No âmbito da sua vertente turística, a Quinta da Lagoalva de Cima, em Alpiarça, proporciona agora passeios a cavalo para pessoas com idades entre os 11 e os 70 anos, com qualquer tipo de experiência equestre.

Trata-se de uma parceria com o projecto ‘Cavalos na Areia’ – fundado em 2011 na Comporta – com o intuito de ligar as actividades equestres ao “gosto pela vida ao ar livre”.

Assim, nascem os Cavalos na Lagoalva, com passeios “em estreito contacto com a natureza”, como refere João Fonseca, director-geral da Quinta da Lagoalva.

“José Ribeira, fundador da empresa Cavalos na Areia – que tem como principal actividade a organização de passeios a cavalo na Herdade da Comporta – queria proporcionar passeios diferentes, a cavalo, fora daquela zona, e achamos que, para nós, no Ribatejo, era uma oportunidade de capitalizar todo este know-how e proporcionar aos nossos clientes esse serviço”, revela o responsável, esclarecendo que se tratam de passeios dirigidos a qualquer tipo de cliente, mesmo que não saiba montar a cavalo.

Para o efeito, na Quinta da Lagoalva de Cima existem seis cavalos “com características específicas” para proporcionarem essa “experiência única” e foram feitos investimentos em infra-estruturas e equipamentos.

“Já temos alguns programas turísticos desenvolvidos e, como na Lagoalva temos uma longa tradição equestre e todas as condições para o seu desenvolvimento, decidimos apostar neste produto diferenciador e que, quanto a nós, possui enorme potencial”, afirma João Fonseca, para quem o Ribatejo precisa de mais oferta deste tipo como forma de estimular o sector turístico e, consequentemente, proporcionar desenvolvimento económico.

O responsável não tem dúvidas que a actual crise pandémica poderá ser encarada como uma oportunidade para a promoção do turismo no interior, sendo que a natureza é o principal activo para atrair clientes para o espaço rural, fora dos grandes centros urbanos.

“Esta zona tem territórios de baixa densidade, muito recheados de conteúdos de oferta cultural, oferta gastronómica, vinhos e enoturismo”, refere, acrescentando: “passar aqui um dia em família, num espaço destes, no campo, é agradável e mais seguro do que qualquer outra proposta de massas”.

A mesma visão é partilhada por Isabel Campilho, responsável pela área do turismo da Lagoalva que revela que, em breve, estarão criadas condições para receber turistas na quinta em regime de alojamento.

“Brevemente iremos criar essas condições para proporcionar dormidas aos turistas. Vamos, também, construir uma piscina nova e reconstruir algum edificado. Há aqui muito potencial e vamos desenvolvê-lo rapidamente”, esclarece.

É precisamente nesta estratégia de potencialização da Quinta da Lagoalva em termos turísticos que se inscreve este projecto dos “Cavalos na Lagoalva”.

“Aqui se chegava a cavalo há seculos atrás. Queremos lembrar a tradição secular e proporcionar a vivência da paisagem entre vinhas, sobreiros e olivais centenários, com muita história e algumas surpresas para descobrir”, refere Isabel.

“A Lagoalva possui produtos de excelência do mundo rural, como o vinho, cortiça, azeite e cavalos lusitanos. Os passeios, em estreito contacto com a natureza, são uma forma de lembrar essa tradição e proporcionar a vivência da paisagem e o contacto com a natureza”, reforça.

Actualmente, a Lagoalva proporciona visitas à quinta e adega, provas de vinho e azeite e refeições para famílias ou grupos: “temos alguns programas já organizados, mas estamos disponíveis e receptivos a que as pessoas sugiram alterações, de forma a adequar a visita ao nosso cliente”, afirma Isabel Campilho.

Os passeios a cavalo são feitos em grupo, em horários pré-definidos ou em formato de programa privado. As reservas devem ser realizadas com 48h de antecedência.

“A Lagoalva, enquanto unidade agrícola remonta praticamente ao nascimento de Portugal. Com grande dimensão, também por isso começámos mais tarde no turismo porque estávamos e estamos focados no nosso “core” que é a agricultura. Uma agricultura moderna, de precisão e sustentabilidade”, conclui João Fonseca.

A quinta tem ainda em desenvolvimento o projecto de criação de um Museu de Carros de Cavalos que incluirá o espólio de 19 carros da família.

“Em tempos, mais de uma centena de pessoas habitava na Quinta, e será recuperada, em breve, a primeira casa de habitação e a sociedade recreativa onde as pessoas se juntavam”, revelou.

Na Quinta, existe ainda uma sala com capacidade para 70 pessoas, ideal para pequenas cerimónias familiares ou para eventos de empresas, como ‘team bulding’, lançamento de produtos ou reuniões.

Provas de vinho e azeite complementam a oferta desta Quinta, que tem sido muito procurada por visitantes estrangeiros, em particular ingleses, belgas e de países nórdicos que procuram “experiências únicas e diferenciadoras”.

A sua história remonta ao séc.XII, quando o rei de Portugal entrega estas terras à Ordem de Santiago de Espada, após os seus heróicos feitos na conquista de Santarém. Pertenceu a esta ordem durante seis séculos.

Foi em 1834 que a Quinta da Lagoalva foi comprada por Henrique Teixeira de Sampayo, 1º conde da Póvoa. Em 1841- 42 todos os bens passam para D. Maria Luisa Noronha de Sampaio, que casa em 1846 com D. Domingos António Maria Pedro de Souza e Holstein, 2º Duque de Palmela, revertendo a partir dessa época os bens para a Casa Palmela.

Sucessivamente, sempre em poder dos seus descendentes, as terras são hoje pertença da Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima, SA.

A Quinta da Lagoalva de Cima é uma zona natural de beleza única que se estende pela margem sul do Tejo, a cerca de 2 km de Alpiarça. As suas características históricas, humanas e agrícolas conferem a quem a visita uma experiência única de sensações e experiências ligadas ao mundo rural.
Com um projecto de Enoturismo premiado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo/Ribatejo, é visita obrigatória.

Para ajudar a “criar uma relação mais próxima” com os turistas, a Quinta investiu, igualmente, numa loja de vinhos situada junto à barragem dos patudos, em Alpiarça, no intuito de dinamizar o espaço que acolheu, em tempos, o Posto de Turismo da vila, e promover os vinhos, a gastronomia e os locais de interesse turístico do concelho de Alpiarça e da região.

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