A Câmara de Abrantes vai criar uma “Rede de Percursos, Pontes e Ciclovias” para “reforçar a mobilidade sustentável, a qualidade de vida urbana e a ligação da população ao rio Tejo”, tendo aprovado concurso público para elaboração do projeto.
Segundo o presidente daquele município do distrito de Santarém, a autarquia, com este projeto, pretende “criar uma rede de corredores verdes pedonais e cicláveis” na cidade, que permita “mitigar alguns impactos ambientais (…) e mobilizar a população para práticas de desporto, lazer e mobilidade mais sustentáveis”.
Composto por dois itinerários, cinco percursos e uma ponte pedonal e ciclável sobre o Tejo, o projeto visa “reforçar a mobilidade sustentável, a qualidade de vida urbana e a ligação da população ao rio (…), numa base diária, e que promova a acessibilidade a equipamentos relevantes existentes no tecido urbano, nomeadamente desportivos, culturais, lazer e educativos”, entre outros.
De acordo com Manuel Jorge Valamatos (PS), o concurso para o projeto, em deliberação aprovada por unanimidade com declaração de voto do vereador do PSD, insere-se numa estratégia de “promoção da sustentabilidade urbana”, criando corredores verdes pedonais e cicláveis que irão interligar os principais espaços verdes, culturais e de lazer da cidade.
A aposta, indicou, passa por “incentivar o uso quotidiano da bicicleta e a circulação pedonal, reduzindo a dependência do automóvel e os impactos ambientais associados”, integrando dois itinerários, cinco percursos e uma ponte pedonal e ciclável sobre o Tejo, entre Barreiras do Tejo e Rossio ao Sul do Tejo.
“Nos últimos anos tem-se assistido a uma nova cultura de mobilidade, introduzindo-se cada vez mais os padrões de mobilidade sustentável e fomentando-se os modos suaves de deslocação nas viagens de curta e média distância, como é o caso das deslocações para o trabalho ou escola ou nas deslocações de lazer”, referiu Valamatos.
Com a criação de uma rede de “percursos pedonais e cicláveis em modos suaves”, a autarquia abrantina “visa estabelecer a ligação entre polos estruturantes da cidade, com o objetivo de incentivar a circulação pedonal e a utilização da bicicleta no quotidiano”, explicou.
“Os itinerários integram no total cinco percursos, numa extensão de 9.410 metros, que se interligam entre si”, indicou o autarca.
O vereador do PSD, que votou a favor, reconheceu a importância da aposta na mobilidade sustentável, mas criticou a ausência de soluções para “problemas antigos” da cidade.
Em declaração de voto, Vítor Moura referiu “questões básicas e elementares” que “permanecem por resolver”, dando como exemplo a Avenida António Farinha Pereira, uma das portas de entrada na cidade e na qual “veículos de toda a dimensão (…) convivem de forma altamente insegura com ciclistas e peões”, em situação que considerou “preocupante” e “prioritária” face ao novo projeto.
Em resposta às observações do eleito do PSD, o presidente da autarquia afirmou que a intervenção naquela Avenida está “incluída na estratégia urbana” do município e que a aprovação do concurso internacional para a rede de percursos pedonais e cicláveis “não pode estar desligada de toda a intervenção urbana”, indicando que o projeto da Avenida “já foi revisto”.
O concurso internacional prevê a seleção de dois trabalhos de conceção, um por itinerário, ao nível do Programa Base, com o apoio da Ordem dos Arquitetos – Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo (OA-SRLVT).
Os prémios para os concorrentes totalizam 46 mil euros, distribuídos entre os três primeiros classificados de cada itinerário. Após a conclusão do concurso, o município pretende avançar para a aquisição por ajuste direto dos dois projetos selecionados.