A segunda das quatro corridas anunciadas para a presente temporada do Campo Pequeno foi banalíssima. Não transcendeu como deveria ter acontecido. Foi mais do mesmo. Um cartel de seis cavaleiros é, talvez, uma boa via para solver compromissos empresariais, mas raramente é uma boa opção para o espectáculo tauromáquico.
A tauromaquia vive de emoções e estas galvanizam-se muito através da competição entre os toureiros, para que os triunfos sejam cantados até à eternidade e bulam com os aficionados, que os discutirão mais ou menos acaloradamente em tempo de defeso.
Em praça estiveram os cavaleiros Ana Batista, João Moura Caetano, Manuel Telles Bastos, Duarte Pinto, Andrés Romero e Luís Rouxinol Júnior e os Grupos de Forcados Amadores de Coimbra, Amadores de Monsaraz e Académicos de Coimbra, que enfrentaram toiros de Vinhas.
Com o devido respeito pela Empresa e por cada um dos Toureiros ou Grupos de Forcados este é um cartel para uma mini-temporada no principal tauródromo português?
Se olhássemos para o que acontece em Madrid, talvez tivéssemos outra opinião, mas por cá contentamo-nos com pouco, muito poucochinho…
Parte do público que aflui às corridas no Campo Pequeno, o tal que no dizer do empresário tem muito “glamour”, peca por saber pouco de tauromaquia pelo que o seu nível de exigência é escasso; basta-lhes aparecer nas galerias fotográficas dos sites taurinos, que concedem mais espaço às carinhas larocas do que à análise do toureio e a outros assuntos afins. Adiante!
À excepção do espanhol Andrés Romero, que andou desastrado – mas foi ao Campo Pequeno!!! – os restantes cavaleiros andaram em plano de dignidade, sem grandes alardes nem cometimentos técnicos ou artísticos, destacando-se, apesar de tudo, João Moura Caetano e Luís Rouxinol Júnior, alguns furos acima da concorrência.
Nas pegas destacou-se André Mendes, do Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz, que consumou valorosa pega ao primeiro intento, premiada com o troféu em disputa, tendo a segunda pega do Grupo sido bem concretizada por João Ramalho, também ao primeiro intento; Pelos Amadores de Coimbra, Pedro Casalta e André Macedo foram os solistas da noite consumando bem as suas sortes à primeira tentativa; e pelos Académicos de Coimbra, Francisco Gonçalves, que consumou a sua sorte à terceira tentativa, e João Tavares, que se fechou bem ao primeiro intento, defenderam bem as suas invulgares jaquetas de ramagens.
Os toiros da ganadaria Vinhas saíram díspares de apresentação e até de comportamento, mas mesmo assim não dificultaram o labor de quem teve de os enfrentar.
Manuel Gama, assessorado pelo médico veterinário Jorge Moreira da Silva, dirigiu a corrida com competência, durante a qual foi prestado um minuto de silêncio em memória do empresário Manuel Rosa ‘Tatá’ e foi homenageado pela empresa o rejoneador Fermín Bohórquez.