Maio foi um mês quente com “chuva” de medalhas trazidas de concursos internacionais e do maior concurso de vinhos do país para alguns dos vinhos da região baptizada com o nome do maior rio que atravessa o país. Há pouco mais de um mês, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVRTejo) anunciava que, em uma selecção de apenas sete vinhos de Portugal e Espanha, a Wine Enthusiast (WE) destacava dois Vinhos do Tejo. Na sua edição de Junho, é a vez da mesma revista norte-americana voltar a distinguir Vinhos do Tejo, desta vez 13, com 90 ou mais pontos.

No que toca a produtores, em destaque estão a Quinta da Alorna, com quatro referências; a Companhia das Lezírias e o Casal Branco, com três; seguidos da Casca Wines, da Quinta do Arrobe e da Fiuza, com uma. Na avaliação que Roger Voss, crítico de vinhos da WE, faz aos néctares do Tejo é unânime o potencial de guarda dos vinhos, o que é também um sinal da sua qualidade.

Por ordem, iniciamos o roteiro vínico pelos néctares distinguidos com 92 pontos. É o caso do ‘Monte Cascas Fernão Pires branco 2013’ (Casca Wines), feito a partir da casta rainha da Região Vitivinícola do Tejo proveniente de Vinhas Velhas cujo potencial está neste branco detentor “de uma acidez e de sabor a fruta madura”. O ‘Marquesa de Alorna Grande Reserva branco 2015’ (Quinta da Alorna) é outro dos contemplados nesta primeira linha da pontuação – é um vinho produzido em homenagem a D. Leonor de Almeida Lorena e Lencastre, quarta Marquesa de Alorna, que se distingue pela madeira bem integrada, bem como pela elegância predominante dos frutos brancos e da acidez. Nos tintos, constam o ‘Tyto Alba Vinhas Protegidas tinto 2014’ (Companhia das Lezírias), um vinho com estrutura e fruta madura, detentor de uma acidez e taninos equilibrados; e o ‘Tyto Alba Vinhas Protegidas Touriga Nacional tinto 2015’ (Companhia das Lezírias), que apresenta taninos suaves e fruta madura, característica da casta portuguesa com que é feito.

Com 91 pontos estão de parabéns outras quatro referências. A edição limitada ‘Bela Sombra Reserva tinto 2013’ (Quinta da Alorna), que se destaca pelo seu sabor “fumado, picante e denso”, com taninos que lhe dão estrutura, além da fruta madura e de uma acidez final que lhe confere um “carácter sumarento”. Os dois ‘Falcoaria’ (Casal Branco): o ‘Fernão Pires Vinhas Velhas branco 2016’, que Roger Voss enaltece pelos aromas cítricos característicos desta casta branca e pelo potencial de guarda; e o ‘Grande Reserva tinto 2015’, um blend de Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet, com “nuances de chocolate amargo, frutos vermelhos e taninos firmes”. Sobre o ‘Quinto Elemento Cabernet Sauvignon Reserva tinto 2013’ (Quinta do Arrobe), Roger Voss sublinhou que “é raro encontrar um Cabernet Sauvignon puro em Portugal”, dando ênfase aos aromas a frutos vermelhos, sobretudo de groselha preta, aos seus taninos e à sua estrutura, bem como a um final de boca marcado pela acidez.

Na listagem dos 90 pontos estão cinco referências. A respeito do ‘Eminente Reserva tinto 2015’ (Fiuza), Roger Voss afirma ser um “vinho bem equilibrado, com frutos pretos maduros e de taninos suaves e redondos”, destacando o seu carácter fumado aliado a nuances de eucalipto por causa do contacto com a madeira de carvalho das barricas onde permaneceu durante o estágio, estando pronto a beber. Da Quinta da Alorna, destaca duas colheitas, de 2012 e 2014, do mesmo vinho, o ‘Portal da Águia Reserva tinto’, vinhos poderosos, com textura densa e boa estrutura feitos de Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. O ‘1836 Alicante Bouschet Grande Reserva tinto 2015’ (Companhia das Lezírias) é uma marca que faz alusão à data da fundação da então Companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, apresentando-se como um vinho de cor escura, denso e cujas nuances de fruta madura denotam um casamento perfeito com a madeira utilizada durante o estágio, conferindo-lhe uma maior riqueza aromática. Nos brancos, o ‘Falcoaria Colheita Tardia branco 2014’ (Casal Branco), o néctar perfeito para terminar esta lista, feito a partir das castas Fernão Pires e um toque de Viognier, detentor de um sabor intenso, com nuances de pêssego e mel. “É um vinho rico, opulento e está pronto a consumir”.

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