A Câmara de Vila Nova da Barquinha anunciou um plano de acção ambiental e identificou as ondas de calor, vagas de frio, fenómenos de seca, cheias, incêndios e tornados como alguns dos riscos.
“As alterações climáticas vieram para ficar e o município de Vila Nova da Barquinha assumirá um papel proactivo de medidas de adaptação e mitigação destes fenómenos que permitam atenuar estes efeitos e tornar o território mais resiliente”, disse o presidente da autarquia, Fernando Freire (PS).
Segundo Fernando Freire, as medidas podem ser “ao nível do urbanismo, floresta, mobilidade e transportes”, como “da sensibilização do cidadão comum para a necessidade de alterações comportamentais”, sob pena de se deixar para as gerações futuras “um território completamente agreste e que coloca em risco a própria sobrevivência humana”,
As declarações decorreram no âmbito de um debate promovido pelo município no Centro Cultural sobre “Ambiente, alterações climáticas, o rio Tejo e seus afluentes”.
O autarca apresentou um resumo das principais alterações climáticas projectadas até ao final do século para o município de Vila Nova da Barquinha, território banhado pelos rios Tejo, Nabão e Zêzere, “grandes massas de água fundamentais para a própria sobrevivência humana na região de Lisboa e que têm de ser salvaguardadas e protegidas contra este tempo atípico, onde os invernos deixaram de ser invernos e os verões são cada vez mais quentes e intensos, originando incêndios e tempestades cada vez mais frequentes” na região.
Fernando Freire apontou para a “diminuição da precipitação média anual, com potencial aumento da precipitação no inverno, o aumento da temperatura média anual, em especial das máximas, a diminuição do número de dias de geada e o aumento dos fenómenos extremos” como exemplos das principais alterações climáticas projectadas.
O presidente da câmara adiantou que o plano de acção do município assenta no Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Médio Tejo (PIAAC-MT), que entrou este ano em vigor.
Maria Conceição Vieira, representante da Enhidrica, empresa de consultoria em engenharia ambiental responsável pela realização do plano, destacou a importância deste para a criação de estratégias de âmbito local por parte dos 13 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) e para a integração das acções nos “processos de decisão pública em matéria de planeamento e ordenamento do território”, a par de outras que contribuam para a resolução do problema e o “aumento do grau de implementação de boas práticas”.
A elaboração do PIAAC-MT teve início com a identificação de vulnerabilidades actuais e futuras, resultando em 21 opções de adaptação que serão aplicadas e monitorizadas em função das prioridades elencadas por cada município.
“As alterações climáticas vieram para ficar e é importante ser proactivo, sendo este [PIAAC-MT] um instrumento indispensável para a CIMT e para os municípios da região poderem aceder a apoios de âmbito comunitário para implementação das medidas necessárias”, afirmou Maria Conceição Vieira, destacando que é necessário passar à acção.
“Não basta elencá-las e identificá-las, é preciso passar agora à sua implementação no terreno, para obter resultados concretos e para aumentar a resiliência do território e da própria sociedade às alterações climáticas”, concluiu.