, criticou, tendo observado que a entrega desta carta decorre numa fase em que o país “está em tempo de negociação do Orçamento do Estado”.

Os ministros da Saúde e das Finanças, assim como os grupos parlamentares e as autarquias do Médio Tejo, serão igualmente informados da iniciativa e do teor da carta entregue no gabinete de António Costa, acrescentou.

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