Íris Plantier, natural de Almeirim, é a pessoa por detrás da personagem ‘Íris Maravilha’, que pretende levar às crianças um mundo de fantasia e magia através da música e do teatro. A jovem, de 32 anos, que tem o mundo ‘Disney’ como inspiração, tem exposto o seu trabalho nas plataformas digitais mas pretende criar um “espectáculo ao vivo e cheio de animação”. As preocupações com o meio ambiente, a alimentação e o respeito pelo outro são temas que desenvolve junto das crianças.

Como nasceu a ‘Íris Maravilha’?
A “Íris Maravilha” surge a partir de uma paixão, que sempre me acompanhou pelo teatro e pela música. Fui tendo a sorte de poder trabalhar mais em projectos infantis, do que em projectos para adultos e senti sempre muita alegria e leveza nesse trabalho. Sou muito atraída pelo mundo do “faz-de-conta”, o mundo da fantasia e das cores. As crianças são muito genuínas e com um imaginário muito fértil e vivem muitas vezes as cenas que acontecem em palco com muita verdade, riem e sofrem com o personagem, têm as emoções à flôr da pele e eu acho isso maravilhoso.
A Íris Maravilha está cheia de cores, e é um personagem com muita vida e movimento, e não passa despercebida ao olhar de uma criança.

Em que consiste este projecto dedicado às crianças?
Contempla duas vertentes, uma teatral, onde a “Íris Maravilha” partilha estórias, cheias de aventuras e peripécias e a parte musical, em que são cantados temas animados, com coreografias. A Íris Maravilha pode ser vista nas plataformas digitais, mas também é um projecto que quer ser levado aos locais onde se encontrem crianças, com um espectáculo ao vivo e cheio de animação.

Em quem é que se inspira e que temas aborda?
É inevitável para mim não referir o universo do mundo da Disney. Vi vários filmes, e tinha o sonho de ir à Disneyland Paris, para estar perto daqueles personagens. Eu acreditava que eles existiam e que moravam lá todos juntos e super felizes. A verdade é que estes filmes foram uma grande influência para mim, e parece que comunicam para crianças, mas também para adultos. Então as minhas canções e estórias têm um “moral da história”, têm um conteúdo, e são mais do que entretenimento, têm uma mensagem e um valor, no sentido de formar bons adultos para o dia de amanhã.

Como é o seu processo criativo?
Basicamente, é algo que está presente diariamente e, ou eu valorizo, ou deixo ir, por exemplo, vou a conduzir ou a andar na rua, estou perto do mar, do campo ou na cidade, e nesse movimento, muitas vezes surgem, na minha cabeça, ritmos, melodias, versos… Se de repente, eu achar que pode ser divertido, gravo no telemóvel e vou desenvolvendo essa ideia.

O que pretende transmitir ao seu público?
Existem algumas temáticas que tenho vindo a desenvolver, eu penso neste projecto com um conteúdo e com uma mensagem. Quero estar a dar algo, então existem três valores máximos do projecto, e são eles, o meio ambiente, a alimentação e o respeito pelo outro. Penso que nunca é demais, abordar estas temáticas principalmente junto das crianças, já que elas representam o futuro.

Os temas das suas músicas são dedicados ao meio ambiente, a alimentação saudável e o respeito pelo outro. Considera que são temas fracturantes nas crianças da actualidade?
Penso que são temas mais fracturantes para os adultos, e penso que as mensagens também são um bocadinho para os adultos, as crianças ainda não tiveram tempo de tomar decisões, pois são crianças. Os adultos de hoje já o foram também, e herdaram o que lhes foi deixado, ou seja, uma sociedade de consumo mais tecnológica e acessível. Hoje em dia temos acesso fácil tanto a comida, como a tecnologia, em comparação com os meados do século passado (falando do nosso país), por isso temos de fazer escolhas diariamente sobre o que comemos, sobre que produtos utilizamos ou sobre o que queremos ver numa televisão, por exemplo. Somos confrontados com muitas coisas, a sociedade produz mais do que consome, e, inevitavelmente há problemáticas que são levantadas, como a sustentabilidade e a poluição. Ainda não sabemos bem o que as nossas crianças vão herdar e por isso a sensibilização parece-me fundamental. Depois o “respeito pelo outro”, é a outra temática que tenho em atenção e por isso a “Íris Maravilha” conta com vários amigos todos diferentes e muito únicos, tal como cada um de nós. Então um dos propósitos do projecto é também a inclusão social. Claro que estes temas são sempre abordados pela positiva. Eu sou muito optimista relativamente ao futuro e à própria comunicação, para com as crianças.

É essencial consciencializar os mais novos para os problemas do planeta?
Na verdade estas temáticas são abordadas de alguma forma nas escolas, no entanto, pela sua importância, penso que é uma mais valia a abordagem da “Íris Maravilha”. O modo como os temas são tratados, são claramente diferentes e poderá servir de um complemento, ou um reforço, àquilo que os educadores, sejam pais, professores ou outras pessoas que se envolvam em acções para crianças, querem transmitir.

Em que plataformas podemos encontrar a ‘Iris Maravilha’?
A “Íris Maravilha” já se encontra no Facebook, Youtube, TikTok e Instagram, basta pesquisar no motor de busca e é muito fácil encontrar nestes canais. Para além disso, podem também aceder ao site www.irismaravilha.pt onde também já encontram os amigos da “Íris Maravilha”, links para as plataformas digitais, vídeos e os contactos para espectáculos ao vivo (geral@mundoscruzados.pt).

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